domingo, 19 de janeiro de 2014

Rolezinhos sempre existiram, mas nosso medo era menor

Não faz muito tempo as praças de alimentação dos shoppings do Rio e de São Paulo (provavelmente de todo o país) ficavam lotadas todas as noites e mais ainda nos finais de semana. Marcar encontros com amigos (geralmente grandes grupos) nos shopping era uma quase obrigatória questão de segurança. Diversão nas praças de alimentação, que passaram até a ter atrações musicais e espaços para dançar, era mais tranqüila porque havia menos riscos para a pele que de uma forma ou de outra era esfolada na hora de pagar a conta. Shoppings deixaram de ser áreas seguras faz muito tempo, mas a insegurança aumentou de4sde que desde ganhou força o tal de rolezinho. Ocorre que “mauricinhos”, “patricinhas” e os idosos estão assustados com medo de dar de cara com grupos de jovens (esse medo sempre existiu) da periferia passeando (é um direito de todos) em grupo pelos mais sofisticados shoppings. Talvez até seja um medo preconceituoso, mas antes mesmo dos rolezinhos entrarem na moda do noticiário qualquer pessoa ficava apavorada quando dava de cara com um grupo de jovens, qualquer que fosse. Fazendo algazarra nas ruas. O medo de ser cercado e atacado por um grupo não é só em relação aos jovens da periferia: os grupos engravatados nos prejudicam bastante e deveriam assustar muito, especialmente quando marcam encontros em Brasília, nos ais quais nem costumam aparecer. Grandes grupos sempre foram assustadores porque são vistos como bandos e quadrilhas. Os rolezinhos ficaram mais apavorantes e preocupantes porque ganharam uma dimensão maior do que o que realmente representam. Como prevenir é e será sempre a melhor maneira de evitar maiores danos faz sentido que uma grande parte da população se precavenha, mas é necessário aprender também a prevenire-se dos engravatados que vivem fazendo no país. Esses são muito mais prejudiciais. (Eli Halfoun)

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