sábado, 8 de maio de 2010
Aline Moraes:as perfeitas imperfeições de uma grande atriz vivendo a vida
Quando assisti “Perdidos na Noite” (filme de 1969 dirigido por John Schlesinger com Dustin Hoffman e John Voigth, hoje mais conhecido como o pai da Angelina Jolie) saí do cinema convencido de que nunca mais veria uma interpretação tão perfeita quanto a que Hoffman deu ao manco Ratso Rizzo. Ele mancava e arrastava a perna com tamanha perfeição (se é que essa palavra cabe aqui) que o público saía do cinema com a quase certeza de que o deficiente físico era o próprio ator e não o personagem. Eu era jovem, tinha acabado de sofrer um AVC e nos meus ainda inexperientes 26 anos estava errado. Hoje 40 anos depois posso afirmar bastante mais experiente, que estava errado: Aline Moraes está fazendo da personagem Luciana de “Viver a Vida” não só o melhor e mais marcante personagem de sua ainda curta carreira, mas também sem dúvida um dos mais perfeitos trabalhos que a televisão já nos mostrou.. A Luciana de Aline é perfeita em suas imperfeições físicas: as mãos fechadas, as pernas sem comando, o corpo desobediente, os pés de lado, o jeito de aprender a segurar objetos e principalmente a vontade e o esforço de reaprender a viver só poderiam ser reproduzidas com tamanha veracidade por uma atriz com talento para dar à personagem a grandeza e a importância que precisa. Talvez o público e a crítica de uma maneira geral nem percebam (só quem convive com cadeirantes enxerga isso com clareza) a perfeição das imperfeições, mas tem sensibilidade para sentir a qualidade de um trabalho que faz com que toda a crítica e todo o público estejam aplaudindo Aline Moraes de pé. Como certamente se pudesse a Luciana também estaria.
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Parabéns pelo texto e pela sensibilidade.
ResponderExcluir"A perfeição das imperfeições."
Só aqueles que realmente reaprendem a viver é que conseguem captar os detalhes do trabalho desta atriz, que amadureceu e muito.
Fico feliz em ter participado desta novela de alguma forma e de ter conhecido ontem esta graça de menina.
Valeu Eliane.Você sabe que enfrentei muito cedo um AVC, depois uma úlcera perfurada, um câncer de mama, duas tromboses venosas e fui (vou) em frente cada vez mais consciente de que é sempre possível vencer. Nõ faço dramna com os problrmas que enfrentei e talvez seja isso o que me deixa inteiro e pronto para outra ou outras. Aprendi que só é possível vencer doenças graves e outros problemas quando se quer muito. Acredito que fui o ecolhido porque tinha força para aguentar. Aguentei e venci. Aliás a vida só tem sentido quando se lua por ela e reaprender a viver é o que, doentes ou não, fazemos todos os dias. Afinal, a vida nos dá liçõeds diárias e se muitas vezes nos assustya é porque quer nos mostrar comio é bom vencer. Isso também faz parte da existência daqueles que sabem e podem aguerntar e portanto, sabem vencer. Sempre
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