quarta-feira, 25 de novembro de 2009

LADRÕES DE BICICLETA

Todos os meninos ganham uma bola, que pode ser de couro, de borracha e até de meia. Todas as meninas ganham uma boneca, que pode variar das de pano até as que só faltam falar de verdade, porque de mentira elas já falam e são repetitivas como quase todas as mulheres e a maioria dos homens. Mesmo tendo bolas e bonecas todas as crianças sonham sempre ganhar uma bicicleta. Para meninos e meninas é um sonho bom. Para os adultos as bicicletas transformaram-se pesadelo. O que poderia ser saudável solução para o caos do trânsito e para a poluição que nos faz mais doente virou mais uma ameaça. A bicicleta em si não tem culpa: é como acontece com quase tudo, o homem que a faz perigosa, agressiva, imprudente.
O inofensivo e romântico veículo é conduzido, na maioria das vezes, com imprudência, incompetência e irresponsabilidade, como se elas, bicicletas, e seus condutores fossem os donos das ruas. Trafegam na contramão, não respeitam sinais e nem limites de velocidade. Pior não respeitem nem o pobre do pedestre, cada vez mais limitado na liberdade do ir e vir até pelas calçadas, que pertencem aos transeuntes, mas estão invadidas por carros estacionados irregularmente e por bicicletas, que também trafegam irregular e perigosamente.
Bicicletas são veículos e como tal deveriam seguir as regras do trânsito e, no mínimo, respeitar os que andam a pé. Não é isso o que acontece: as bicicletas invadem todos os espaços, expõe os pedestres a mais um ripo de perigo. Não respeitam nada, absolutamente nada, embora devessem seguir todas as leis de trânsito. Todo dia alguém é atropelado por uma bicicleta ou é se vê obrigado a pular assustado para desviar do “duas rodas”, que trafega imprudentemente pelas calçadas quando na verdade devia estar no asfalto. Calçadas, embora já não pareça, foram feitas para pedestres. Hoje muito mais para os camelôs.
Não é só: ficou comum ler, quase que diariamente, notícia de que uma pessoa foi assaltada por um ladrão que chegou e fugiu de bicicleta ou ainda que uma pessoa perdeu a bicicleta, roubada quando passeava tranquilamente em espaço reservado para o uso do veículo. Está perigoso sair a pé, de carro ou de bicicleta. Está chegando o momento de andarmos em canhões.
Estão ficando para trás e com uma velocidade assustadora, os tempos em que andar de bicicleta era um verdadeiro prazer, um gostoso lazer. Bicicletas só continuam românticas nos cartões postais de Paquetá. Pode ser que até lá, onde os carros são proibidos de circular, as bicicletas também tenham perdido o romantismo.
Nesse tempo de sedutoras ofertas tecnológicas, talvez até as crianças estejam deixando para trás o sonho de ganhar uma bicicleta. Hoje preferem um computador ou um complicado jogo eletrônico. Pelo menos esses ainda não atropelam ninguém. Nossas crianças estão perdendo a ingenuidade de sonhar com romantismo. Para os adultos sobraram as lembranças de um tempo em que não havia ladrões de bicicleta. As bicicletas perderam o romantismo e a pureza e não apenas a pureza de não nos sufocar em fumaça e problemas de saúde. Cada vez mais a vida está perdendo o delicioso prazer do romantismo.
* Por nossa própria culpa
DENGUE: A CULPA
TAMBÉM É NOSSA
Podem ficar novamente alarmantes os números de casos de dengue nesse ensolarado Rio (o sol parece ser carioca da gema) que passou a ter o sempre tão esperado verão como uma ameaça. Mais preocupante ainda é saber que a culpa é nossa: cansam de nos avisar da necessidade de alguns simples cuidados, mas deixamos pra lá como se o tenebroso mosquito fosse picar apenas os postes. É impressionante como o ser humano é desleixado na hora de cuidar dele mesmo: quando se trata do nosso corpo, da nossa saúde, do nosso bem estar deixamos tudo para depois e depois pode ser muito tarde. Foi assim no ano passado. Estamos acostumados (burramente, é verdade) a culpar os outros em tudo e por tudo. Culpamos principalmente o governo, que tem, sim, muitas culpas e responsabilidades. Exemplo: nunca se desenvolveu no Brasil uma política eficiente de saúde preventiva e sabemos todos que em matéria de doenças a prevenção é e sempre será sempre o melhor remédio.
