domingo, 21 de outubro de 2012
Mestres em comunicação e teledramaturgia acham que "Avenida Brasil" foi um avanço nas novelas
A partir da estréia de “Salve Jorge” a discussão será em torno da nova novela de Glória Perez que também é craque no gênero. De qualquer mereceu maneira a recém concluída “Avenida Brasil” um verdadeiro festival de teorias de vários mestres em comunicação. Há um exagerado entusiasmo, mas mesmo assim vale ler algumas teorias que recolhi de reportagem publicada no tablet do jornal O Globo. “Avenida Brasil” foi uma boa novela, mas é apenas mais uma importante novela entre as muitas que fazem o gênero produzido no Brasil ser o melhor do mundo. Leia o que dizem alguns especialistas:
“A telenovela, no Brasil, mais do que entretenimento, a narrativa da nação. O João Emanuel captou o espírito quer vivemos hoje. E isso vai além da classe C. O país passa por um momento de orgulho e otimismo. O fato de ele focar no subúrbio tem tudo a ver com isso. O Tufão é um cara rico que podia ter saído dali, mas preferiu preservar a identidade, o orgulho. Os brasileiros vivem uma fase orgulhosa. (Maria Immacolata Lopes, coordenadora do Centro de Estudos de Telenovela da USP)
“É uma novela sobre mobilidade social, e que dramatiza essa mobilidade entre grupos sociais diferentes, com gosto estético distinto, com comportamento social próprio, de forma inteligente fazendo uma crônica do presente (Ivana Borges, diretora da Escola de Comunicação da UFRJ)
“O núcleo do subúrbio sempre existiu, mas em outras novelas ele era mais caricato. Em “Avenida Brasil” á uma humanização decorrente da consistência dos personagens (Letícia Hees, professora de Comunicação em Televisão da PUC-Rio)
“O folhetim acertou em cheio ao focar no subúrbio carioca com uma visão positiva do cotidiano. A isso tudo podemos somar uma trama perfeitamente bem urdida, que flertou com outros gêneros como o cinema e o seriado (Mauro Alencar, Doutor em Teledramaturgia Brasileira e Latino-Americana pela USP)
“A repetição é um recurso utilizado na teledramaturgia porque a novela compete com outros apelos do cotidiano. O João Emanuel não usa isso. Se o espectador perde um capítulo, sente que ficou para trás. A trama avança e avança muito rapidamente.(Letícia Hees)
“Estou com 49 anos e minha geração tem como hábito assistir a novelas, diferente dos jovens de hoje. Com “Avenida Brasil” eles acompanharam e repercutiram a novela na web. A linguagem dos capítulos é diferente, as cenas são rápidas e recortadas. Mas eles não ligam porque a leitura que fazem não é linear (Maria Ataíde Malcher, doutora em Teledramaturgia pela USP)
“A novela tem uma mocinha sofredora, mas uma heroína dúbia, vingativa que foge do padrão (Nilson Xavier, autor do “Almanaque da Telenovela Brasileira”
“Muitos autores fazem sucesso apenas reciclando materiais literários, mas essa história transcendeu o folhetim. Está num limite tênue com a literatura. Um exemplo é a estrutura de romance policial usada pelo autor. Que manifestamente usou a escritora Agatha Christhie como referência. Há o início de uma forma literária que nunca havia visto em novela alguma (Muniz Sodré, professor de Comunicação) (Eli Halfoun)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário