terça-feira, 23 de outubro de 2012

CRÔNICA ---------- Amor e desamor

Encontrar e acima de tudo compreender o amor tem sido a busca maior do homem que exatamente por não entender o amor nas várias formas de amor que a vida nos oferece é que continuamos buscando o amor, o entendimento do maior sentimento que move o homem em todos os momentos e em qualquer situação. Mesmo com todas as definições que poetas, seresteiros, namorados encontram para o amor - até quando não encontram o que acreditam ser amor nos impôs uma nova visão: passamos a perceber mais (e também sem entender) o desamor que também está em todos os momentos, gestos, atitudes e comportamentos da vida. A visão do desamor se fez e faz mais intensa diante de tudo que o cotidiano nos mostra e nos mostra cada vez mais rapidamente com uma velocidade que muitas vezes nem a mídia consegue acompanhar. Você sintoniza a televisão para saber do noticiário e é bombardeado por um sem número de fatos violentos, de agressões verbais e físicas, de guerras que se importam cada vez menos em tirar a vida de homens, mulheres e crianças. A violência, que enxergamos como desamor coletivo está cruel e exagerada, mas não é novidade. Historicamente o mundo se fez e cresceu cercado de violência e até graças a ela. Guerras sempre existiram, sempre foram cruéis, mas a luta era por poder: matava-se em nome da pátria e das conquistas. Hoje parece que as guerras (sempre absolutamente inúteis, já que continuamos guerreando sempre) parecem ser só desculpa para cometer mais violência e para matar sem culpa. Como o mundo já não se comporta com amor ficamos desiludidos e passamos a enxergar desamor em tudo. É a nossa não compreensão do amor – de todo o tipo de amor – que nos leva a ver somente o desamor. O desamor está cada vez mais presente e nos deixa menos otimistas em relação ao amor maior, o amor de todos por e para todos. O desamor só dará lugar para o amor quando o homem recuperar o otimismo pela e com a vida e perceber que só o amor, o mínimo que seja, é que pode diminuir o desamor. Precisamos voltar a perceber que o amor intenso e verdadeiro pode estar em um gesto mínimo, em uma única palavra e um comportamento que não seja a exceção e sim a regra geral do cotidiano. Fazer caridade não é necessariamente um ato de amor assim como nem toda a violência é total e absoluto desamor. Portanto, é preciso aprender a usar a caridade com afeto e não como uma forma de ficar tranqüilo com a consciência. Também é preciso perceber que em alguns casos a violência é apenas uma reação de quem não teve e não tem a capacidade de encontrar, perceber e viver com amor. Ficar apenas reclamado que o mundo está sendo movido pelo desamor não é e não ou será a solução. É preciso estar consciente na cabeça e no coração que só o amor pode vencer o desamor. E se cada um de nós não aprender a espalhar por todos os cantos as sementes do amor. Só assim o desamor não florescerá. Resultado: o amor continuará sendo a roda que move o mundo. É isso que queremos. E buscamos. Com amor. (Eli Halfoun)

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