sexta-feira, 11 de junho de 2010

Chega de medo: internet não acaba com jornais. Ajuda a vender mais

Os jornalistas que andavam intranquilos com teses segundo as quais a internet seria o fim da mídia impressa, podem se acalmar: ao contrário do que diziam algumas teses mais pessimistas,o fenômeno que vem acontecendo é justamente ao contrário: o crescimento da busca de informações via internet (segundo recente levantamento já são 70milh de internautas buscando informações) e outras mídias digitais tem aumentado a busca de informações mais aprofundadas na mídia impressa.Vale recordar eu quando surgiu a televisão também foi o bicho papão do rádio. Na época teses pessimistas diziam que a televisão ia acabar com o rádio, o que não aconteceu e pelo contrário aumentou a importância do rádio como veículo de informação e entretenimento. Para o professor Paulo Nassar, da Universidade de São Paulo o noticiário on-line não vai substituir o jornalismo impresso: “O ouso que novos consumidores fazem das mídias eletrônicas, como a internet e os celulares, impulsiona a busca por informação mais qualificada em veículos impressos”. Portanto cabe aos jornais serem cada vez mais opinativos e com noticiário mais aprofundado, ou seja, que vá além da simples informação (bem sempre tão correta) que a mídia eletrônica disponibiliza. O professor Nassar acredita também que “cerca de 20 milhões de pessoas que estão saindo da linha de pobreza também querem consumir os mais variados produtos, inclusive informação. O conteúdo inicial é encontrado por meio de processos digitais, mas o aprofundamento das discussões gera uma curiosidade que vai ser saciada com um conteúdo mais analítico, mais profundo. É a grosso modo como se o aparelho celular nos levasse a Bíblia”.
Abertura de espaço na mídia impressa
A discussão é ampla e controversa e tem sido tema diário de debates organizados pelo Jornal do Brasil. Especialista em jornalismo hipermídia da Universidade Federal Fluminense, Suzana Barbosa não acredita que o ciberjornalismo seja algo efêmero e que ele também deve ser consistente. Ela acredita que “a diferenciação do modelo impresso pode se dar por meio do melhor uso do acervo, além de abertura de espaço para um noticiário mais local”. A coexistência pacífica entre os dois tipos de mídia é defendida pelo presidente mundial da agência de publicidade Saatchi & Saatchi, opinião que é também da Academia Brasileira de Letras.Para Marcos Villaça, presidente da ABL ,as mídias não se anulam, mas se complementam: “Não devemos ter medo do novo, mas evitar o modernoso, o moderno mal feito. As páginas de opinião são importantes para a reflexão sem a instantaneidade e a urgência da internet”.
Diante de tantos argumentos a conclusão é simples: a mídia impressa não precisa temer a internet. Precisa sim é rever seus conceitos em relação ao noticiário e perceber que mais do que a informação para a mídia impressa o mais importante agora é a opinião. Ou seja: fazer o leitor pensar, discutir e opinar.

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