sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Comissão de Direitos Humanos não respeita as minorias

Pela lógica a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Deputados deveria defender e brigar pelas minorias. Não é exatamente o que acontece por lá quando se aprova projeto de lei discriminatório permitindo a organizações religiosas expulsar de seus templos pessoas que “violem seus valores, doutrinas, crenças e liturgias”. Era isso o que o deputado e pastor Marcos Feliciano, presidente da Comissão, queria na verdadeira e absurda batalha que vem travando contra os gays. A preconceituosa discriminação se confirma nas palavras do autor do projeto, deputado Washington Reis, que diz: “deve-se a devida atenção ao fato da prática homossexual ser descrita em muitas doutrinas religiosas como uma conduta em desacordo com suas crenças”. Quer dizer que a conduta certa é a de combater e punir absurdamente quem opta por sua vontade e verdade sexual. Só a igreja evangélica confunde a prática sexual com o direito de rezar para o mesmo Senhor - até porque Deus é de todos e é o mesmo para todos. O projeto aprovado pela Comissão que deveria estar ao lado das minorias contraria inclusive o pensamento do Papa Francisco que em entrevista para a revista jesuíta “La Civitá” disse: “A religião tem o direito de exprimir sua opinião própria a serviço das pessoas, mas Deus na criação nos fez livres: a ingerência espiritual na vida das pessoas não é possível”. O Papa deixou claro que “essa igreja (isso cabe para todas as religiões) com a qual devemos conviver é a casa de todos e não a pequena capela que pode conter somente um grupinho de pessoas selecionadas”. Para o Papa “os gays não devem ser descriminados por causa disso, mas devem ser interligados na sociedade”. O Deus do Papa Francisco é o de todos nós, mas certamente não é o mesmo dos deputados Marco Feliciano e Washington Reis que com decisões absurdas querem transformar a religião do céu em um inferno que ainda por cima desobriga igrejas a celebrar casamentos em “desacordo com suas crenças”. Se dependerem apenas de políticos como os que aprovaram o projeto as minorias estão perdidas. Perdidas e sem direitos humanos respeitados. (Eli Halfoun)

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