A NOVA ENERGIA DE VIDA
Abraçadinho e esbanjando carícias o casal anda pela rua e chama atenção. Não exatamente por causa dos carinhos, que hoje quase não mais existem, mas sim pela diferença de idade. Ele, cabelos brancos e um corpo saudável aparenta ter pouco menos de 70 anos. Ela, morena esguia, elegante, rosto e corpo belíssimos, cabelos longos (como a maioria dos homens prefere) e bem tratados, aparenta ter no máximo 30 anos. Parece ser um casal muito feliz e pouco preocupado com os olhares de crítica ou de inveja que inevitavelmente atrai.
A diferença de idade em um casal (tanto faz se é o homem ou a mulher que tem mais anos de vida) sempre atraiu olhares curiosos, comentários desconfiados e maldosos e uma louca vontade de estar ali vivendo exatamente a mesma situação, a mesma emoção, o mesmo amor. Até porque o verdadeiro amor não se impõe ou define pela idade ou diferença dela. A diferença de idade em um casal, mesmo que esteja saudavelmente feliz, sempre foi motivo de discussões e não é à-toa que tem frequentado várias novelas como acontece agora na novela Viver a Vida.
O amor verdadeiro e inteiro não dá a menor bola para os preconceitos, mas Vários motivos podem explicar a união entre um homem (ou mulher) mais velho e uma mulher (ou homem) mais jovem. Não se pode desprezar a idéia de que agora isso acontece os idosos estão sendo, de certa forma, obrigados a viver em guetos nos quais jovens não entram e velhos não saem.
São louváveis, sem dúvida, as iniciativas de organizar festas, excursões, bailes e outros encontros para idosos, mas não deixa de ser um exagero exigir que idosos só se relacionem com idosos. É no relacionamento com pessoas mais jovens que o idoso reabastece suas energias, descobre, aprende e ensina as novas visões e comportamentos da vida e não precisa ficar todo o tempo falando de doenças, dos remédios que utiliza e que adquiri por melhor (menor) preço em tal farmácia ou contando o passado, quando se sabe que o passado é só história. O futuro brilha em cada jovem olhar qualquer seja a idade. Afinal, a vida sempre continua.
É bonito, sim, perceber os encontroa de idosos em tardes dançantes, mas é muito mais saudável não limitá-los, ainda mais agora com a nova expectativa de vida, a esse tipo de atividade. É verdade que casais com trinta, quarenta ou cinquenta anos de união, reacendem momentos de prazer e amor simplesmente saindo para dançar e conversar, o que, por falta de paciência e motivação, quase não fazem mais em casa.
Nesses encontros (limitados e limitadores) para idosos novos amores entre casais com a mesma faixa de idade podem surgir e reavivar um desejo (pode ser o de uma simples companhia) adormecido. Mas esse desejo adormecido certamente acorda mais forte no encontro de uma parceira ou parceiro mais jovem. Basta que haja amor e nenhuma dúvida ou desconfiança.
Encontros da terceira idade (até parece que existem a primeira e a segunda idade) são necessários, mas não devem ser a única opção para os idosos que de maneira nenhuma e em momento algum precisam estar prisioneiros de um único segmento de vida e prazer. Os idosos querem mais. Basta conversar e conviver com eles para perceber isso.
Aos idosos deve ser permitido sempre conviver e amar com quem bem entenderem. Uma conversa com grupos mais jovens ou um relacionamento afetivo que o faça sentir-se jovem na juventude do parceiro; um amor que o faça sentir-se jovem não é nenhum pecado. Não deve ser nenhum limite. Aprisionar os idosos aos guetos de terceira idade é estabelecer uma espécie de preconceito e praticamente enterrar, em vida, os velhos no mesmo terreno de um cemitério festivo. É preciso mostrar aos idosos, de preferência através da vitalidade e da energia dos mais jovens, que a vida continua e que será melhor ainda com novos ensinamentos e novos saudáveis amores. A diferença de idade não é limite para nada.
* Não pode e não deve ser
REPÓRTER ESPERTO
O ex-repórter e hoje bem sucedido empresário da comunicação e do esporte (fatura muito vendendo jovens jogadores para o exterior) J. Hawila não precisou de muito dinheiro vivo para concretizar, há dias, a compra do jornal Diário de São Paulo: o negócio foi fechado com um acordo a longo prazo. Embora planeje investir pesado (e nem pode ser diferente) no Diário de São Paulo Hawila não pretende descuidar de seus outros negócios, que incluem retransmissoras da Globo no interior paulista, onde também é proprietário da rede de jornais Bom Dia, além é claro da Traficc Marketing Esportivo, carro chefe de todos os seus bem sucedidos negócios. Vale lembrar que J. Hawila começou sua carreira como repórter esportivo da Globo.
