quinta-feira, 25 de outubro de 2012
Brasil não tem como enfrentar o tráfico de pessoas
Agora que a novela ”Salve Jorge” mostra como acontece o tráfico de pessoas no Brasil onde as meninas são atraídas com sedutoras e mentirosas ofertas de emprego no exterior e assim que desembarcam ficam sem passaportes e são obrigadas a se prostituir repassando 60% do que ganham para os agenciadores. A ONU está de olho no tráfico internacional e estima que esse tipo de “comércio” movimente por ano mais de US$ 32 milhões. Dessa quantia pelo menos 10% passa pelo Brasil. Por aqui se sabe que as ações das quadrilhas atingem 520 municípios na rota que incluiu Amazonas, Bahia, Goiás, Minas Gerais, Rio, Roraima e São Paulo. A Polícia Federal tem dados segundo os quais cerca de 70 mil brasileiros já foram levados para o exterior. Os números revelam também que São Paulo é o maior receptor brasileiro nesse tipo de exploração, especialmente com homossexuais e transexuais.
Segundo dados do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime os dois tipos de criminosos atuam juntos. As investigações (raras, por sinal) não resolvem nada. Exemplo: em Roraima nos últimos dez anos apenas 27 investigações foram concluídas. A falta de recursos é um dos obstáculos para as investigações: de 2007 a 2010 a Secretaria Nacional de Justiça só liberou R$ 3,2 milhões para a criação ou instalação de 13 núcleos de enfrentamento ao tráfico em nove estados. Enquanto isso os criminosos deitam e rolam como, aliás, é muito comum no Brasil. (Eli Halfoun)
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