A dengue só se transformou nesse perigo iminente por falta de atenção. Principalmente a nossa. Não custa nada manter os vasos sem água nos pratos (a beleza das plantas não pode ser mortal), limpar nossos quintais, não deixar água empoçada, mas a maioria da população não faz isso porque, por falta de cuidado e excesso de otimismo, acha que o mosquito vai “voar em outra freguesia”. Só na mancamos diante de ameaças e punições. Parece que gostamos de levar bronca, de que nos encostem contra a parede. O homem só reage quando está encurralado. Seria bem mais fácil se cada um fizesse pelo menos o mínimo. O maior bem que possuímos é o de poder cuidar de nós mesmos, de reagir a tudo que possa de alguma forma nos fazer mal. Não adianta apenas protestar, reclamar, ficar indignado. É preciso agir. No caso da dengue a ação se faz urgente.
Todos devem lembrar do anúncio de uma marca de amortecedores que mostrava terríveis acidentes de carro e alertava para a necessidade de usar no carro amortecedores de boa qualidade. Na época todo mundo reagiu contra a agressividade do anúncio, mas só assim as pessoas se conscientizaram da necessidade de alguns importantes cuidados. Esses mesmos cuidados se fazem fundamentais (e cada vez mais) agora. É bom lembrar que diminuir a incidência de casos de dengue é uma tarefa (uma missão) que cabe a nós, embora isso não seja uma desculpa para não cobrarmos ações urgentes do governo em relação à saúde. Cuba conseguiu acabar com a dengue. Nós também podemos. Ou será que estamos esperando um tapa na cara, que nos mostre pessoas agonizando nos leitos (quando há leitos) dos hospitais por conta da picada de um mosquito que só está vencendo essa guerra porque nós, vítimas, estamos permitindo. Pense bem: não faz sentido deixar de cumprir tarefas simples e ficar esperando que a televisão nos mostre a cruel realidade da dengue. As pessoas estão morrendo ao nosso lado. Não adianta fingir que não estamos vendo e que não temos nada com isso. Essa culpa também é nossa. Vamos “picar” o mosquito e evitar que ele se acomode nas nossas vidas. Lembremos sempre que apenas nós podemos acabar com a dengue.
LULA, O BOM
ALUNO DO BRASIL
Lula, que não é bobo nem nada, resolveu usar o bom humor, uma das mais marcantes características brasileiras para continuar respondendo a agressiva declaração de Caetano Veloso que entre outras coisas o chamou de analfabeto. Agora toda vez que utiliza uma palavra menos usual em seus discursos Lula faz questão de, publicamente, chamar um assessor e pedir: “anote essa palavra e manda para o companheiro Caetano para ele ver que eu estou me esforçando”. Lula é no momento, não se pode negar o principal personagem de piadas e não só das que, mesmo quando fala sério, ele faz. O jornalista José Simão, por exemplo, acha que o filme sobre a presidente foi lançado com o título errado: para Simão o título adequado seria “Lula, o filho do barril”. O mesmo Simão acredita que outros filmes do gênero virão por aí e aposta que o próximo será “2 filhos de FHC”. O filme sobre Lula tem obtido uma grande repercussão, inclusive internacional: a revista semanal francesa L’Expresse dedica grande espaço ao filme e antecipa que o próximo passo será adaptar a história e transformá-la em uma novela com o título de “Lula Superstar”. Das duas uma: ou eles estão de gozação ou acham que o Brasil é mesmo o país da ficção.

O OLHAR PERFEITO DA
SABEDORIA POPULAR

Não se pode desprezar a sabedoria popular. De uma forma ou de outra ela sempre se confirma. Agora e o Flamengo que está aprendendo e ensinado isso uma vez mais ao descobrir que tinha ao seu lado o que mais procurava: um técnico capaz de dar ao time a cara do Flamengo. Primeiro o clube tentou, como, aliás, acontece em todos os chamados grandes times, a solução contratando “medalhões” aos quais pagava (na verdade ficava devendo) salários extraordinários. Nada deu certo até o Flamengo perceber que a solução estava ali pertinho, praticamente colada ao seu corpo. Foi só olhar para o lado e dar de cara com Andrade, profissional perfeitamente identificado com o clube do qual foi craque. Andrade sempre esteve ali usado como tapa buraco e sem qualquer tipo de vaidade, se deixava usar como uma espécie de ioiô em um joguinho que não lhe fazia justiça profissional até ser confirmado como técnico (esse negócio e interino é uma hipocrisia) isso depois do Flamengo ter tentado todos os tipos de solução. Mesmo os não rubro negros (meu caso: sou Vasco e pronto) sabem que Andrade está fazendo um excelente trabalho que, aliás, colocou o carioca Flamengo na briga pelo título do Campeonato Brasileiro. A grande lição (o futebol sempre nos dá maravilhosas lições de vida) que fica é a da sabedoria popular segundo a qual na maioria das vezes o que procuramos está e sempre esteve bem pertinho: basta olhar para o lado.
GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA:
UM PROBLEMA DE VIDAS
Sem essa de bairrismo: os bons exemplos devem ser um incentivo para todos, venham de onde vierem. É de São Paulo que chega uma animadora informação: a da redução de 32% nos índices de gravidez na adolescência. A gravidez na adolescência é apontada como um grave problema social. Estudos da Organização Pan-americana de Saúde atribuem o aumento do número de filhos de mães menores de 20 anos ao fato de que “o conhecimento sobre a relação sexual livre se difunde mais rapidamente entre os adolescentes, que o conhecimento sobre os efeitos biológicos e psicológicos adversos na gravidez nessa idade, tanto para a mãe quanto para o filho”.
Pesquisas mostram que no Brasil é na classe social mais pobre que se encontram os maiores índices de fecundidade na população adolescente (26%c das adolescentes entre 15 e 19 anos tiveram filhos, enquanto nas classes de renda mais elevada o índice foi somente de 2,3). Estima-se que no Brasil de 20% a 25% do total de mulheres gestantes sejam adolescentes: há uma gestante adolescente em cada cinco mulheres. Fica clara a necessidade de incentivar programas (muitos existem, mas será que saíram do papel?) de educação e prevenção, além de um adequado atendimento médico às jovens e desorientadas pacientes. Estudos revelam ainda que a gravidez na adolescência é, na maioria das vezes, indesejada e acaba influenciando diretamente na vida das meninas que por causa da gravidez, acabam deixando a escola. Pesquisas confirmam que as complicações obstétricas ocorrem em maior proporção nas adolescentes, principalmente as de faixa etária mais baixa. São problemas de saúde como anemia, ganho de peso, hipertensão, infecção urinária e muitos outros causados pela absoluta falta de atendimento pré-natal adequado. Portanto, cuidar das jovens grávidas com programas de esclarecimento e prevenção se faz urgente, especialmente quando se sabe que na maioria das vezes as meninas engravidam sem querer. A gravidez na adolescência é um problema de vida. De duas vidas.

POBRES MENINAS GRÁVIDAS
Às vezes é preciso ser repetitivo para criar consciência. A sempre duscutida gravidez na adolescência é, queiramos ou não, um problema de saúde porque lota hospitais e coloca em risco a vida de muitas jovens e seus bebês. Com base nas Estatísticas de Registro Civil o IBGE chama atenção para o número de adolescentes que ainda engravida: 20,5% dos nascimentos registrados (um em cada cinco gestações) ocorrem entre meninas com menos de 20 anos.
Não resolve ficar olhando e lamentando os números: é urgente uma política mais abrangente de orientação. A educadora sexual Maria Helena Vilela lembra que “diversos fatores contribuem para a gravidez na adolescência, mas é certo que meninas com projetos de vida, escolaridade, objetivos e orientação em casa engravidam muito menos”.
A educadora diz ainda que as adolescentes nas classes sociais mais favorecidas têm melhores condições de fazer abortos com mais garantias e por isso mesmo a gravidez precoce registrada na classe social mais baixa é alta. A constatação confirma que o aborto é praticado livremente em consultórios ou clínicas luxuosas, mas só é permitido aos que podem pagar caro. A hipocrisia, não permite que adolescentes mais pobres tenham direito e liberdade de escolher se querem ou não a maternidade.
Uma das soluções é a conscientização da prevenção: segundo especialistas quase a totalidade dos jovens sabe do que tratam as pílulas e camisinhas, mas não necessariamente usam esse conhecimento em seu benefício.
Para a ginecologista Vera Fonseca, “a pobreza é fator determinante para a gravidez entre as adolescentes, não apenas por conta da dificuldade de acesso à informação e aos métodos contraceptivos. Quando elas não têm perspectiva de vida a maternidade lhes parece um bom negócio”.
Além de acesso a informação é fundamental dar às meninas perspectivas de vida, de futuro: a gravidez não pode ser uma válvula de escape, uma espécie de bolsa família para quem nada mais tem a perder e acredita que com um filho vai ganhar. Perde mais: em geral os pais não assumem a responsabilidade e a mãe adolescente passa a viver em condições até piores do que as de antes.
