domingo, 28 de abril de 2013
A violência é real e cruel. Para que ficar falando tanto dela?
Os brasileiros estão fartos de ouvir falar em violência, mas ainda não se fartaram de falar dessa mesma violência. Em qualquer roda familiar ou de amigos a violência é assunto quase obrigatório: tem sempre alguém contando um caso de roubo, assalto ou crime. Às vezes fica a impressão de que a violência desbancou o futebol nas conversas. É verdade que a mídia nos sufoca com o noticiário sobre a violência, mas apenas cumpre o seu papel de informar quando acontecem crimes mais do que cruéis como o assassinato da dentista em São Paulo que foi queimada porque não tinha dinheiro na conta bancária. O terrível fato é um sinalizador tão cruel quanto o assassinato: o de que falta de dinheiro na conta bancária é uma sentença de morte para a maioria dos brasileiros.
Não há como evitar tomar conhecimento de fatos violentos que nos dão ânsia de vômito e provocam pesadelos: a imprensa não pode e não deve silenciar diante dos fatos. Já que não podemos ficar livres de indigesto e sangrento noticiário bem que a polícia poderia nos livrar dos bandidos que matam cruelmente e mesmo assim acham que seus direitos humanos devem ser respeitados. Embora eles, bandidos, não respeitem de os de ninguém.
Sem assassinos brutais não haverá crimes e sem crimes não haverá esse tipo de noticiário e de conversa. Enquanto isso o melhor a fazer é não ficar alheio ao noticiário, mas falar o menos possível sobre o assunto. Pode não resolver, mas certamente diminuirá o pavor que nos atropela em cada esquina. (Eli Halfoun)
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