domingo, 9 de maio de 2010

CRÔNICA --- Promessas e promessas

Há muitos anos o falecido empresário Oscar Ornstein, um grande empreendedor cultural em sua época, montou por aqui o musical “Promessas, promessas”, que vinha de um enorme sucesso nos Estados Unidos. Cada vez que se falava no espetáculo (e lá estava eu na assessoria de imprensa) fazia-se imediatamente uma ligação com as promessas dos políticos. Mais de trinta anos depois nada mudou e quando se fala em promessas, promessas a lembrança que vem não é a do espetáculo, que também fez sucesso entre nós, mas sim, das promessas e promessas ainda dos políticos.
Nesse importante e democrático momento eleitoral, as promessas aumentam porque os candidatos ainda não perceberam (quanta ingenuidade) que o eleitor não acredita mais nesse papo furado. Muitos (a maioria) políticos prometem por prometer, mas há também os que prometem por absoluta falta de informação quando se prontificam (e se iludem) a fazer o que não podem e nem seus possíveis cargos permitirão. Existem também aqueles que até acreditam no que prometem, mas acabam descobrindo rapidamente que acreditar é possível, mas fazer é quase impossível até porque acabam sendo engolidos por uma “máquina” que rapidamente os faz pensar muito mais neles próprios do que nos eleitores, no povo.
Cedo a gente descobre (às vezes nem percebe) que não vale a pena discutir pelo menos três assuntos: futebol, política e religião. Cada um de nós tem uma convicção e não será uma acalorada discussão que nos fará mudar de idéia. Podemos até aprender com elas. Aprendi também que falsa promessa não é privilégio de político: elas fazem parte do nosso cotidiano. Tem sempre
um parente, um amigo, um colega de trabalho prometendo alguma coisa que acaba esquecida e não cumprida.
Por mais que estejamos cansados e descrentes de promessas elas ainda são, de certa forma, importantes porque nos alentam e nos permitem sempre novas esperanças. Sem esperança e sem sonhos a vida fica muito mais difícil. É só a necessidade de ter e não perder a esperança que ainda nos faz (mesmo sem muito entusiasmo) continuar acreditando em promessas. Às vezes até na de alguns políticos.
A esperança maior de cada um de nós é de que chegará o dia em que as promessas poderão ser levadas a sério. Não mais apenas uma demagógica de se afirmar ou de tentar levar vantagem. Promessas deveriam ser com juramentos
* Embora muita gente ainda jure em falso

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