terça-feira, 10 de novembro de 2009

SEM LENÇO, SEM DOCUMENTO

SEM LENÇO, SEM DOCUMENTO
As jóias não valem mais nada. Calma, não é que ouro, brilhantes, diamantes e outras maravilhas tenham perdido o valor financeiro. Simplesmente não podemos mais usá-las. Desfilar com um bom e bonito relógio, uma bela pulseira, Um grosso cordão ou um generoso par de brincos representa perigo. É como chamar os assaltantes para nos cercar em uma esquina qualquer (na verdade os assaltos de hoje não são mais tão disfarçados assim) e correr o sério risco de levar um tiro, uma facada ou sofrer outro tipo de covarde violência por conta de um enfeite que nos satisfaz a vaidade e o ego.
Penso nisso quando lembro de uma ao apavorada declaração do apresentador Luciano Huck que quase perdeu a vida ao ser assaltado em São Paulo por bandidos que queriam levar o seu relógio Rolex. Os ladrões sabem mais do que qualquer um de nós o que é um Rolex verdadeiro ou desses bonitinhos, mas ordinários vendidos em camelôs. Estamos condenados a não mais usar jóias, incluindo relógios só que custam dez reais cada e que mesmo assim muitas vezes são arrancados de nossos pulsos por uma violenta mão boba qualquer). Pulseiras, brincos, colares só as bijuterias e assim mesmo que não brilhem muito e, portanto, não chamem tanta atenção.
Pode parecer exagero. Não é. Há dias vi uma senhora quase ficar sem as orelhas porque seu par de brincos (bijuteria?) foi violentamente arrancado por dois pivetes enquanto ela esperava um ônibus em uma rua movimentada.
Às vezes nos chamam de exageradamente saudosistas, mas vem cá, não era bem mais confortável e tranquilo quando juntávamos dinheiro (houve época em que sobrava algum dinheirinho para guardar) para, poder comprar um bom relógio, uma jóia verdadeira. Verdadeiro agora só o medo. No pulso apenas um relógio barato que pelo menos sirva para nos mostrar que é hora de ir para casa, entrincheirar-se entre quatro paredes para escapar dessa cruel e covarde violência que aumenta todo dia.
Diga com sinceridade: agora, antes de adquirir qualquer bom e sonhado produto, você pensa duas vezes. Afinal, de que adianta ter o desejado relógio, a bela pulseira, o grosso colar se eles precisarão estar , como nós, escondidos entre quatro paredes.
Não faz, muito tempo pensei em comprar um notebook. Não comprei morrendo de medo de fazer uma besteira já não poderia levar a “máquina” para onde bem entendesse. Seria (é) um chamariz para ladrão, o que significa que para tirar o pequeno laptop de casa teria que enfiá-lo em uma mochila com roupas e outros disfarces também enfiados na mochila. Para deixar em casa é mais útil o velho computador, que se desgastou com o tempo, mas não perdeu o fôlego. Como, aliás, acontece com a maioria dos idosos.
Adquirir uma bela jóia um moderno e compacto computador não mais nos é permitido. O prazer de comprar (e usar) está fora de moda.
* Só nos restou o medo
O GOL DE PLACA
DA NOSSA TORCIDA
Os torcedores paulistas, independente do time de preferência, orgulham-se do apoio, do entusiasmo e da importante “força” que a torcida corintiana deu quando o Corinthians participou (é a chamada participação especial) da segunda divisão de um sempre primeiro futebol brasileiro. Agora a torcida carioca, independente do time de preferência, também pode gritar alto diante da demonstração de amor e esperança que a torcida vascaína mostrou (está mostrando) na disputa da série B – um B de Brasil. Contra o Juventude a torcida vascaína proporcionou, num Maracanã alegremente festivo, um recorde de público na segunda divisão e um número de torcedores de fazer inveja a qualquer escalão do futebol brasileiro. Não há dúvidas de que o show da torcida do Vasco teria a mesma proporção se os torcedores fossem do Flamengo, do Botafogo ou do Fluminense que, aliás, tem sido heróica na fase negra que o tricolor enfrenta. Pelo menos em matéria de torcida o Rio não fica devendo absolutamente nada ao economicamente poderoso futebol de São Paulo. Futebol no Rio é festa grande, como é o carnaval, a praia dos domingos ensolarados ou outras manifestações populares. A torcida carioca pode e deve orgulhar-se de seus times e de sua força torcedora. Seja com o Vasco, o Flamengo, o Fluminense ou o Botafogo o sentimento da torcida carioca não se permite morrer E esse é sem dúvida o gol mais bonito do futebol.
