domingo, 12 de dezembro de 2010
Clandestinos até no beijo proibido
O Ministério da Previdência decidiu reconhecer sem muita burocracia (espera-se) e sem muitas explicações (amor não precisa de explicações qualquer que seja a sua expressão) os direitos da união estável de casais homossexuais, mas o preconceito por quem opta por uma opção sexual diferente (hoje talvez nem tão diferente assim) ainda é grande e como se tem visto até violento. A televisão tem perdido grandes oportunidades de ajudar a romper definitivamente com esse preconceito: nas novelas, seriados e outros programas é sempre praticamente proibido mostrar uma união homossexual, que pode até ser insinuada, mas nunca mostrada claramente. Nesse aspecto a televisão continua fazendo do beijo gay um quase pecado mortal. Na novela ”América” o tão anunciado e discutido beijo do personagem de Bruno Gagliaccio acabou proibido. Aconteceu agora também no recente episódio de “Clandestinos” impedido de mostrar o beijo proposto pelo autor João Falcão entre os personagens de Hugo Leão e Fabio Enriquez. A relação amorosa entre o diretor e o ator ficou evidente, mas na hora do beijo final a Globo proibiu uma vez mais que ele acontecesse. A Globo deve ter lá seus motivos (principalmente comerciais), mas está perdendo a chance maior de ao exibir o que já existe e cada vez mais na vida real, fazer com, que esse tipo de afeto seja aceito e respeitado para acabar de vez com um preconceito que como tantos outros não faz mais o menor sentido nos dias de hoje. Dias em que o amor em todas as formas de amar é cada vez mais necessário e fundamental.
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