sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Terno não é cartão de visita para ninguém. Muito menos nesse calor infernal

Em alguns momentos da vida pessoal e principalmente profissional a roupa faz diferença: durante os muitos atos que fui repórter em vários jornais era obrigatório que os repórteres usassem terno e gravata porque na época a roupa impunha mais respeito diante do entrevistado, embora como ainda hoje, muitos entrevistados de terno e gravata não merecessem o menor respeito. O calor foi aumentando as épocas se modernizando e o terno acabou saindo de circulação nas redações que já permitiam o uso de roupa esporte. Houve um tempo em que o uso do “safári” (calças leves e camisas leves da mesma cor) fosse usado pelo Presidente da República Jânio Quadros que varreu os austeros paletós para o fundo do baú do qual muitas vezes o próprio Jânio parecia ter saído pendurado em uma vassoura. Estamos em um escaldante início de 2014 e é um absurdo que algumas profissões ainda acreditem que o uso do terno é que lhes dá força, credibilidade e respeito. Políticos, pior exemplo, se obrigam a usar o tal traje completo, que muitos deputados estão sendo obrigados a trocar por uniformes de presidiários. Não faz sentido em um país tropical como o nosso usar roupas de países que vivem m climas mais amenos. São trajes que esquentam o corpo, fazem suar a camisa e não mais do que isso. Um bom profissional não precisa estar engravatado (praticamente enforcado) para desempenhar seu trabalho com seriedade e competência. Advogados, por exemplo, deviam poder (pelo menos nesse período de caldeira do diabo) freqüentar o Fórum em traje esporte, como reivindicam OAB. Na atual moda ternos não custam mais do que boas calças e boas camisas. Pelo contrário: um terno pode ser adquirido baratinho - até porque não será a roupa que mudará a conduta de ninguém. Sofrer com o calor é que pode mudar o comportamento e o humor das pessoas. Está mudando: agora mais do que nunca suamos a camisa para sobreviver. (Eli Halfoun)

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