* O que prova que jornalista só se dá bem quando muda de profissão
RÁDIO LITERÁRIO
O rádio perdeu força, mas apesar do sucesso da televisão e da internet ainda é o mais poderoso meio de comunicação porque alcança (e cada vez mais) os locais e o público aos quais a televisão com seus muitos avanços tecnológicos dificilmente chegará. Qualquer radinho de pilha comprado em qualquer esquina por R$ 5 ou R$ 10 pode ser sintonizado em qualquer lugar (isso quando não se limita a chiados) desse ainda não totalmente descoberto país. Mesmo assim o rádio não oferece, além de notícias e músicas (funciona na maioria das vezes apenas como um “vitrolão”) muito, até porque ouvintes radiofônicos ainda não têm tantas exigências em termos de qualidade (qualquer barulho ser4ve para fazer companhia). Mas a Band News pretende mudar isso: acaba de contratar o ator, diretor e autor Juca de Oliveira para a leitura e interpretação de textos da literatura mundial. Juca que é sem dúvida uma das boas referências culturais desse país tupiniquim fará isso duas vezes por dia com o programa Devaneios, que irá ao ar de segunda a sexta-feira às 9h10 e 17h3. Juca está entusiasmado: “O rádio é da maior importância. Ele está cada vez mais vivo. Vamos levar o devaneio e o apaziguamento para os ouvintes”. É assim que se forma um público mais exigente.
* E melhor
BOA PEDIDA
Costuma-se dizer que “de graça até injeção na veia”, mas tem coisa melhor como, por exemplo, saber mais sobre o mercado de artes. São esses ensinamentos que o artista plástico e professor Yale Renan vai dar na palestra do próximo dia 22 no Colégio Notre Dame do Rio (Rua Barão da Torre, 308, Ipanema). No encontro Yale, que não é chave, mas promete abrir o cadeado para falar sobre os diversos sistemas do mercado da cultura visual do Renascimento a contemporaneidade. Vale a pena aprender: afinal, cultura é vida.
* De graça melhor ainda
LEI SECA
Não poder tomar aquele (geralmente aqueles) chopinho da saideira, que na maioria das vezes se estende por horas ainda irrita muita gente, mas a verdade é que a inicialmente combatida Lei Seca implantada no Rio é hoje referência mundial e apontada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como exemplo de combate bem sucedido à violência no trânsito. Não é papo furado: houve significativa redução no número de vítimas do trânsito e os índices estão caindo mês a mês. Os números, que ao contrário dos políticos, nunca mentem, revelam que de 19 de marco até 5 de outubro 84.886 motorista foram abordados em blitzes e 16.898 receberam multas. Mais: 5.573 veículos foram rebocados e 7.058 carteiras foram recolhidas nos 79.664 testes com etilômetro, o que resultou também na aplicação de 1.398 sanções administrativas e 454 criminais e o trânsito teve uma expressiva queda de 19% no número de vítimas. Agora que os almoços e jantares de fim de ano se aproximam é preciso estar mais consciente e menos bêbado
* Saber beber (e principalmente parar na hora certa) também é
educação
FILHA DE PEIXE
Talento não é hereditário, mas boas influências do pais sempre dão um empurrãozinho. Que o dia Antonia Bennet, a filha de Antonio Bennedeto, mais exatamente Tony Bennet, o cantor preferido de Frank Sinatra. Antonia promete ser a melhor surpresa da apresentação de Tony Bennet, dia 29 de outubro, no Vivo Rio. Ela é formada em música e seu talento foi reconhecido pelo The New York Times que a considera “uma mistura de Billie Holiday e Ricki Lee Jameson com um jeito de Betty Boop”. Antonia cresceu ouvindo, entre outros, Sinatra e Ella Fitzgerald. O que prova que bom gosto é uma boa escola.
*Sempre e para tudo
BOAS DE FOTOS
A beleza e o charme da mulher brasileira (é sem dúvida o que o Brasil tem de melhor) continuam encantando o mundo e por isso mesmo já são quatro (seriam cinco se Gisele Bundchen não tivesse desistido) as que participaram do cobiçado catálogo de lingeries da Victoria Secret’s. A mais recente foi Raica e Oliveira, mas já exibiram calcinhas e soutiens as brasileiríssimas Alessandra Ambrósio, Emanuella de Paula e Adriana Luma, que Woody Allen quer levar para o cinema. Todas foram muito elogiadas: além de bonitas são muito competentes
* Nem precisava.
