quarta-feira, 16 de janeiro de 2013
Burlar o ponto é uma prática comum no serviço público
Durante quase todo o episódio que envolveu (ainda envolve porque não houve até agora uma categórica medida punitiva) o médico Adão Crespo no caso da menina Adrielly (10 anos) que acabou falecendo por demora de socorro, o noticiário repetiu que o citado médico recebia um bom salário mensal do Município pra não comparecer ao trabalho. A acusação (inclusive policial) é a de que ele fraudava o livro de ponto. É lamentável, mas não é nenhuma novidade: a população do Rio (assim como a de outros estados e municípios) sabe muito bem que em emprego público ganhar para não trabalhar é muito mais normal do que ganhar para trabalhar. Na maioria das repartições isso é muito comum, assim como é comum comparecer ao “trabalho” apenas uma vez ao mês e apenas para assinar o livro de ponto do mês inteiro.
Há outras práticas vergonhosas como, por exemplo, a de vereadores que levam a maior parte dos salários dos funcionários que nomeiam em seus gabinetes. Não é uma prática decente, mas é uma prática comum cometida por quase todos os vereadores, inclusive os que passaram a vida fazendo (ainda fazem) discursos moralistas, mas na prática e na hora de meter a mão na grana de humildes servidores esquecem o que diziam da boca para fora - isso além de tratar funcionários por eles nomeados com gritos, desrespeito e total desprezo pela realização de um trabalho que deveriam fazer para beneficiar a população, ou seja, os eleitores que os colocaram ali para pelo visto, dar péssimos exemplos de honestidade e acima de tudo de dignidade. Que parecem esquecer totalmente no exato momento em que são declarados oficialmente eleitos. (Eli Halfoun)
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