segunda-feira, 16 de novembro de 2009

VICIADOS EM SAÚDE

Que doença! Tem saúde demais nas nossas vidas, no nosso comum dia a dia. A preocupação com a saúde, o bem estar, sempre existiu, mas houve um tempo em que certamente se vivia com menos doenças, menos “milagres” e sem essa exagerada preocupação. Esse é mais um fenômeno dos modernos e corridos de hoje. Todo mundo tem pressa, mesmo que a pressa seja só a de não fazer nada.
Os cuidados com a saúde aumentam na mesma proporção em que se fazem maiores os espaços na mídia dedicados às novas e diárias descobertas científicas e principalmente às fórmulas que, mesmo que não tenham qualquer constatação científica prometem acabar com a gordura,diminuir o colesterol e as dores em geral. Prometem mais e melhor vida, o que nem sempre acontece. Cuidar-se é, sim, fundamental, mas não se permitir ficar escravo de todos os cada vez mais caros medicamentos e “milagres” é mais saudável.
A mídia cumpre seu papel de informar, de tentar orientar e ajudar. Se por um lado isso é bom, por outro é perigoso: orientações de saúde transmitidas pelo jornal, mesmo que apenas alternativas, podem ser uma armadilha: cada jornal publica um conselho diferente para a mesma função e o leitor que recebe diariamente goela abaixo comprimidos com todo tipo de informação sobre saúde, acaba desorientado e cometendo verdadeiras loucuras em busca e em nome de dias melhores e mais saudáveis. Enquanto um jornal diz, através de uma opinião abalizada que tal alimento, tal medicamento é bom, outro jornal condena esse mesmo alimento ou medicamento. Resultado: essas receitas “populares” com várias e estranhas orientações só desorientam. Sem falar que cada um de nós tem sempre a mais eficiente receita para ensinar aos parentes, aos amigos, aos vizinhos. Todo cuidado é pouco e por isso mesmo o ideal é procurar o médico. Médicos também erram, mas erram muito menos do que os muitos milagreiros que se anunciam através da mídia.
Até os novos medicamentos divulgados precisam ser vistos com extrema cautela: sempre que chega aos jornais a informação de uma nova fórmula científica é preciso esperar. Esperar muito.
Medicamentos novos não significam necessariamente a solução de problemas de saúde, de novas e definitivas curas. Qualquer nova descoberta científica anunciada, na maioria das vezes apressadamente, pelos laboratórios precisa de pelo menos dez anos para que tenha sua eficácia científica realmente comprovada. Mas esse é um problema para os médicos.
Nós que buscamos mais saúde e em consequência mais vida, precisamos estar alertas para não seguir tudo o que nos aconselham e prometem. Essa extrema preocupação com a saúde pode acabar nos fazendo ficar muito mais doentes, mais preocupados e menos felizes.
* Viciados em saúde
DROGAS LIVRES?
COMO?
“Sou favorável à liberação das drogas, desde que seja um pacto internacional. Senão pode o Brasil virar a Walt Disney das drogas” – a declaração é do governador Sergio Cabral em extensa entrevista ao Jornal do Brasil. A liberalização das drogas é um problema complicado que envolve muitas e profundas questões e por isso mesmo é uma discussão que, espera-se, um dia tenha fim, enfim. Certo mesmo é a necessidade de resolver urgentemente o comércio (tráfico) ilegal de drogas que continua levando tantos e tantos jovens para um caminho sem volta: o da morte. A liberalização das drogas foi tentada como solução em outros países supostamente mais preparados do que o nosso e não funcionou, não deu certo como se esperava. Aqui nem se fala: mesmo que esse terrível tipo de negócio seja legalizado, o que em tese acabaria com os traficantes, haverá sempre um comerciante legalmente estabelecido querendo levar, como acontece em quase tudo no comércio, vantagem em cima do consumidor. E, convenhamos, o Brasil não pode virar um parque de diversões de usuários, ou seja, drogados de mundo inteiro. Legalizada ou não a droga não pode virar atração turística e nem o Brasil um paraíso de quem escolhe a morte como caminho de vida.
FALAR MAL É
FÁCIL. MUITO FÁCIL
Não é preciso ser especialista no assunto para saber que a questão das drogas (tráfico e consumo) está longe de ter uma solução até porque o problema virou apenas caso de polícia (deveria ser de saúde) e nunca é discutido com profundidade em busca de pelo menos uma solução paliativa. O que chama atenção não só nessa, mas em todas as questões colocadas em pauta é a facilidade de falar mal sem acrescentar nada ao tema e, portanto à discussão. Bastou o governador Sérgio Cabral vir a púbico dizer que é, com restrições, é claro, favorável à liberalização das drogas para receber um rajada de críticas. Os adversários políticos sempre se aproveitam de qualquer brecha para botar o nariz pra fora e o rabo pra dentro. Marcelo Itagiba, que já foi nosso Secretário de Segurança e hoje é deputado com grandes ambições políticas acha que “a defesa pela liberação das drogas só é feita por aqueles que são incompetentes para combatê-las”. Ao que se saiba nosso ex-Secretário de Segurança Pública não conseguiu nada na guerra contra o tráfico. O ex-governador Anthony Garotinho, outro ambicioso político limita-se se a dizer q eu Cabral é de “um deslumbrado”. Já o deputado Fernando Gabeira, um convicto batalhador pela liberalização da maconha, mostra bom senso e diz que “o tema é muito difícil de ser debatido e acha que sem a reforma da polícia não há condições nem de reprimir e nem de liberar, porque não terá controle”. A discussão realmente é polêmica e torna-se mais difícil porque cada vez que se fala no assunto a única coisa que se faz é criticar, muitas vezes sem conhecimento do tema e apenas pelo prazer de criticar – criticar qualquer coisa. Falar mal só por falar também é uma droga
