quinta-feira, 7 de abril de 2011

CRÔNICA ---- Falsas promessas

Na ingenuidade de nossas infâncias nem bem entendíamos as coisas (muitas coisas continuo sem entender) e já ouvíamos falar que “promessa é dívida”. Hoje é dúvida.
Houve tempo em que era mesmo dívida e para a maioria das pessoas valia mais do que a assinatura em qualquer documento. Eram tempos em que os homens eram mais sinceros, mais honestos e certamente mais felizes porque não costumavam carregar tantas culpas.
A promessa deixou de ter importância porque passou a não ser cumprida, perdeu credibilidade e se perdeu num amontoado de palavras que já não fazem sentido. Pode-se dizer que a desmoralização da promessa começou, com os políticos que jamais fizeram o que se comprometeram e se comprometem a fazer.
As falsas promessas fazem parte do cotidiano de todos nós e provocam muitas decepções. Quem faz uma promessa, seja lá de que tipo for, cria expectativa e esperança. A promessa não cumprida é sempre frustrante e cruel: destrói sonhos, arrasa planos, derruba vidas.
Mesmo desacreditada a promessa ainda faz com que se espere muito dela. É quase sempre a certeza da salvação e quando não cumprida, o que enterra esperanças e cria uma dor que é de uma crueldade absoluta. Promessas são feitas diariamente e confirmam que perderam completamente o sentido, a generosidade. Tem gente que promete por prometer porque não tem a menor intenção de cumprir e de fazer valer o que diz. A promessa está desacreditada. A palavra dos homens também.
Quem foi vítima de uma falsa promessa deve ter aprendido o quanto é importante pensar bem antes de prometer qualquer coisa. O não cumprimento da promessa é uma decepção e um sofrimento. Não prometa nada se não puder cumprir: não prometa uma simples bala para uma criança e deixe de levar. As mais inocentes promessas também criam enormes desilusões.
Muitas vezes quem promete tem a intenção de ajudar, criar esperança, de manter inteiro o sonho do próximo. Esse tipo de esperança pode durar algum tempo, mas o não cumprimento da promessa acaba fazendo um estrago muito maior. É fundamental não perder a esperança, mas é necessário não acreditar em qualquer promessa. Promessas não podem continuar sendo só um amontoado de palavras. Falsas promessas são crime. E deviam dar cadeia
(Eli Halfoun)

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