domingo, 17 de outubro de 2010

Política não é religião e deve deixar cada um rezar para o santo que quiser

Religião e política não deviam misturar-se nunca: essa mistura nunca deu certo e pelo contrário sempre incentivou atitudes que de forma nenhuma podem ser aceitas no jogo democrático que é uma eleição. Agora a Folha de São Paulo publica que um bispo encomendou para uma gráfica de São Paulo paulista milhares de panfletos anti Dilma, ou seja, está usando indevidamente o dinheiro que os fiéis deixam na igreja, o que mostra uma vez mais que hoje até para rezar é preciso pagar. Lamentável que nos a campanha política tenha virado uma guerra religiosa, como se cada eleitor não pudesse rezar pela bíblia que mais lhe convém. Aliás, a briga eleitoral em torno da religião, especialmente as evangélicas, foi um tema levantado no primeiro turno pela candidata Marina Silva que acabou prestando um desserviço à política. Essa questão religiosa na política me parece preconceituosa. Será que se, por exemplo, um dia houver um candidato judeu ele será perseguido politicamente, será banido da política e trancafiado em um campo de concentração? Política e religião não podem e não devem misturar-se até porque não combinam e a historia tem nos mostrado isso com muitos e terríveis exemplos. Não seria mais benéfico e interessante para o eleitor se a discussão se fizesse apenas no terreno das propostas (não confundir com promessas vagas que não serão cumpridas) dos candidatos. Ficar discutindo religião (cada eleitor tem a sua e pronto) parece ser conversa fiada de quem não tem programa de governo (repito: não confundir com promessas) para mostrar. Fica até parecendo que nesse disputado 2º turno vamos eleger um bispo ou um pastor.

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