Globo erra a mão com suas estréias jornalísticas

A TV Globo não deu sorte com duas de suas novas apostas jornalísticas: além da acusação de plágio no título de “Na Moral”, o programa comandado por Pedro Bial, o “ Encontro com Fátima Bernardes” tem sido até agora um desencontro com a audiência e se ainda não é considerado um fracasso deixa a emissora bastante preocupada. Fátima era a grande aposta para as manhãs na e da televisão. Até a fraca audiência da estréia tem caído a cada dia, o que reforça a velha tese de que pela manhã o público feminino que forma ou deveria formar o bloco de telespectadores matutinos não está muito ligado em informações e discussões até porque não lhe sobra tempo para isso: é pela manhã que as mulheres começam a se movimentar nos afazeres domésticos (é hora de mandar os filhos para a escola, arrumar as casa, lavar a roupa e cuidar do almoço e do jantar. Portanto, poucas são as mulheres que podem sentar diante do aparelho de televisão para assistir atentamente qualquer programa. O que também fica claro é que Fátima e sua produção ainda não acertaram a mão na busca de conteúdo para a atração, ou seja, os assuntos não atraem a curiosidade do público. Mesmo assim, não existe, ao contrário do que se especula, a menor possibilidade do programa ser rifado imediatamente da grade de programação: existem interesses comerciais (contratos publicitários) que exigem que o “Encontro” se repita durante pelo menos um ano. Não existem culpados: Fátima é uma profissional competente (talvez sozinha não tenha o mesmo carisma que se afirmava ao lado de William Boner no “Jornal Nacional”), a produção parece desencontrada e a fórmula do programa (uma mistura do que a televisão sempre mostrou) não encontrou a inovação que poderia realmente arrastar o público para ver alguma coisa nova e boa. Por enquanto o “Encontro com Fátima Bernardes” não tem nada de novo e bom. (Eli Halfoun)