segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Maconha: muito para aprender e muito ainda para conversar

Levará muito tempo para que o Brasil possa se beneficiar com a experiência da legalização da maconha no Uruguai. É cedo para prever o resultado e para condenar o presidente uruguaio Mujica por ter tomado decisão tão perigosa, tão corajosa e sempre criticada. A opinião mundial em torno da legalização da maconha sempre esteve dividida e no Brasil (recente levantamento mostrou que 7% da população adulta experimentou maconha). Um dos argumentos contra a legalização é o de que o país não está preparado para regularizar o uso de qualquer tipo de droga. No Uruguai um dos argumentos para controlada liberação do uso e plantio é o de que diminuirá as ações violentas lideradas por traficantes ou cometidas por irresponsáveis usuários. Bandidos nunca se dão por vencidos e se não mais houver consumidores para comprar maconha ilegalmente darão um jeitinho de “empurrar” aos clientes outros tipos de drogas. Estudos sempre mostraram que a maconha é o início para outros experimentos de usuários em busca de emoções mais fortes. No Uruguai a maconha só poderá ser comprada em farmácias. Não significa que maconha é remédio, embora alguns médicos a recomendem como tranqüilizante para alguns raros pacientes. Também nos Estados Unidos o uso terapêutico da maconha já é muito utilizado. Essa história de que maconha não faz menos mal do que se diz é mentirosa: estudos confirmam que a maconha acaba com a memória recente dos usuários. Seria ótimo se acabar com a memória recente significasse que o usuário esqueceria definitivamente de comprar, de plantar e principalmente de consumir maconha. O fato da maconha estar legalizada no Uruguai e talvez ser um dia legalizada no Brasil jamais significará que fumar um baseado não é tão nocivo assim. É e será sempre: qualquer coisa usada em excesso e sem indicação é perigosa e tem contra-indicações. Com a maconha mesmo legalizada não será diferente. De qualquer maneira será melhor a partir da legalização, saber quem está utilizando a erva abertamente do que descobrir que pessoas próximas estão fazendo fumaça escondidas. (Eli Halfioun)

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