Definitivamente não é o que queremos para as meninas do Brasil. Gravidez precoce é problema de saúde que precisa de solução urgente com ampla e definitiva discussão, inclusive sobre o aborto, que pé feito por aí aos montões, mas só por quem pode pagar..e pagar caro.
UMA NOVA LOURINHA
NA MESA E NO COPO
Esse intenso, quase infernal, calor que anda fazendo no Rio (se estivesse frio ou chovendo a gente ia reclamar do mesmo jeito) tem lá suas vantagens e uma delas é sem dúvida permitir e até incentivar calorosos encontros em torno de uma cerveja gelada ( não estupidamente gelada que é estupidez porque, segundo os especialistas, a cerveja fica saborosa quando é gelada a cinco graus). A turma da “loura gelada” tem mais um bom motivo para beber: está sendo lançada uma nova opção. É a Braun-Brau Bier, a primeira “lourinha” líquida produzida em Nova Friburgo, no Rio.Embora seja uma colonização alemã, Nova Friburgo tinha uma cerveja local, ou se preferirem, uma “lourinha” da casa. Agora tem. A Braun Braun é uma cerveja tipo pilsen, categoria Premium e produzida artesanalmente, seguindo os padrões da Lei da Pureza da Região de Reinhesggebot, na Baviera. Por enquanto só é possível encontrar a nova loura gelada na região serrana (Nova Friburgo, Petrópolis e Teresópolis, mas já a partir do próximo ano haverá uma selecionada distribuição entre bares e restaurantes do Rio para só depois chegar a São Paulo. Quem experimentou a nova cerveja garante que com esse calor vale a pena subir a serra para refrescar-se não só com o clima, mas agora também com a nova cerveja. Difícil será acertar o nome, mas não tem problema: basta pedir a mais nova “lourinha” da casa. Saúde!
BONEQUINHA MUSICAL
É LUXO SÓ
Parece que a febre do “apertar cintos” provocada pela crise financeira mundial não preocupa tanto assim os ingleses, pelo menos os que se dedicam à produção de espetáculos musicais. Para promover o lançamento da versão musical de “Bonequinha de Luxo” (um dos mais famosos filmes estrelados por Audrey Hepburn em 1961) os produtores do espetáculo (em cartaz no palco do West End, em Londres, com Anna Ariel papel título) fizeram o café da manhã mais caro do mundo. Os fabricantes do licor Chamboard bancaram a fartura, que não foi uma fartura qualquer servida para apenas 15 convidados. O cardápio (no caso menu cabe melhor) tinha, entre muitas outras delícias, croissants decorados e cobertos com ouro comestível e diamantes, geléias de groselha negra colhida na região francesa de Bar de Luc, uma xícara do sofisticado café Kopi Luak (cada xícara custa US$75), além de coquetéis preparados com champanhe Perrier Jouet Belle Epoque (custa US$ 1,5 mil a garrafa) e doses do licor Chamboard servido em garrafa incrustada de ouro, diamantes e pérolas (cada garrafa custa US$ 35 mil dólares). A brincadeira (essa é o que se pode chamar de brincadeira de bom gosto) custou US$ 35 mil dólares por pessoa. Aqui festa de lançamento é na base do salgadinho requentado e cerveja vagabunda e ainda por cima quente. Quem pode, pode.
MAIS PAULADA
NOS APOSENTADO
Pelo visto meter a mão no bolso dos aposentados é uma prática que só vai melhorar nos discursos que prometem muito, mas nada muda. Agora mesmo em Brasília já se sabe que “Lula decidiu com o ministro José Pimentel que o reajuste dos aposentados e pensionistas que ganham ( se é que isso pode ser considerado ganho) acima de um salário-mínimo será de apenas 6.5% e prepara medida provisória nesse sentido”. Não estão adiantando nada os avisos de parlamentares da base aliada de que não será fácil aprovar a MP (deve ser Mais Paulada) já que até a base aliada quer um aumento baseado no INPC cheio, que é na ordem de 9,2%. A base aliada também tem feito questão de lembrar que 2010 é ano eleitoral (e Dilma não vai bem nas pesquisas), ou seja, é ano de agradar os aposentados. Agradar, não. Fazer justiça, sim.
