quarta-feira, 10 de abril de 2013

Anões não são piadas. Nem pequenas, nem grandes

É historicamente cruel a utilização de defeitos físicos para criar piadas e fazer rir à custa de quem (por mais que não demonstre) sofre com problemas físicos: gagos, mudos, mancos, cegos, gordos e por aí vai sempre foram vítimas de piadas e brincadeiras de extremo mau gosto, como se uma digamos marca que foge dos padrões estéticos estabelecidos por uma sociedade hipócrita pudessem realmente ser motivo de riso quando na verdade merecem respeito e compreensão. As vítimas da vez são os anões, que sempre foram submetidos a esse tipo cruel de tortura, mas agora estão cada vez mais expostos na televisão e geralmente incluídos em palhaçadas inconsequentes que não fazem o menor sentido e muito menos: é quase impossível rir de uma anomalia física. Anões precisam trabalhar para sobreviver, mas será que a oportunidade de emprego precisa necessariamente passar pela humilhação que eles já sofrem no dia a dia que enfrentado com obstáculos e dificuldades. Anões são pessoas, são humanos gente e todo tipo de gente merece o mínimo de respeito. São muitos os anões que possuem um enorme talento artístico, mas não é exatamente o talento o que se tem levado em conta na televisão. Para a televisão que, aliás, não respeita quase nada e ninguém basta ser pequeno e fisicamente diferente para ganhar o espaço no qual será ridicularizado e jamais terá o talento realmente reconhecido. É tristemente comum as pessoas caírem na gargalha quando alguém tropeça e leva um tombo no meio da rua, quando alguém dá de cara no poste ou quando alguém tem dificuldade para falar, andar ou enxergar. O homem costuma achar os defeitos alheios muito engraçados. Até que alguma coisa aconteça com ele para ensinar na pele que deficiência física nada tem de engraçado. Deficiência mesmo é a moral e de caráter, que às vezes parece ser o defeito maior de quem ri das deficiências físicas alheias. (Eli Halfoun)

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