Demorou, mas a justiça foi feita: em uma demonstração de que está antenado com a realidade o Supremo Tribunal Federal reconheceu (antes tarde do que nunca) a união estável entre casais de mesmo sexo. Como o preconceito ainda é enorme esse justo reconhecimento provocará muita discussão: tem gente que achará uma pouca vergonha, tem gente que continuará acreditando que parceiros do mesmo sexo não têm o menor direito ao amor e a partir dele a estabilidade afetiva, emocional e material. As opiniões se dividirão (é sempre assim), mas a verdade é que com essa madura decisão do STF o Brasil dá um gigante passo para a conquista de muitas outras reivindicações que precisam ser reconhecidas e aprovadas. Se no início a decisão do Supremo será aceita com dificuldade por uma ainda grande parte da sociedade será só uma questão de tempo (também é sempre assim) para que a união estável entre duas pessoas que se amam independente da sexualidade, seja vista como uma relação comum e normal.
A decisão do Supremo vem corrigir, especialmente no aspecto material, uma injustiça que se comete há anos. Um casal vive junto durante muito tempo, divide amor e responsabilidades e assim constrói uma vida e um patrimônio, mas quando essa relação termina um dos parceiros fica (ficava) no ora veja. Conheço muitos casais homossexuais que enfrentaram essa dura e injusta realidade: quando um dos parceiros morria o outro perdia todos os direitos - direitos adquiridos com amor e trabalho. Nessa hora sempre aparecem familiares que desprezaram o digamos, gay da família para ficar com tudo que ele conquistou junto com o parceiro durante uma vida difícil porque era obrigado a esconder sua opção sexual, sua felicidade e até o parceiro querido – o parceiro com que dividia tudo. Principalmente o amor. E amor não tem sexo definido. E nem imposto. (Eli Halfoun)
sexta-feira, 6 de maio de 2011
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