terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Estão matando nossos trabalhadores.Estão matando nosso futuro

A dificuldade que é obrigado a enfrentar diariamente para conseguir chegar ao trabalho traça um real e cruel retrato do quanto o trabalhador brasileiro é punido até na hora de produzir com suor e esforço e provavelmente lágrimas bens para o país. Os mais recentes problemas com os trens da Supervia (não é nem super e nem via) no Ri e que também estão presentes na vida de trabalhadores de todo o país deixou um alerta muito importante: ou o Brasil começa a cuidar melhor de seus trabalhadores ou não demora muito não terá trabalhadores e aí não terá progresso e, portanto, ficará sem alternativas de futuro. Sabíamos que a situação dos usuários de transportes públicos, trens principalmente é absurda, mas foi dolorido confirmar que sem o trem a maioria dos trabalhadores não tinha um único centavo no bolso que lhe permitisse utilizar outra condução. Resultado ficou algemado também a um pedaço de papel distribuído como vale que na verdade de nada vale. Essa volta de condições e liberdade de ir e vier também não é novidade: são centenas os trabalhadores que passam as noites debaixo de marquises no centro das cidades, como se mendigos fossem, simplesmente porque se voltarem para casa não terão dinheiro para vir trabalhar no dia seguinte. A situação me fez lembrar da infância pobre quando com sacrifício minha mãe nos dava (eu e meu irmão) o dinheiro da passagem e um extra para usar somente caso acontecesse algum problema com a condução. Esse tipo de prevenção é impossível hoje ao trabalhador que já não tem o que comer e está com cada vez menos condições de locomover-se até para trabalhar. Pelo menos essa liberdade de ir e vir para produzir riqueza para os patrões e o país o trabalhador deveria ter garantida pelos patrões e pelo país, mas não tem: nosso heróico trabalhador brasileiro está condenado a morrer apertado dentro de uma condução. Isso quando ainda consegue embarcar em uma. (Eli Halfoun)

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