terça-feira, 5 de outubro de 2010

Curso ensina mais sobre assessoria de imprensa de moda

São muitas as pessoas que se intitulam assessores de imprensa só porque procuram os jornais para plantar notinhas. Não é de hoje que esse trabalho de assessoria é realizado por profissionais que não entendem do assunto, até porque nem jornalistas são. Agora vai mudar: para quem se dedica a prestar assessoria de imprensa de moda a relações públicas e produtora de moda Patrícia Villar dará um curso de assessoria de moda. O curso começa no próximo dia 27 (inscrições a partir do dia 20 pelos telefones 2274-9395, 3205-3743 e 7864-9948) e durante oito aulas terá temas como redação de realese, pesquisa e montagem de sugestões de pauta. As oito aulas, ao custo de R$ 450,00 em duas parcelas serão das 19 às 21h30m.
ás quartas-feiras no Espaço Tudo é Moda, na Gávea, Rio. Além dos ensinamentos de Patrícia haverá também dicas reunidas em palestra de Alice Autran, editora de moda da Revista O Globo. O aluno melhor classificado na prova final ganhará estágio de um mês na Press Rio Assessoria de Comunicação, que é dirigida por Patrícia Villar. Mais informações em www.pressrioassessoria.com Nesse bate-papo Patrícia já dá algumas dicas:
Você é assessora de imprensa e, portanto, trabalha divulgando os produtos e ações desenvolvidos por outras pessoas. Como surgiu o interesse na área de marketing ?
Para desempenhar a função de assessora de imprensa tenho que, obrigatoriamente, estar sempre muito bem informada para que eu possa criar links interessantes com notícias dos meus clientes e sugerir matérias que despertem o interesse da imprensa. Sou uma curiosa nata e estas pesquisas viraram a minha grande paixão. Com o tempo, comecei a perceber que o processo estava se invertendo, ou seja, ao invés de identificar notícias que se transformariam em ganchos para matérias com meus clientes, comecei a sugerir para eles ações e produtos que poderiam se transformar em notícia. Neste caso, acabo misturando as funções de assessora de imprensa com a de consultora de marketing.
Mas para identificar quais tendências podem ser interessantes para seus clientes é preciso ter um bom faro. Você se considera uma pessoa com bom feeling para identificar e antecipar o que pode virar tendência no nosso mercado?
Pergunta difícil de responder...Mas posso dizer que sim. Não é raro observar alguma coisa, seja um item de moda, decoração ou até um comportamento, e pouco tempo depois vê-la disseminada na mídia. Quando comecei a ouvir falar nas pop-up stores (lojas com prazo de validade), fiquei bastante intrigada (positivamente) com o assunto. Por aqui, as pop-up stores ainda não são a febre lá de fora, mas acho que chegaremos lá. Explicaria isso graças à urgência de consumo que está se criando para despertar desejo nas pessoas. Se os consumidores não tem dinheiro, é preciso fazer com que eles não pensem muito. O ato da compra deve se transformar em uma “oportunidade única e imperdível” . Esta é uma forte arma de sedução que o varejo vem identificando. Promoções relâmpago, promoções apenas pela internet, lojas que funcionam apenas por alguns dias (pop-up stores) são formas de despertar a sensação de uma oportunidade imperdível. Isso me faz lembrar dos supermercados, que sempre fizeram aquelas promoções relâmpago anunciadas no microfone. Eles já sabem das coisas há muito tempo.



Existe(m) alguma(s) tendência(s) que você poderia citar como aposta(s) para o futuro próximo ?
Existem várias. Claro que não sou vidente...rs, mas o faro me diz que algumas mudanças de atitude vieram para ficar. Vou citar três.
Quando vi o catálogo virtual da Burberry com pessoas comuns usando trench-coats mundo afora fiquei impressionadíssima e imediatamente passei a idéia para meus clientes, especialmente para uma cliente de moda festa-noite, para quem sugeri criar em seu atelier um ambiente cenográfico para clicar as clientes que comprassem seus vestidos e colocá-las em uma galeria de fotos no site. Estas clientes vão contar para as amigas, que vão entrar no site para vê-las e já criou-se assim uma divulgação boca a boca. Estamos vivendo na era do Big Brother, dos 15min de fama, dos blogs de moda de rua. Usar pessoas comuns na passarela e no catálogo é uma tendência que, na minha opinião, pode crescer muito, pois é uma forma de aproximar o sonho da realidade, de mostrar que o seu produto foi criado para pessoas comuns e não apenas para ícones de beleza.
Outra tendência que também acredito é no “marketing adulto”, que aposta em temas picantes, no macabro, na pornografia, mas sempre de forma sutil e elegante. Tenho lido bastante a esse respeito e a estratégia de uma sorveteria londrina, que criou toda a sua campanha de divulgação inspirada no universo pornô, me chamou atenção em especial. As pessoas querem se chocar, querem ser impactadas e assuntos como estes ainda causam impacto, principalmente quando o produto não tem nada a ver com esse universo. Um outro exemplo bacana é de uma grife de coisinhas fofas - tipo travesseirinho da vovó, almofadas e afins - que criou uma linha super mimosa (estilo Cottage) com dizeres pra lá de ousados. Imagina uma toalhinha de ponto de cruz super delicada com uma frase pornográfica bordada ? Chocante, não é ? Impossível passar despercebido.
E a terceira tendência que vou citar é a “mordomia”. Se o produto ou serviço de uma marca não tem um diferencial muito grande, nem é super vanguarda, paparicar o cliente é uma necessidade básica nos dias de hoje. Todos estamos trabalhando mais sem ganhar mais por isso, ou seja, é preciso oferecer facilidades (descontos em parceiros, brindes, entrega em casa, consertos, sites com informações úteis para o cliente, etc) e não cobrar mais por elas. O ideal é oferecer vantagens e ferramentas que realmente facilitem a vida do cliente. Uma vez estava em um salão de beleza e vi uma cliente dizer que não poderia ficar para fazer o cabelo porque tinha que buscar o resultado de um exame do filho em um laboratório, que já estava prestes a fechar. A gerente do salão imediatamente convocou um funcionário para buscar o exame e a cliente ficou muito agradecida. Esta é uma das formas que vejo hoje de conseguir algum tipo de fidelidade com o consumidor.
Para ter idéias é preciso ser criativo. Que conselho você daria para as pessoas que querem exercitar a criatividade ?
Ser curioso e muito observador. Aprendi em um curso de PNL (programação neurolinguística) que a melhor forma de exercitar a criatividade é expondo-se sempre a novos estímulos. Viaje para lugares diferentes, coma em restaurantes diferentes, não peça sempre o mesmo prato, leia textos de todos os assuntos, mesmo aqueles que não te interessam tanto, conheça o máximo de pessoas possível, converse, escute, vá a exposições, estimule bastante o olhar. Esta bricolagem se transformará no seu instrumento de trabalho mais poderoso.

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