HAJA LEI SECA: A MORTE
VIVE NAS RUAS
Criada em 1950 a indústria automobilística brasileira nos orgulha, mas nem tanto: a violência no trânsito causa problemas graves. O custo anual de acidentes de trânsito no país é, segundo estudo da Associação Nacional de Transportes Públicos, de R$ 28 bilhões de reais, conseqüência de 35 mil mortes, 100 mil pessoas com deficiências temporárias e 400 mil feridos. Haja lei seca.
É hora de frear para pensar e desacelerar a brutal estatística de vítimas que o trânsito provoca: estudos mostram que no Brasil são três mil as vítimas fatais provocadas mensalmente pelos acidentes, ou seja, um número quatro vezes maior ao de países desenvolvidos e a mesma quantidade de vítimas do atentado de 11 de setembro as torres gêmeas nos Estados Unidos.
Estudos comprovam que os acidentes de trânsito são conseqüências diretas da nossa distorcida visão sobre o assunto: nunca nos damos conta que os acidentes de trânsito agravam a falta de vagas nos hospitais públicos, onde de cada dez leitos nos Centros de Terapia Intensiva dois são ocupados por vítimas do trânsito.
Sem atenção e educação, a tendência é a violência no trânsito aumentar: anualmente 1,7 milhões de pessoas obtêm a Carteira Nacional de Habilitação (grande parte de jovens entre 18 e 24 anos), um milhão de motoristas renovam suas habilitações. No Ro 41% dos acidentes são causados por excesso de velocidade. É o estado com maior índice, seguido de São Paulo e Brasília com, respectivamente, 28% e 21%.
Dados do Corpo de Bombeiros mostram que cerca de 30% das pessoas que batem de carro possuem hálito etílico, o que acontece também com 24% dos atropelados.
O Brasil tem registros de 40 milhões de veículos (27 milhões circulando) Anualmente cerca de 9 milhões de automóveis trocam de proprietários e 3 milhões de novos veículos (um milhão de motocicletas) entram no mercado movimentando 100 bilhões de reais. Não é preciso dirigir para ser vítima: os atropelamentos são responsáveis por 36% das mortes nas estradas brasileiras. Vamos pisar no freio: nenhuma vida pode ser interrompida em alta velocidade.
UM BARQUINHO
SEM VIOLÃO
Não há quem não se sensibilize diante das imagens do caos instalado na Baixada Fluminense, que virou um verdadeiro rio insalubre. Assim como as promessas políticas a tragédia se repete todos os anos e a televisão nem precisaria r até lá (sempre de helicóptero, que nesse caso, além de mais seguro é a única opção) para uma completa cobertura. Basta repetir imagens dos anos anteriores. Não seria honesto, mas seria verdadeiro: essa história se repete há anos. Qualquer pingo mais grosso mostra que mesmo quando se jura de pés juntos que ali foram feitas obras são evidentemente obras de péssima qualidade (coisas dos “sertgiosnayas” da vida). Obras de fachada que servem apenas como maquiagem às vésperas de eleição quando os candidatos prometem qualquer coisa (qualquer coisa mesmo) só para garantir mais um clique na urna eletrônica. O que se tem visto repetidamente nas áreas mais pobres de toda a Baixada é tão trágico que certamente arranca lágrimas de qualquer cidadão der bem. Menos dos políticos.
Muita incompetência fica evidente diante do caos e deixa também, embora possa parecer brincadeira, uma certeza: barcos e iates são diversão para os ricos. Para os pobres passaram a ser, uma necessidade: melhor ter um barquinho do que um fusquinha velho na garagem no que já foi um quintal.
PIRATAS DA
CARA DE PAU
Armaram o maior carnaval (como sempre só para mostrar trabalho) com a apreensão de 12 toneladas de produtos piratas vendidos livremente e não é de hoje no Camelódromo do Rio. Nenhuma novidade: milhares de pessoas de todas as classes sociais (rico usa produto pirata, mas anuncia que é verdadeiro porque comprou em Miami) que frequentam aquela concentração de ex--camelos sempre soube que ali o comércio é quase todo de produtos falsificados, única maneira de vender tão barato quanto se quer fazer crer. Não cabe aquela velha desculpa do “compra quem quer”. É diferente: compra quem não pode adquirir os chamados produtos autênticos que mesmo como dólar em crise ainda custam os olhos da cara e mesmo assim também costumam apresentar problemas porque não existe por aqui, nenhum rigoroso controle de qualidade. Nem de quem é estabelecido legalmente pratica o obrigatório e, portanto, fundamental respeito ao consumidor. Combater a pirataria é, sim, uma necessidade, ainda mais quando se quer recolher (fim de ano é assim) mais impostos. Tudo bem: recolheram 12 toneladas de produtos piratas, ou seja, falsificados, mas isso não é absolutamente nada: muitas outras toneladas estão espalhadas nas mãos de vendedores ambulantes em qualquer esquina e nos outros pontos chamados ironicamente de comércio popular. Todo mundo sabe onde esses produtos podem ser adquiridos. Tomando por base só a notícia do recolhimento das 12 toneladas de falsificações (algumas fabricadas em quintais aqui mesmo e por grandes indústrias) uma pergunta se impõe: como é que, contando por baixo, 12 toneladas de contrabando entraram o país? Tem pirataria nessa jogada.

Um comentário:

  1. Ele sabe bem o que está fazendo !
    Todas as idéias dele deram certo vamos apostar nele gente.

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