EM NOME DO PADRE
Não se sabe se é coincidência, mas o fato é que desde que se transferiu para a Record com um salário mensal de R$ 3 milhões Gug Liberato não conseguiu levar ao seu programa o padre e seu amigo pessoal Marcelo Rossi, uma garantia de boa audiência. Não se conhece a versão oficial, ou seja, se Gugu está sendo obrigado a rezar na bíblia da Igreja Universal ou se foi o padre Marcelo Rossi que não quis ir. Tudo indica que é a Record que não está permitindo.
* Quer a “sacolinha” dos dízimos só pra ela
PRA FRENTE BRASIL
Apesar de seus ainda muitos problemas (alguns longe, muito longe, de ter solução) o Brasil consegue ser reconhecido mundialmente: recente relatório do grupo ativista Action Aid coloca o Brasil na liderança entre os países em desenvolvimento que lutam contra a fome. Entre outras coisas o grupo elogia a redução de 73% da desnutrição infantil e 45% da mortalidade infantil nos últimos seis anos. O relatório ressalta que os paises ricos vem descumprindo suas promessas e que “o Brasil mostra o que é possível fazer quando o Estado tem os recursos e a vontade política de reduzir a fome”. A gente ainda chega lá.
* Mesmo com a descrença e torcida contra de muitos brasileiros (brasileiros?)
BOA LEITURA
São muitos os blogs oferecidos via internet e é claro que não dá para visitar todos, mas alguns merecem visitas diárias como, por exemplo, o Panis cum ovum (paniscumovum.blogspot,com) que reúne excelentes textos assinados pela competente turma da revista Manchete.
* Visite logo
BELEZA PURA
Beleza pode até ser, como dizia Vinicius de Moraes, fundamental, mas quando está acompanhada de talento é mais bela ainda: uma rápida pesquisa (não oficial) realizada entre a turma que frequenta profissionalmente a TV Globo, no Rio, apontou as atrizes Paola de Oliveira (do elenco da novela Cama de Gato) e Christine Fernandes (do elenco de Viver a vida) como as atrizes mais bonitas da televisão brasileira no momento. Não há o que contestar: elas são realmente lindas.
* E esbanjam talento
CRIATIVIDADE NA RUA
Uma das melhores maneiras de medir a incontestável criatividade do brasileiro pode ser feita através dos camelôs que se espalham (e cada vez mais) por todas as esquinas, não só com suas estratégias de venda, mas também e principalmente com seus bordões. Dia desses um ambulante gritava com voz potente: “compre aqui e me ajude: eu poderia estar roubando ou ser político”.
* O que dá na mesma
Fé demais e fé de menos
Parece que a política absorveu de vez algumas besteiras que fazem parte do futebol como, por exemplo, a mania que os técnicos insistem em ter de fazer mistério (um mistério, aliás, que não esconde absolutamente nada) em torno do time a ser escalado, como se qualquer torcedor, ao contrário do técnico, não soubesse isso de cor. A política vai pelo mesmo caminho: os políticos, que não são técnicos em nada (excetuando as falcatruas) tentam fazer mistério em torno dos nomes que acham governar muito ruim, mas mesmo assim querem o bem pago cargo de Lula.
Enquanto os cientistas políticos (sempre eles quase nunca acertam nada) acham que Lula pode surpreender (surpresa é?) e continuar no poder por conta de sua aprovação e imensa, mas intransferível (te cuida Dilma Roussef) popularidade, o povo pode não saber ainda em quem votará, mas já sabe quais os políticos que estarão nos palanques implorando por seus votos – até porque nessa hora (só nessa) todos os políticos lembram (pena que tenham memória curta) que o povo existe. E é importante.
Ninguém tinha dúvidas de que Ciro Gomes seria (será) candidato, mas ele só admitiu isso (é o tal do mistério nada misterioso) quando disse apenas um “sou” para um repórter-ator do CQC, que o pegou quando ele se encaminhava apressadamente (devia estar, como se diz popularmente, muito apertado) ao banheiro. Ou seja: a campanha de Ciro Gomes começou no caminho do banheiro. Espera-se que como acontece geralmente com todos tudo na política também não acabe lá.
eli.halfoun@terra.com.br
sábado, 17 de outubro de 2009
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