sexta-feira, 6 de dezembro de 2013
Amor de Linda muda o olhar em torno do autismo. Que não seja só na novela
Como na vida real não há nas novelas nenhum personagem que não tenha um mínimo desvio de conduta e de caráter. Talvez a única exceção em “Amor à Vida” seja a autista Linda, que se reveste inteira da mais pura emoção graças também ao belíssimo trabalho da atriz Bruna Linzmeyer (21 anos), que também tem uma das melhores atuações da novela. Desde que escreveu a sinopse o autor Walcyr Carrasco queria fazer da personagem Linda uma maneira de chamar atenção para as características do autista que como também nos mostram exemplos da vida real pode levar uma vida normal. A personagem Linda mostra a força do amor e nos faz enxergar também que autistas precisam de amor, carinho e atenção. Não e nunca de super proteção - uma super proteção que as limita ainda mais na descoberta de suas próprias vidas. O encontro entre Linda e o advogado Rafael é o único, verdadeiro, puro e intenso amor da novela. A química entre os atores Bruna Linzmeyer e Rainer Cadete é perfeita e entrega ao público o mais bonito romance da novela - um encontro de amor desinteressado como, aliás, deveriam ser todos os encontros de amor para que fossem de amor mesmo e só de amor. A questão do autismo está sendo discutida sem exageros e mostra que super proteção nada tem a ver em nenhum caso com amor, com atenção e com a possibilidade de permitir que cada um viva sua própria vida, o que sem dúvida inclui os autistas. Nenhuma das relações de amor mostradas na novela é normal: cada um vem carregada de interesses, de conflitos e de egoísmo. Linda e Rafael vivem um amor inteiro e desinteressado e que só assim é amor de verdade amor de verdade. A atriz Bruna Linzmeyer (bela atriz em todos os sentidos) entendeu o amor de sua personagem e diz: “É um amor verdadeiro, direto profundo e que nasce no que há de mais íntimo, desconhecido e necessário. Quero que Linda encontre e já está encontrando um lugar aconchegante para ela dentro de si mesma”. Autistas têm um mundo próprio que precisamos aceitar e acima de tudo entender. Com o mesmo, intenso e puro amor que eles, autistas, costumam nos oferecer e proporcionar. Linda demorou a ganhar importância na novela, mas agora que ganhou “Amor à Vida” mudará o olhar que se tem dos autistas, permitirá que eles encontrem vidas independentes e que sejam tratados e enxergados sempre com amor verdadeiro. O amor que eles mais do que ninguém sabem oferecer. (Eli Halfoun)
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