terça-feira, 4 de setembro de 2012

"Avenida Brasil" entra para a história como a novela da Carminha

Na vasta e elogiada história das novelas brasileiras, sem dúvida as melhores do mundo, já tivemos excelentes interpretações tanto masculinas quanto femininas, e personagens bastante discutidos. Em “Avenida Brasil” as novelas registram um novo fenômeno: a novela é um sucesso (como, aliás, foram todas as outras do horário, sempre mantendo a média regular de audiência), mas deixou de ser uma novela de vários personagens para ser a novela da Carminha. O público só se interessa por Carminha, ou seja, o que aprontará? qual será a próxima loucura e maldade? como se livrará de ser desmascarada? e por aí vai. É claro que o interesse em torno de Carminha está diretamente ligado ao excelente trabalho de Adriana Esteves vivendo o melhor momento de sua carreira – uma carreira repleta de bons trabalhos. João Emanuel Carneiro, o autor, percebeu o interesse em torno de Carminha e passou a escrever a novela praticamente para ela, o que tem lógica porque, afinal, é isso o que o telespectador quer e na televisão é o telespectador quem manda principalmente em uma obra aberta como são as novelas. A impressão que se tem é que Carminha-Adriana engoliu todo o elenco: os atores passaram a ser coadjuvantes de luxo para as tramas de Carminha, com exceção de Nina (Débora Falabella) que é presença mais do que necessária porque é ela quem planta as loucuras e maldades que Carminha comete com capricho. Evidente que todo o elenco é importante, mas quando no futuro se falar em “Avenida Brasil” o folhetim será, não tenho dúvidas, lembrado e citado como “a novela da Carminha”. Nenhuma outra novela conseguiu isso, mesmo quando fizeram desfilar personagens como a Viúva Porcina de Regina Duarte, a Gabriela de Sonia Braga e tantas outras. Nenhuma foi tão intensa quanto a Carminha – a vilã que virou mocinha no aplauso do público que até já torce por ela. (Eli Halfoun)

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