UM CAMINHO
DE VIDA
Mais do que o reconhecimento ao inegável talento artístico brasileiro através de diretores, técnicos, autores e por aí vai o Emmy conquistado há dias pela novela “Caminho das Índias” é um prêmio ao esforço, otimismo, força e, é claro, ao indiscutível talento da autora Glória Perez que mais uma vez se superou física e emocionalmente para poder escrever a novela. Na época não é novidade para ninguém, Glória Perez enfrentou com uma exemplar e admirável garra, um grave problema de saúde e mesmo assim foi em frente buscando no trabalho o remédio mais eficaz. Também não é novidade que Glória Perez enfrentou há anos o brutal assassinato de sua filha, a jovem e talentosa atriz Daniela Perez e também se superou. Portanto, o Emmy agora conquistado não é só um prêmio autoral. É um prêmio de vida para uma mulher excepcional, a própria mulher Maravilha.
UM MOLIÉRE
PARA O ZÉ
O Brasil é sem dúvida o país dos exageros e um deles é a farta distribuição de prêmios que são promovidas praticamente em qualquer esquina. Tem prêmio para tudo: melhor síndico, melhor camelô, melhor pastel, melhor bolinho, melhor pão com manteiga, melhor cerveja, melhor botequim, melhor padaria, melhor espirro, melhor isso, melhor aquilo. É esse exagero que muitas vezes faz os prêmios perderem importância, mas apesar desse festival de medalhas, troféus e diplomas alguns prêmios ganham credibilidade e merecem respeito. É o caso do Prêmio Moliére de teatro sempre ambicionado por autores, diretores e atores aplaudidos em suas conquistas artísticas profissionais. Pois bem criador do Prêmio Moliére saiu de cena quase em segredo e sem o reconhecimento que merecia. Depois de enfrentar uma doença que se arrastou durante anos Joseph Halfin, que virou nosso José vivendo muitos anos no Brasil (era casado com a brasileira Maria Alice, primeira capa da Vogue) como diretor da Air France e responsável, via Moliére, pela vinda ao Brasil de grandes atrações francesas, entre as quais Maurice Chevalier, Marcel Marceau, e Charles Aznavour. Ultimamente Halfin, o nosso José, vivia em um pequeno apartamento no Rio e partiu sem muitas homenagens. Então, fica daqui um simbólico Moliére para ele por serviços prestados ao teatro brasileiro.
TODA (QUASE) MUDEZ
SERÁ CASTIGADA
A nudez que Adriane Galisteu estampa em um cartaz, afixado inicialmente apenas em São Paulo (depois será a vez do Rio) para a campanha beneficente A Cara da Vida de conscientização sobre a Aids (ela perdeu o irmão em 1996 por causa do vírus) pode fazer a apresentadora voltar para as páginas da Playboy, da qual é, aliás,uma das recordistas de venda quando foi atração em 1995. Adriane já negocia com a revista, que no momento espera com mais ansiedade o lançamento, em dezembro, da edição que terá a atriz Flávia Alessandra pela segunda vez (a primeira foi em agosto de 2006) na capa. A ansiedade se justifica: é que a atual edição com a escritora Fernanda Young não está vendendo o que se esperava: o encalhe é enorme e se arrependimento matasse a Playboy estaria morta. Fernanda Young também, já que não esconde ter se arrependido de fazer as fotos, de onde se concluiu que Nelson Rodrigues tinha razão: toda (quase toda) nudez será castigada. Nesse caso os leitores também.
BOM HUMOR
SEM FIM
Costumamos dizer que vice não é e não manda nada, mas agora no caso da vice-presidente José de Alencar ele feito muito como exemplo de que é sempre preciso lutar, ou seja, não desistir nunca como, aliás, ele está fazendo há anos enfrentando que ele não vence definitivamente, mas nem por isso se deixa vencer. Talvez o remédio mais eficiente de sua batalha seja o bom humor que não perde nem nos momentos mais doloridos do tratamento. Agora mesmo, por exemplo, está revelando que há dias quando soube da diminuição de seus tumores, ficou com uma dúvida: “Não sabia se deveria contar a todos a boa notícia. Pensei que, sabendo que eu ainda posso viver mais um pouco, o pessoal iria parar de falar tão bem de mim”. Alencar também brinca com o caso Cesare Battisti e quando seu irmão de 90 anos perguntou se sendo a favor da extradição como se estava se estava virando comunista ao apoiar Lula, que é contra a extradição. A resposta do bem humorado Alencar foi em russo: “Not yet” (“Ainda não”). E mais não disse. Nem era preciso.
eli.halfoun@terra.com.br

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