quinta-feira, 17 de outubro de 2013
Já deu: chega de falar dos mesmos assuntos. É preciso resolver
Já deu: ninguém mais aguenta a violência dos vândalos mascarados que a cada manifestação pacífica transforma o Rio e São Paulo principalmente em praças de guerra: está cada vez mais difícil viver em cidades nas quais o comércio precisa utilizar proteções de aço para não ter o patrimônio absurdamente depredado. F1ica difícil viver em cidades na quais é fundamental pensar muito antes de ir até o centro para um compromisso, mesmo que esse seja um compromisso urgente; fica difícil sair de casa até para trabalhar: hoje qualquer empregado tem hora para entrar, mas não tem mais hora para sair e muito menos para chegar em casa já que o livre acesso está bloqueado por quem nada tem para fazer e certamente não gosta de ficar ao lado da mulher e dos filhos.
Fica difícil (isso é o pior) até pensar em fazer manifestações (antes eram só passeatas) se temos certeza de que a justa manifestação de qualquer classe trabalhadora será transformada em baderna e em uma descabida e doentia violência; fica cada vez mais difícil (quase impossível) viver (ou tentar viver), por exemplo, no Rio de Janeiro que já foi o sonho de todos e hoje é e cada vez mais um pesadelo. Não é à-toa que tem cada vez mais gente pensando em mudar-se para o interior em busca de paz. Uma paz que pelo visto o Rio e São Paulo principalmente estão longe, muito longe de encontrar.
Já deu: falou-se até demais em biografias e ainda assim esse continua sendo um assunto complicado. Concordo que os artistas (celebridades de uma forma geral) têm direito a privacidade, mas não dá para simplesmente concordar com censura e muito menos com o cerceamento da liberdade de expressão, ou seja, com o direito de um profissional do ramo (quem não é não deve nem arriscar) escrever uma biografia. Artistas argumentam que merecem ter a privacidade respeitada, mas não me parece que essa seja realmente a questão principal, justamente porque quando um jornalista ou um escritor se propõe a escrever uma biografia quer em primeiro lugar homenagear o biografado, o que, aliás, também acontece quando se faz uma caricatura ou uma imitação. Concordo e defendo a não invasão de privacidade e nesse caso me parece que é dever do biógrafo selecionar com respeito o que deve ou não escrever. Conheço muitos biógrafos e sei que nenhum deles jamais pensou em manchar a biografia de seu biografado. Então a solução é que antes de escrever uma biografia biógrafo e biografado conversem longamente acertando todos os pontos. Biógrafos em sua maioria não querem escândalos. Querem escrever histórias a história e homenagear os ídolos - geralmente ídolos de todos nós. Conversar é sempre a mais inteligente das decisões. Será que a inteligência de biógrafos e prováveis biografados está em crise? (Eli Halfoun)
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