sábado, 4 de maio de 2013
CONTO --------- Sagrada família
Flávia era uma namoradeira. Desde os 14 anos tinha um namorado diferente por dia e achava que transar era fundamental para conhecer melhor as pessoas. Era uma trepadeira, mas raramente se apaixonava por alguém. Queria mesmo era divertir-se e era dessas que acreditavam que "lavou tá novo". Alta, muito bonita, inteligente e boa de papo não tinha qualquer dificuldade para conseguir o homem ou a mulher que quisesse. Mulher só quis uma vez, para experimentar. Não gostou e não fez a menor questão de repetir a experiência. Experiências fez muitas com drogas, mas hoje aos 30 anos não quer mais saber de transar com qualquer um e quer distância das drogas. Na verdade Flávia estava - e já não era sem tempo - em busca de um grande amor, o grande, verdadeiro e primeiro amor de sua vida. Quando entrou para a Faculdade de Sociologia Flávia, agora recatadíssima, só pensava em formar-se e garantir seu futuro. Sonhava com um grande amor, mas não estava ansiosa para encontrá-lo.
No primeiro dia de aula o professor Andrade (Felix Andrade era seu nome todo) chamou com seu jeitão bonachão, a atenção de Flávia, que, é claro, virou imediatamente a melhor aluna da classe, principalmente na matéria da qual Andrade era o professor titular. Separado há menos de dois anos, pai de um filho adolescente, Andrade já tinha 63 anos, vivia sozinho num pequeno apartamento na Urca, no Rio. Não escondia de ninguém o quanto tinha sofrido com a separação, depois de um casamento de quase trinta anos, e por isso mesmo fazia do trabalho o seu prazer maior e tinha, como costumava dizer, em cada aluna uma filha - filhas que frequentavam invariavelmente seu apartamento, mas só para estudar. Com Flávia foi diferente com conversas frequentes nos intervalosdasaulas. Foiesculpa de falar sobre um determinado trabalho que Flávia, que já se percebia “apaixonada pelo professor”, convidou Andrade para almoçar. Os almoços, sempre com a desculpa de falar dos estudos de sociologia, se repetiam com frequência, e na sala de aula todas as alunos já percebiam que estava rolando um clima entre Andrade e Flávia.
Andrade também não conseguia mais disfarçar seu interesse nada educativo por Flávia e, vencendo a timidez, acabou convidando-a para um drinque em sua casa "onde podemos conversar mais e melhor". Na mesmo final de tarde saíram juntos da faculdade (nem se importaram com o que os outros pudessem comentar), e menos de meia hora depois Flávia estacionava seu velho carro na porta do edifício em que Andrade morava. No início, já no apartamento, a conversa foi sobre livros. Estavam os dois ainda meio sem graça, até que o vinho que estavam tomando passou a comandar as ações, e foi sem perceber que Andrade e Flávia começaram a se beijar, a se agarrar, sem mais conseguir disfarçar o desejo de que queriam isso há muito tempo. O tímido Andrade virou um animal e agarrava Flávia como se quisesse arrancar um pedaço. Dizia com a voz trêmula:
- Como eu esperei por isso, como você é gostosa. Eu não transo com ninguém há muito tempo e só uma mulher como você conseguiria me fazer ficar outra vez desse jeito... A experiente e desinibida Flávia vibrava com o que ouvia e resolveu não perder aquele homem de jeito nenhum. Não seria, pensou, como tantas outras, uma transa só. Tinha descoberto o amor que procurava e caprichou: de joelhos, ali na sala mesmo, abriu o fecho da velha calça de tergal de Andrade e chupou seu pênis com requinte e gulodice, passando, primeiro, a língua na cabecinha para, sempre bem devagar, lamber inteiro, que, vez por outra enfiava na boca. Andrade tremia de prazer e já nem se aguentava de pé quando, sussurrando, Flávia avisou:
- Vou engolir tudo. Você quer?
Imediatamente, o pau latejante de Andrade quase encostou na garganta de Flávia. Sentindo que ia gozar, Andrade tirou seu pau da boca de Flávia, como se quisesse retardar por mais tempo esse imenso prazer, que não sentia a muito tempo. Pediu:
- Vamos para a cama, vamos...
