quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

CRÔNICA --- a festa de todos os homens

Não é a mais animada festa do mundo (essa fica por conta do carnaval), mas o Natal é sem dúvida o encontro que representa tudo o que a sociedade sonha para um mundo mais completo de amor, de solidariedade e de paz. É verdade que o homem não tem feito muito para transformar o mundo em Natal de 365 dias ao ano. Afinal, é no Natal que as pessoas, todas as pessoas desejam (como deveria ser sempre) felicidade umas para outras. É no Natal que as famílias (e não só as nossas) formam uma única família e se encontram completamente para fazer a festa da esperança, da afetividade, da troca de afeto. Natal é a festa do amor.
É no Natal que se deseja e pratica o bem em primeiro lugar. Essa é a única época em que o homem das guerras, do olhar voltado apenas para o próprio umbigo e do medo da morte e da vida, se mostra inteiro em sua fé (não precisa ser exatamente a religiosa) e, o que é mais desejável e importante, em seu afeto. O mundo que respira o clima de Natal, é o mundo que todos procuram e, pelo menos nesse período, encontram porque é no Natal que se perde o medo de mostrar afeto, de abraçar e ser abraçado, de beijar e ser beijado. De ser um corpo e, portanto, uma existência, feita de amor.
Que bom se todo dia pudesse ser Natal. Depende realmente de cada um de nós.
Se no século IV, quando começou a ser festejado, o Natal era apenas uma festa religiosa, hoje é o encontro de todas as religiões, de todos os povos, de todas as pessoas.
Mesmo que não tenham condições para trocar presentes, comer do bom e melhor, no Natal todos tem uma mesa sempre farta do mais intenso amor e da mais completa felicidade - a felicidade da paz. Não fosse isso, que outra festa conseguiria parar as guerras por pelo menos uma noite?
Provavelmente foi o medo de mostrar seu afeto e a covarde necessidade de fugir do amor total que fez o homem estabelecer a entrega de presentes como um dos símbolos do Natal, assim como árvore que surgiu na Alemanha talvez para iluminar o amor do homem medroso.
A troca de presentes representa para a maioria a troca de amor (amor é, sim, uma troca). O presente é apenas um símbolo, mas jamais foi necessário e fundamental para demonstrar tudo o que Natal significa como amor. Não importa que não se tenha condições de dar presentes, mesmo porque o presente maior que a humanidade precisa e espera, mas só mostra isso completamente nesse período, é que seja Natal todos os dias.
Natal virou festa no calendário da igreja católica ocidental no século IV, mas já no século V passou a ser comemorado também pela igreja oriental - mais uma prova de que essa não é só uma festa cristã. É a festa-maior de todos os homens.

Nenhum comentário:

Postar um comentário