quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Chega de culpar a imprensa por erros que ela não comete. Apenas reflete

Todo dia tem um político, um artista, um atleta, uma pseudo-celebridade ou quem quer que seja usando a mídia (desaprova, mas usa na boa) para dizer que a imprensa é a culpada. Não importa o que realmente tenha acontecido: aconteceu ou deixou de acontecer é culpa da imprensa, como se jornais e jornalistas tivessem todo esse poder nas mãos. É verdade que às vezes a imprensa exagera e erra. Ainda assim a imprensa brasileira, que está sem dúvida entre as melhores do mundo, tem sido de fundamental importância para manter o ritmo de uma democracia que mesmo censurada e perseguida ajudou muito (foi fundamental) a conquistar e construir. A boa imprensa não inventa nada e digo isso com base sólida nos meus 50 anos de experiência profissional no jornalismo diário. A imprensa pode sim cometer erros de avaliação (mas aí é uma questão de opinião) de falta de apuração, mas jamais constrói os fatos: simplesmente porque o papel da imprensa é refletir os acontecimentos. Está mais do que na hora de acabar (encheu o saco) com essa agressão das celebridades de culparem a imprensa pelos erros que eles cometem sejam erros profissionais ou pessoais. São as celebridades que se expõe, falam demais e quando exageram na exposição a culpa passa a ser da imprensa que até pode ter as suas culpas, mas é de maneira nenhuma a culpada de tudo. Celebridades que usam a imprensa para não assumirem seus atos precisam olhar para o próprio rabo. Ou melhor: deixar o rabo menos exposto. É muito cômodo culpa a imprensa de forma generalizada, ou seja, sem citar os que supostamente tenham errado. Agredir e culpar a imprensa de forma geral é covardia. É não ter coragem de assumir erros - coisa que, aliás, a imprensa democrática tem feito com muita tranquilidade e honestidade. Desonesto é culpar quem não tem culpa de nada. (Eli Halfoun)

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