P. S. - É claro que sou Vasco.

ANA HICKMAN QUER
SER NEGRA E GORDA
Está lá na ótima Revista de Domingo, do Jornal do Brasil (desculpem o ótima, mas é que meu filho é o editor) a bela Ana Hickman, que já é um sucesso como apresentadora, dizendo que profissionalmente sua ambição é se tornar um misto de Jô Soares com Oprah Winfrey. Será que ela quer ser uma negra gorda?
Todos nós temos o direito, ou melhor, o dever de melhorar sempre, inclusive profissionalmente, mas Ana Eximam vem mostrando no comando do programa “Tudo é possível” (Record) que tudo é possível mesmo, desde que se enfrentemos os medos, os riscos e se mantenhamos a vontade de aprender, de melhorar, melhorar todos os dias. Foi o que aconteceu com a antes tímida Ana Hickman quando trocou as passarelas pela televisão. Com o tempo adquiriu experiência diante das sempre assustadoras câmeras impôs seu jeito bonito, bonito como ela, de apresentar qualquer tipo de atração. Hoje, reconhece, “falo pelos cotovelos, tenho que me policiar”. Ana Hickman sempre foi ávida por conhecimento e a cada dia aprende mais na televisão e fora dela. Profissionalmente Ana está nos planos de um novo programa da Rede Record que acaba e comprar os direitos (olha ai mais um besteira importada) de Project Runway, um reality show de moda que no original é apresentado pela (também belíssima) modelo alemã Heidi Klum. Tudo bem que Ana Hickman busque aprendizado nos talentos de Jô Soares e Oprah Winfrey, mas não precisa copiar nada, nem ninguém. Melhor e mais eficiente que seja ela mesma. O que já está literalmente de bom tamanho.

VESTINDO
A HIPOCRISIA
Definitivamente não é a roupa que determina o caráter, o
comportamento e a capacidade de qualquer pessoa – ainda mais em uma época em que cada um faz sua própria moda já que os estilistas ( o comércio) não conseguem mais impor o uso daquilo mostrado nas passarelas e o que só serve mesmo para estar ali,na passarela, que é apenas o palco de um show.. Assim, além de absurdo, é muito esquisito episódio (está recebendo tanta atenção que arte parece que não há com que se preocupar). É lamentável o comportamento de toda uma Faculdade (a Bandeirante, de São Bernardo, São Paulo) em torno de um simples vestido vermelho e muito menos sensual do está se querendo fazer crer. A roupa não significa nada e nem determina coisa nenhuma: houve época em que as chamadas roupas de oncinha, eram vistas como uma espécie de “uniforme de prostituta” e depois frequentaram os salões mais chiques no corpo de mulheres consideradas o máximo em elegância.
Com o agora tão polêmico vestido que usava a estudante Geisy Vila Nova Arruda, estava exibindo sua exuberância, mas não oferecia a ninguém sua abundância. Os jovens alunos, esses sim, é que parecem exageradamente interessados no abundante corpo da moça. Apesar de toda a liberdade sexual que o novo tempo permite essa a garotada que pode transar livremente (de camisinha, é claro) com a namorada ou “ficar” depois de um casual encontro em uma boate, restaurante, lanchonete, shopping e até na rua, os jovens ainda são os que mais procuram garotas de programa geralmente bem e “comportadamente” vestidas, oferecidas às pencas também via internet. A impressão é de que os alunos é que estão que vendo "prostitutas" dentro de qualquer tipo de roupa. Muitas prostitutas ( também jovens , repito, elegantemente vestidas) confirmam que os jovens são a sua clientela maior e talvez por isso eles estejam vendo e querendo coisas demais. Nada contra desejar uma mulher, desde que esse desejo, não se transforme em atitude e fantasia absurda e extremamente agressiva. Houve época em que uniformes escolares eram exigidos apenas para alunos do primário. Pelo visto agora o uniforme será obrigatório também nas faculdades, cerceando assim mais uma liberdade de expressão através da maneira de se vestir.
