segunda-feira, 30 de setembro de 2013
CONTO ERÓTICO ------- Amante despertador
Fazia um calor insuportável, daqueles que parecem sufocar a gente de tão abafados, quando Laércio deixou o Iate Clube de Belém do Pará, onde tinha almoçado com dois amigos. Era a primeira vez que Laércio, a convite de amigos, visitava o Pará e não cansava de elogiar a beleza cabocla das morenas que tinha visto até então. Suando mais do que gordo em sauna, Laércio queria mesmo era chegar ao hotel para ficar no ar refrigerado de seu quarto. Na porta do Iate Clube deu de cara com outro conhecido que estava acompanhado de uma linda morena. Era deslumbrante a moça, a mais bonita e gostosa que tinha visto até então. Mas mesmo assim não teve muito tempo para conversar: percebeu que os dois amigos com quem estava não falavam com o bem acompanhado amigo que vinha chegando e por isso mesmo limitou-se a uma rápida apresentação e saiu depressa na tentativa de quebrar o péssimo clima que o encontro de “inimigos” tinha criado. Antes de partir ainda ouviu o bem acompanhado conhecido dizer: “A Rosângela vai para o Rio e te procura por lá.” Não deu bola para a promessa que geralmente costuma ser da boca pra fora.
Não se passou nem um ano quando Laércio recebeu, no Rio, o telefonema da bela Rosângela de quem nem se lembrava mais. De qualquer maneira fez questão de combinar um jantar e ficou deliciosamente surpreso quando a reencontrou: Rosângela era mais bonita do que ele se lembrava. Vestida numa apertada calça jeans a morena cara de índia deixava aparecer uma bela bunda, bunda que, aliás, chamou a atenção de todos os homens quando entraram no restaurante. Nascida e criada em Belém, filha de um motorista de caminhão e a mais velha irmã de uma família de três irmãs e um irmão, Rosângela já estava há meses no Rio sonhando em fazer carreira, como modelo ou outra coisa qualquer no que ela mesmo chamava de cidade grande. Durante todo o jantar, regado a um bom e gelado vinho branco alemão, Rosângela falou de sua infância no Pará e, muito mais, de seus sonhos no Rio, onde só o que tinha conseguido até agora era um namorado bem mais velho do que ela e bem mais rico também. Namoro que, contava sem muita tristeza, tinha acabado porque ela não aguentava mais o ciúmes do namorado, apesar da boa vida que ele fazia questão de bancar. Mas não era boa vida o que Rosângela procurava: queria mesmo era ficar famosa como modelo só para mostrar aos amigos paraenses que, como prometera ao viajar, faria sucesso no Rio. A conversa foi longa e carinhosa e depois de pagar a conta Laércio convidou a índia não para tocar apito, mas sim para tomar mais uma garrafa de vinho em sua casa. No apartamento com uma belíssima vista para a Lagoa Rodrigo de Freitas o clima ficou mais quente e antes que Rosângela pudesse dizer alguma coisa, Laércio segurou seu rosto com carinho e soltou a frase que funciona sempre como uma rede para prender qualquer mulher: “Pode ficar tranquila que eu não vou fazer nada. Só quero é ficar teu amigo”. Não precisou dizer mais nada porque a própria Rosângela tomou a iniciativa de dar o primeiro chupado e longo beijo da noite. Na penumbra da sala, onde só havia um abat-jour aceso, Rosângela estava mais bonita do que nunca. De pé Laércio puxou-a pela mão para o quarto, beijou-a inteirinha e foi ele quem começou a tirar, peça por peça, a roupa de Ro: primeiro a blusa ( ela estava sem sutiã) e os peitos morenos e pequenos aparecerem: os biquinhos não eram rosados estavam mais para o roxo fechado, como se fossem dois açaís. Laércio beijou aqueles peitinhos com carinho, deixando a língua molhada e quente lambuzar os dois durinhos “açaís”. O corpo de Ro era um violão e foi a barriga durinha que Laércio, de joelhos no chão, percorreu com sua boca. Rosângela estava completamente entregue. “Eu gosto por trás”. E virou-se mostrando a mais perfeita bunda que Laércio já tinha visto até então e por isso mesmo não resistiu ao comentário: “que bunda linda você tem”. Mas não foi aquela maravilhosa bunda que o pau de Laércio encontrou a primeira vez: o por trás que ela dizia era ficar de quatro na cama para dar a buceta, quentinha e deliciosa. Gozaram juntos, o que fez Rosângela delirar: que delícia, conseguimos gozar juntos: falava deslumbrada como se para ela tivesse sido a primeira vez. Uma hora depois estavam nus na sala e Rosângela, talvez até por provocação, encostou na janela para ver a linda vista da Lagoa iluminada pela lua e por milhares de lâmpadas. A visão daquela bunda, que parecia ter sido talhada a mão de tão perfeita que era, deixou Laércio de pau durou outra vez: encostou em Ro, como se também quisesse ver a vista. Ela deu uma reboladinha ao sentir aquele pau duro roçar em sua bunda. Foi o suficiente para que Laércio gozasse descaradamente antes mesmo de entrar naquela deliciosa bunda.
Um ano depois uma bonita festa comemorou o que seria o casamento de Laércio e Rosângela que já na primeira noite começou a mostrar a outra face: aprontou a maior briga com Laércio enciumada por achar que o agora marido estava de olho em uma amiga que a mulher tinha convidado para a festa e que tinha vindo do Pará especialmente para isso. No motel, onde passariam a noite ela continuou brigando e só parou quando Laércio, também complemente transtornado com o que considerava uma infantil injustiça, deu-lhe um tapa na cara - daqueles tapas às vezes necessários para fazer as pessoas voltarem a realidade. Nessa noite a que seria a de uma suposta lua-de-mel, lua-de-mel que na verdade, já durava há meses, não treparam.
A união parecia, aparentemente, estar, meses depois, perfeita, mas só Laércio sabia como era difícil aguentar o doentio ciúmes de Rosângela: desconfiava até da sombra de Laércio que não podia olhar nem para os lados. Ele não entendia como uma mulher tão bonita e tão desejada podia ser tão inseguramente ciumenta e fazia de tudo para manter a relação sem brigas. Carinhoso e exageradamente atencioso Laércio gostava de preparar comidinhas para Rosângela e aos sábados pela manhã, dia em que não trabalhava, fazia questão de sair cedinho parra comprar pão fresquinho e servir na cama um farto café da manhã para Rosângela, café que acabava invariavelmente numa belíssima trepada, mas mesmo assim, Rosângela não conseguia controlar o doentio ciúmes e começou a fantasiar que Laércio saía para comprar pão e outras coisas porque tinha, ali perto, uma amante. Ele ria com a idiota fantasia e brincava: “Amante das 8 às 11 horas da manhã de sábado só se eu fosse burro”. Apesar de irritado com a burra ciumeira, durante três manhãs de sábado continuou preparando o café da manhã e Rosângela, cada vez mais ciumenta passou realmente a acreditar na misteriosa amante matutina e o que acabava sempre numa trepada começou a transformar-se em brigas insuportáveis e Laércio por mais que tentasse explicar não conseguia convencer a mulher de que não existia amante nenhuma. Só havia uma solução: Rosângela nunca mais tomou café na cama.
Não adiantou: até hoje, mesmo separada de Laércio, Rosângela continua convencida da existência da amante matutina, a “amante despertador”, como Laércio costuma brincar... (Eli Halfoun)
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