domingo, 12 de dezembro de 2010
Aumento para parlamentares só pode ser brincadeira
Além de muitas outras coisas políticos são seres muito estranhos, principalmente quando se trata (e sempre se trata) de defender os próprios interesses. O governo Dilma Roussef nem começou e o ministro Guido Mantega, da Fazenda, já veio a público mais de uma vez anunciar que será necessária redução de gastos para equilibrar o orçamento sem o qual nenhum presidente consegue governar e nem realizar nada. Parece que os deputados e senadores resolveram fazer ouvidos de mercador e não dão a menor bola para a necessidade anunciada pelo ministro Mantega. O Globo publica reportagem informando que o Congresso quer aumentar os salários de presidente, vice, ministros e, é claro, parlamentares. Os reajustes pretendidos são de 61,8% para deputados e senadores, 134% para presidente da. República (se Dilma aceitar abrirá a possibilidade de ter que aprovar todos os outros aumentos sugeridos) de mais de 130% para ministros de Estado. Sugerir ou apenas pensar em uma absurda proposta desse tipo só pode ser brincadeira no momento em que o futuro governo anuncia sua necessidade de reduzir custos. Engraçado é que quando se trata de discutir aumento de salário mínimo e para aposentados, a choradeira é geral: os próprios parlamentares que agora querem engordar ainda mais suas contas bancárias vetam qualquer possibilidade de dar um aumento digno para os trabalhadores e para quem trabalhou por mais de 30 anos e hoje esmola por uma aposentadoria que lhe permita ao menos comprar os remédios dos quais tanto necessitam. Mais uma vez e como sempre os parlamentares só conseguem enxergar o que lhes beneficia. O resto que se dane. Mais do que já está.
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