terça-feira, 17 de julho de 2012

Pedro Cardoso:uma antipatia que nada acrescenta ao seu enorme talento

Faz tempo que o público deixou de confundir personagem com o ator que o interpreta, mas isso não significa que a simpatia ou antipatia que o telespectador sinta por personagens não seja transferida para o ator que os interpreta. É exatamente isso o que acontece agora com Pedro Cardoso. Não se pode negar que Pedro Cardoso é um ator maravilhoso e que sua naturalidade para criar personagens é a marca registrada de seu reconhecido trabalho, principalmente na criação e simpatia do Augustinho de “A Grande Família”. A recente, agressiva e antipática participação de Pedro Cardoso no programa ”Na Moral” estão fazendo com que o ator transfira para o personagem a antipatia do público que assistiu ao “Na Moral”. Não foram poucos os comentários que ouvi e li de telespectadores que perderam o entusiasmo por Augustinho e de certa forma a admiração pelo ator que o interpreta com perfeição. É claro que uma coisa não deveria ter nada com a outra, mas por mais que o público tenha evoluído ainda é assim que funciona. Pedro Cardoso não tem medo de dizer o que pensa (ninguém deveria ter), mas certamente não precisava ser tão contundente para expor suas idéias. Concordo que existe uma exagerada invasão de privacidade da mídia em relação aos artistas. Esse ainda é, convenhamos, o preço ser pago por quem busca a fama. Quem quer esconder-se da mídia não pode em hipótese alguma escolher um caminho profissional que o exponha e o torne uma pessoa pública. Cardoso que é, um ótimo ator, exagera quando culpa a mídia por essa exposição às vezes até cruel. Só esquece que a mídia apenas alimenta a curiosidade do público - o mesmo público que aplaude e admira o trabalho de Pedro Cardoso. Em outras palavras: ao criticar e até execrar a mídia Pedro Cardoso está de certa forma condenando seu próprio que é quem quer saber da vida pessoal dos artistas.A agressiva antipatia de Cardoso no “Na Moral” pode ter sido ruim para seu trabalho, mas não faz com que ele deixe de ser um excepcional ator. Só precisa aprender a falar menos ou no mínimo com mais gentileza e bom senso. Que é sempre o que se espera de grandes artistas. (Eli Halfoun)

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