segunda-feira, 9 de julho de 2012
CRÔNICA ---- Pobre rico
Não é exagero dizer que passamos a maior parte da vida participando de uma disputada e às vezes cruel corrida em busca do ouro. Na infância aprendemos que o que a vida tem de melhor são os bens materiais, o tal do dinheiro, que para muitos significa erradamente sinônimo de felicidade. É como se o dinheiro pudesse comprar amor, carinho, atenção, alegria e somando tudo isso a tão sonhada felicidade, que na verdade independe da quantidade de dinheiro que se tem ou possa ter.
A felicidade é vivida em momentos que muitas vezes nem percebemos o quanto são valiosos e importantes. Mais importante do que tudo o que o dinheiro puder comprar e por mais que tentemos no enganar, estamos sempre conscientes (e a vida escancara isso) de que o dinheiro só pode mesmo é comprar bens materiais, que nem sempre representam realização e muito menos felicidade.
Vivemos tão determinados em ganhar dinheiro que esquecemos de perceber que ele, o dinheiro, só serve mesmo para dar nos proporcionar conforto e prazer, mas não é só isso o que almejamos nessa quase obrigatória corrida em busca do ouro. Pare e pense: já reparou como os que menos dinheiro tem conseguem ser mais felizes e completos porque nunca estão aprisionados a essa torturante (e necessária é verdade) febre do ouro.
Não é e não será em uma bela cobertura e tomando champanhe que se conquistaremos momentos mais felizes do que os geralmente mais descontraídos momentos de, por exemplo, um churrasco na laje.
Perceba também (refletir é fundamental) como a certa altura da vida o interesse maior passa a ser a busca da tranqüilidade, o que costuma fazer com que quase todos nós pensemos em levar uma vida pacata no interior onde a necessidade de ganhar cada vez mais e mais dinheiro não nos aprisionará apenas em sonhos de consumo: o sonho da vida é (tem de ser) maior, muito maior, do que apenas usufruir o que o dinheiro pode comprar.
A verdadeira riqueza da vida mão é financeira. Nossa fortuna maior está no que acumulamos em conduta, comportamento e cultura, especialmente quando o amor de uma forma geral é o ganho maior. Nossa maior fortuna está no amor que podemos (e devemos) dividir, no carinho que podemos dar e na vida menos ambiciosa que podemos viver. Essa riqueza interior fica bem guardada no cofre do coração, incluindo também um longo aprendizado cultural, o que faz com que a leitura seja cada vez mais importante. Ler é viver e aprender. Portanto, leia até bula de remédio. Qualquer tipo de leitura é sempre uma conquista e um enriquecimento.
Não há nenhum crime na busca de ganhar (e ganhar cada vez mais) dinheiro. Afinal, vivemos em um mundo capitalista no qual o dinheiro dita a maioria das regras.
Os melhores capítulos da vida não são encontrados e contabilizados em papel moeda. Na contabilidade da vida o maior bem jamais será material, mas sim emocional.
O perigo maior nessa incessante corrida em busca do ouro é que na hora do acerto você pode acabar ficando tão pobre que só terá dinheiro. (Eli Halfoun)
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