Na cama, Flávia continuou caprichando na chupada e, percebendo que Andrade estava meio cansado, sentou-se em seu pau e iniciou um vaivém enlouquecedor. O velho Andrade gemia e foi quase chorando que gozou. Gozaram juntos e aos gritos, gritos que certamente intrigaram a vizinhança acostumada com o silêncio do apartamento de Andrade. Quando chegou em casa Flávia estava convencida de que tinha encontrado, enfim, o grande amor que tanto procurava. No dia seguinte, anunciou para a família, a mãe viúva, e os irmãos mais velhos, que estava amando. Foi uma comemoração, e festeiros, os irmãos trataram logo de inventar um almoço para que Andrade ficasse conhecendo toda a família. No sábado seguinte, lá estava Andrade, vestido com a mesma camisa bege de algodão e a calça cinza chumbo de tergal, na casa de Flávia, para almoçar. Foi um almoço regado a camarão (um luxo) que ele não cansou de elogiar, principalmente depois que ficou sabendo que tinha sido Lídia, a mãe de Flávia, quem tinha preparado tudo.
- Tem mãos de fada - repetia Andrade - dirigindo-se para Lídia, a viúva bonitona que ainda dava - e como - pro gasto.
Flávia e Andrade continuaram namorando, e a essa altura, vez por outra, já trepavam na casa de Flávia, onde ele dormia quando, de propósito, perdia a hora. Eram trepadas nada silenciosas. No quarto ao lado, a viúva Lídia, que estava há anos sem namorado, ouvia tudo e morria de inveja e de tesão, que controlava masturbando-se, porque, pensava, "pra isso não tem idade”. Nas constantes visitas que fazia à casa de Flávia, Andrade reservava sempre um bom tempo para conversar com a sogra, que considerava bonitona e muito inteligente. Uma amiga de verdade. Talvez por isso muitas vezes preferia ficar conversando com Lídia, enquanto Flávia saía com os amigos de sua idade para tomar um chope. No início, Flávia até que não se importava, mas com o tempo começou a sentir uma estranha desconfiança e resolveu terminar o namoro com Andrade. Foi o fim do namoro mas não o fim da amizade familiar. Andrade continuou frequentando a casa e passou também a convidar Lídia para jantar, passear, fazer um programinha. Depois de um jantar, Andrade foi levar Lídia para casa e, íntimo, subiu para tomar um café. De repente, lá estavam os dois no quarto de Lídia, onde treparam a noite inteira. Foram trepadas respeitosas mas repletas de prazer. Lídia, que estava há muito tempo sem transar, gozou repetidas vezes, como nunca tinha gozado nos seus 55 anos de vida. Andrade, que sentira muito prazer com Flávia, sentiu um prazer ainda maior nos braços experientes de Lídia, que chupava um pau melhor do que a filha. Andrade chupava os já quase murchos peitos de Lídia com carinho, um carinho que nunca tinha tido por outra mulher, a não ser aquela com quem tinha sido casado. Depois da segunda trepada pela frente, Lídia ofereceu a velha, mas ainda durinha, bunda e confessou:
- Eu sempre gostei de dar, e apesar de quase todo mundo dizer que mulher não goza pela bunda, eu gozo,sim. Meu marido adorava. Come ela também...
- Eu gosto muito, minha ex-mulher também gostava de dar - respondeu Andrade, que já estava esfregando o pau na bunda de Lídia. Ficou assim alguns segundos, e quando percebeu que ela estava bem lubrificadinha, enfiou seu pau naquela bunda experiente. Gozou e deitou a cabeça na bunda de Lídia. Ficou ali deitado por um bom tempo. Andrade e Lídia treparam, todo o tempo, preocupados em não fazer muito barulho, mas os gemidos eram inevitáveis.
Agora era Flávia quem, no quarto ao lado, ouvia tudo, mas fingia não se importar. Pensava: “nessa idade, eles têm mesmo a ver um com o outro”.
Andrade e Lídia estão, depois da aprovação de toda a família, morando juntos e criando os netinhos de Lídia. Flávia mora com eles e, às vezes‚ é obrigada a chamar o ex- amante e ainda professor de papai. Com um imensa dor no coração. (Eli Halfoun)
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