quinta-feira, 23 de maio de 2013

"Amor à Vida": uma novela sem medo de ser piegas

Deve ter acontecido com muita gente: o cara entra no boteco para tomar um suco ou um refrigerante (guaraná, por exemplo), as pede (sem pestanejar uma Coca-Cola, mesmo que não esteja querendo tomar o mais popular de nossos refrigerantes. É uma espécie de vício que nos leva a pedir o que costumamos tomar mais vezes e não exatamente porque seja melhor. O refrigerante famoso está no inconsciente do consumidor. As novelas da Globo também exercem essa poderosa dependência no telespectador que sintoniza emissora até quando quer ver outro canal. Novelas da Globo viraram um vício e quase uma obrigação nacional: quem não assiste está desinformado e costuma ficar afastado dos papos e discussões fora que os folhetins globais impõe ao público. Portanto, nada a estranhar que a estréia de “Amor è Vida” seja no momento o centro das atenções na televisão. São muitas as críticas e as virtudes apontadas para a novela. Exagero: em apenas um capítulo, o da estréia, é impossível analisar como será o trabalho como um todo. Leva jeito de ser bom e bastante movimentado, apesar de alguns excessos dramáticos na apresentação dos personagens e da trama. O que me prece é que o autor Walcyr Carrasco quer mesmo é retomar os antigos folhetins que no início das telenovelas no Brasil cansamos de importar do México, especialista em fazer dramalhões que arrancavam lágrimas do telespectador. Até agora a fórmula de “Amor à Vida” parece ser a mesma (é uma fórmula imbatível e definitiva) e tudo leva a crer que dramas (e, portanto, lágrimas) não faltarão até o final, assim como se pode ter certeza de que “Amor à Vida” será uma novela atualizada com a realidade isloi8zada e por isso mesmo bastante movimentada com ações rápidas e certeiras. O primeiro capítulo foi uma maratona de ações e emoções com uma direção renovada e ágil, ou seja, deixando o barco correr solto na mesma intensidade da emoção que o telespectador está sentido. Não se sabe se esse ritmo poderá ser mantido em todos os capítulos, mas é inegável que Wolf Maya quer inovar na direção e que o autor Walcyr Carrasco não terá nenhum medo ou vergonha de ser piegas para criar todo tipo de emoção. Afinal, todas as emoções são piegas e só por isso são emoção e não razão. (Eli Halfoun)

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