segunda-feira, 18 de abril de 2011

Meu último encontro com o arquivo fotográfico da Bloch

Onde estará escondida parte da história visual do Brasil? O “desaparecimento” do arquivo fotográfico que pertenceu a Bloch Editores carrega com ele mais do que milhares de fotografias: carrega principalmente um documento histórico que o país deveria (deve) preservar. O arquivo fotográfico da não é e não pode ser e um bem material particular. É um patrimônio do país que por isso mesmo deveria tentar recuperar e preservar milhares de fotos que “escrevem” nossa história mais recente. O arquivo da Bloch era ma tranquilidade para nós profissionais que podíamos utilizar seu variado material. O último contato que tive com o arquivo foi quando a convite do Roberto Barreira e do Lincoln Martins editei a Manchete Especial dos 60 anos de Roberto Carlos, que já comemora 70 anos. A Manchete Especial sobre RC. Ela foi também uma das últimas publicações da Nova Manchete, tentativa de profissionais apaixonados de manter circulando as revistas da Bloch que como seu arquivo fotográfico fazem a nossa história. Na Nova Manchete não havia muitas condições de trabalho e sem repórteres para colher depoimentos e informações foi o arquivo da Bloch que me salvou: a Nova Bloch funcionava na Lapa e o arquivo da Bloch continuava ocupando um andar (o sétimo se não me falha a memória) do imponente prédio da Rua do Russel. Solicitei o material uma hora depois o Alberto que tinha uma longa intimidade com o arquivo aparece na redação com várias pastas de fotos em preto e branco e dezenas de cartelas com cromos de RC. Ficou fácil: bastou selecionar algumas fotos (missão difícil porque todas eram de ótima qualidade) e editar a revista com poucos textos e legendas. O salvador arquivo da Bloch permitiu fazer circular mais uma Manchete que contando a trajetória dos 60 anos de Roberto Caos transformou-se em um documento cultural do Brasil. É por respeito aos fotógrafos que sã os verdadeiros donos desse patrimônio material e a memória visual do país que o arquivo da Bloch não pode ficar trancado a sete chaves em mãos de um único “dono”. O arquivo da Bloch, com o qual convivi durante 18 anos não é de um único proprietário. Ele é nosso. Do país (Eli Hafoun)

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