A fundamental doação de órgãos para que a vida realmente continue depois da morte ainda é um assunto que amedronta. Toda vez que a conversa entra em pauta o que aparece em primeiro lugar é um grande número de pessoas desconfiadas. Não faltam argumentos (faltam, isso sim, mais informações) para diminuir o medo e a desconfiança e acabar também com uma dúvida na maioria das vezes injusta com os médicos. O ainda absurdo NAINDA medo de doar órgãos que não terão mais qualquer utilidade para quem morreu, vem acompanhada com uma pergunta: o não doador levanta sempre a hipótese de morrer antes da hora para que seus órgãos possam ser retirados. Esse argumento revela claramente a falta de informação sobre a importância da doação (órgãos só podem ser retirados depois da morte cerebral).
A desconfiança também está diretamente ligada ao péssimo atendimento nos hospitais públicos que muitas vezes até antecipam mortes. Não por culpa de médicos (alguns são verdadeiros heróis), mas por total e inexplicável falta de recursos. Ou seja: assim como o dinheiro da saúde é vergonhosamente desviado quem garante que os órgãos também não serão?
De qualquer maneira a doação de órgãos é humana no sentido de fazer o bem e por isso mesmo fundamental, inclusive na busca de respostas para a vida. Doar órgãos é a maneira mais prática de mostrar e acreditar que existe vida depois da morte. Só assim alguém pode continuar vivendo, e vivendo intensamente, graças a um órgão generosamente doado. Deixar enterrada essa possibilidade de dar vida é um desperdício. Mas cada um tem o direito de fazer com seu corpo o que bem entender. Vivo ou morto. (Eli Halfoun)
domingo, 29 de maio de 2011
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