Até segunda ordem expulsaram a estudante (isso é autoritarismo) para supostamente dar um exemplo e preservar a imagem (mas que imagem?) da Faculdade em questão e de seus alunos. Se for adotado o caminho de julgar alguém pela roupa a Faculdade Bandeirante, assim como muitas outras, acaba tendo de expulsar vários de seus alunos. Mais do que as matérias pautadas as faculdades devem ensinar outras coisas e uma dela e uma delas é a de não ser hipócrita em uma sociedade que faz diariamente (infelizmente) da hipocrisia uma verdadeira “arma”.
NÃO FAÇA O
QUE EU FAÇO
Ainda bem que a Uniban, hoje conhecida também como UniTaleban, mudou de idéia e cancelou a absurda expulsão da aluna Geysi Arruda. Se continuasse usando a roupa como desculpa para uma atitude descabida a Uniban teria que mandar também o dono da faculdade ir desfilar em outra freguesia. O jornalista paulista Giba um lembra que Heitor Pinto e Silva Filho, o dono, sempre foi, digamos, extravagante em matéria de roupas e estética: Heitor usa os cabelos pintados em cores alternadas e há dois anos, quando se casou com Eloísa Zits, de 35 anos ( é ela quem toma conta do teatro da faculdade que agora virou um palco total,) Heitor, 61 anos, usou uma espé3ce de casaca branca (estilo redingote feminino) até os joelhos e sapatos (feitos especialmente para ele) de prepúcio de baleia branca ( a baleia deve ter ficado vermelha de dor). É bom lembrar também que Heitor Pinto e Silva Filho, era candidato à vice-prefeito de São Paulo, em 2002, na chapa de Paulo Maluf quando o candidato mor cunhou, certamente com a ajuda de seu staff, incluindo Heitor. a frase “estupra, mas não mata”. Como no episódio da jovem aluna Geysi os 700 selvagens do total de 30 mil alunos que a faculdade tem hoje gritavam “Vamos estuprar, vamos estuprar” é de se acreditar que o dono da faculdade fez escola. E a das piores.
PAREM DE
NOS ROUBAR
Aparentemente as coisas estão melhorando, mas a verdade é que houve um crescimento no nível de inadimplência (palavra que, convenhamos, de certa forma significa calote) em financeiras: passou de 17,7% para 118,8% o número de inadimplentes na faixa salarial acima de R$ 3.840, o que significa que quem ganha mais é quem paga menos. Quem O pobre vive (?) de salário mínimo paga direitinho suas pequenas prestações porque o crédito é o único patrimônio que ainda lhe permite adquirir produtos com baixas, como ele acredita prestações que o fazem pagar mais, muito mais do que o dobro por um eletrodoméstico, um guarda-roupa ou cama (sem colchão) de qualidade duvidosa. Sejamos justos: ninguém (ou, melhor, quase ninguém) que dar calote e só o faz por absoluta imposição do mercado.A inadimplência verificada junto as financeiras é, não tenho dúvidas, resultado dos extorsivos juros cobrados em todo tipo de empréstimo: o credor, paga, paga, paga e sempre deve mais. Um dia (esse dia sempre chega) percebe que já pagou bem mais do que pediu emprestado e decide parar de ser explorado e, enfim, escapar da armadilha dos juros sobre juros fugir dos juros, que são uma outra modalidade de assalto. De violência.
