No mesmo dia em que deixou o Hospital
Sírio e Libanês de São Paulo onde passou dias tratando de uma pneumonia. Jô
Soares foi vítima de um cruel bombardeio de especulações e boatos em torno de
seu estado de saúde. Em poucas horas espalhou-se que ele estava mesmo tratando
de um câncer no pulmão e que sofrera uma parada cardíaca, o que nunca aconteceu
(infecção pulmonar é comum nos quadros de pneumonia). A imprensa correu para o
hospital a espera de notícias mais concretas e até de uma provável pior
notícia. Não posso deixar de perceber com certa tristeza que a pressa da
imprensa transformou em sensacionalismo o tratamento a que um profissional
popular, querido e competente estava realmente sendo submetido.
Tudo começou com uma também especulativa
notícia publicada no jornal O Dia do Rio informando que Jô estava sendo tratado
em segredo de um câncer, o que agora se sabe nunca aconteceu. Talvez a pressa da
imprensa tenha sido provocada pela absoluta falta de notícias oficiais e
concretas: o hospital estava proibido de emitir novos boletins médicos e assessores
e familiares do Jô estavam instruídos a não dar qualquer declaração. Inevitável
que sem informações precisas e nessas horas mais do que nece4ssárias a imprensa
e admiradores de Jô partissem para um festival de especulações, o que sempre
acontece quando se esconde a verdade. No caso de Jô não havia nada para já que
ele teve alta imediatamente após o início do festival de especulações. Mais uma
vez fica clara a lição de que é necessário informar sempre a verdade qualquer
que seja ela. O silêncio de Jô e em consequência o do hospital só serviu para
criar boatos. Fica claro também que a imprensa precisa aprender a ter mais
paciência para apurar melhor. Como se diz popularmente a pressa é inimiga da
perfeição. No caso da imprensa também é inimiga da informação. (Eli Halfoun)
Nenhum comentário:
Postar um comentário