O endividamento geral do carioca aumento de 41,3% para 51%, segundo pesquisa realizada pela Fecomércio-RJ. A pesquisa verificou também que o carioca está pagando dívidas com mais dívidas, ou seja, para, por exemplo, pagar a um banco ou financeira faz um novo empréstimo e acaba preso em uma bola de neve que nunca para de crescer. A maior oferta de crediários em suaves (suaves nada) prestações e as facilidades para conquistar crédito e, portanto, empréstimo é, evidentemente, uma das causas da inadimplência. Foi com ofertas de crédito fácil e vantajoso (só para quem os concedia) foi o que permitiu o varejo a manter a economia no decorrer da turbulência financeira pela venda a prazo. Quem recorre a um ou mais empréstimos-créditos conta, é claro, com o salário para honrá-los, mas no dia seguinte perde o emprego, o que é comum ultimamente, e fica impossibilitado de pagar, mas a verdade é que embora as sempre complicadas pesquisas econômicas, não comprovem isso a inadimplência junto às financeiras é uma espécie de grito: “Parem de me roubar. Já pagamos demais”
SERIA CÔMICO SE
NÃO FOSSE SÉRIO
A intenção (finalidade seria exagero) do programa de televisão “Esquadrão da Moda” (SBT) é ensinar as mulheres a adequarem suas roupas corpo e estilo, quando,evidentemente, têm o tal do estilo que na maioria das vezes é apenas desculpa para cafonice e mau gosto. Nem sempre o “Esquadrão da Moda”, outro programa copiado, entre tantos muitos, da televisão estrangeira (e a gente não precisa disso), não precisa exatamente de roupas para fazer a convidada (ou convidado) vestir uma saia justa. Foi o que aconteceu recentemente com a jovem cantora (17 anos) Stefhany Brito, que é um fenômeno musical provocado pela internet, que no caso pode ser chamada de culpada. Stefhany (essa tal de numerologia está ajudando a acabar com a língua portuguesa, acrescentando ou excluindo letras malucas em nomes próprios), é piauiense de Inhuma, e foi ao usar o youtube que se transformou em sucesso (13 mil CDs vendidos de forma independente, ou seja, sem apoio de gravadora) e fez nossos ouvidos entrarem pelo cano escutando o que não chega a ser uma tragédia musical, mas é ruim, muito ruim. Voltando ao “Esquadrão da Moda” e sua saia justa (justíssima, por sinal): em recente apresentação a modelo Isabela Fiorentino, que conduz o programa, perguntou, toda sorridente, para a cantora: “Você é de Áries?”. A resposta saiu de primeira: “Não, sou do Piauí”.
E mais não se disse. Seria cômico se não fosse sério, como, aliás, muita coisa nesse país mais cômico do que sério.
NOVAS EMOÇÕES PARA
O ARTISTA QUE SE FEZ REI

Falando sério: os detalhes da carreira de Roberto Carlos nunca foram apenas de emoções e aplausos. Se hoje ele é sem dúvida o mais popular (e querido) artista do Brasil houve um tempo em que era praticamente renegado por um público que se considera mais exigente, mas nem sempre essa exigência significa exatamente qualidade. No tempo da Jovem Guarda Roberto era, sim, um artista popular entre os jovens de classe média, mas pouco ou nada reconhecido pela crítica e pela turma que se acha intelectual. Mesmo assim Roberto continuou apostando nas simples melodias de suas canções e no romantismo de suas letras que para muitos eram o cúmulo da breguice. Cantando e compondo Roberto Continuou dizendo de forma simples e, portanto, popular o que todos gostariam (e gostam: o romantismo não tem fim e muito menos prazo de validade) de dizer. Chegou aos 50 anos de carreira aplaudido e até adorado por qualquer tipo ou faixa de público. Agora RC, que se fez Rei da Canção, encerrará os festejos de seu cinqüentenário musical com a maior turnê internacional de uma vida artística de hoje respeitado sucesso e reconhecimento: serão três meses viajando ( no primeiro trimestre de 2010) pelo mundo com apresentações em dez países, entre os quais Canadá, Colômbia, México e Peru. A turnê se encerra em abril com um grande show no Rádio City Music Hall em Nova Iorque. Serão tantas e novas emoções que a caminho dos 60 aos de carreira Roberto Carlos, mais do que qualquer outro artista brasileiro, poderá dizer com a sabedoria musical de sempre, que “importante é que emoções eu vivi”. E como.
eli.halfoun@terra.com.br

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