sábado, 24 de outubro de 2009

A MENTIRA DESLAVADA DOS NÚMEROS
Cá pra nós: será que você, obrigado a fazer uma ginástica diária para sobreviver ganhando um salário mínimo ou na maioria das vezes, por imposição do mercado de trabalho, menos do que isso consegue entender alguma coisa da chuva de números divulgados anualmente pela Fundação Getúlio Vargas para mostrar que a miséria no Brasil diminui. Entender a matemática dos economistas é sempre uma missão quase impossível porque a realidade da vida nunca bate com os números quase ficcionais divulgados oficialmente.
Então tá: não vamos duvidar dos últimos estudos garantindo que o percentual da população brasileira que vive em situação de miséria caiu de 22,7% para 19,31%. Quer dizer: ainda temos muitos miseráveis espalhados por todo o Brasil. É isso o que realmente precisamos urgentemente resolver
Estudos de economistas mostram Marcelo um resultado no papel e outro (bastante diferente) e no cotidiano: recente trabalho concluiu que os 50% mais pobres foram os que mais ganharam com acréscimos anuais de 8,4%. Acréscimos que convenhamos nada representam em termos de melhor qualidade de vida para aqueles (a maioria) que mais dia, menos dia acabam cercados por moedas, pagas como esmola salarial, incluindo a esmola oficial do programa Bolsa Família ou do também programa Fome Zero.
Apesar da festa (só faltou soltar foguetes) de otimismo que alguns setores tentam fazer a partir de deslavadas mentiras sobre a redução de miseráveis no Brasil, estudos sérios consideram indigentes mais de 50 milhões (29.3% da população) de brasileiros que não conseguem juntar R$ 80,00 mensais para tentar sobreviver.
Não há dúvidas de que o dado mais importante de alguns estudos é o que revela que se cada brasileiro cedesse R$ 14,00 mensais para um indigente, a fome no Brasil seria totalmente erradicada. Diante disso uma pergunta não quer calar: será que a enorme carga de impostos que pagamos não é suficiente para o governo dispor de R$ 14 para cada brasileiro em situação de miséria?
As autoridades costumam dizer que é impossível governar sem contar com grande arrecadação, incluindo o imposto (esse que fingi que vai, mas sempre volta) sobre os cheques. Impossível mesmo é governar com um povo indigente e miserável. Cabe ao governo - e somente a ele - acabar com a mentira deslavada dos números e olhar definitivamente para a verdade da realidade do povo e do país.
NA RUA, NA CHUVA E SEM RENDA
Quem é obrigado a circular, mesmo quer seja de carro, pelas principais avenidas do centro do Rio o faz apressado e nervoso (é o medo), mas mesmo assim dá para perceber um grande número de pessoas que se acumulam debaixo de marquises,especialmente na altura da Central do Brasil: nem todos são, ao contrário do que se pensa, moradores e rua. Pelo contrário: são trabalhadores quer têm onde morar (mal, é verdade), mas que não podem retornar às suas casas por falta de dinheiro para as passagens de ônibus, trem, seja lá o que for. A matemática é, ao contrário daquela praticada oficialmente, simples: se o cidadão trabalhador sai do trabalho e volta para casa não terá dinheiro para voltar ao trabalho no dia seguinte e muito menos para comprar o feijão com arroz do dia a dia da família.
Esse é mais um problema social ao qual não se dá a menor bola e o resultado é o aumento de itinerantes “moradores” de rua. Vejamos: quem ganha R$ 500 ou R$ 600 mensais (nenhum trabalhador desses que realmente pegam no pesado), ganha mais do que isso não pode pagar no mínimo R$ 10 por dia de passagem até porque trabalharia somente para pagar a condução. Dirão os patrões ( e os governos) que existem os vales transporte e refeição, mas nem todas as empresas os distribuem como deveriam. Além do mais sabemos todos que esses vales são na maioria das vezes, trocados por dinheiro vivo para cobrir despesas do obrigatório sustento diário (saco vazia não fica em pé, como se diz popularmente).
O elevado preço da (das) passagem tem provocado também o desemprego de muitas diaristas: nenhum patrão, que geralmente também é um mal pago assalariado, pode dispor todos os dias de R$ 10 ou R$ 15 para a passagem, além da diária que nem anda tão baratinho assim. A conseqüência é o desemprego: a classe média (a que mais utiliza esse tipo de serviço) não tem condições de arcar com mais uma despesa mensal com de diarista e passagens, o que a faz abrir mão do quase sempre necessário auxílio de uma faxineira, que, aliás, trabalham cada vez menos aumentando o número de empregados informais. Não é muito raro ver em lojas estabelecimentos assim: ”precisa-se de balconista que more perto”. Não, o patrão não está preocupado com o desgaste físico do empregado no corre-corre da locomoção diária, mas sim em não ter quer desembolsar o vale transporte ou outro vale qualquer que geralmente não vale nada. O alto preço das passagens (e essa já é outra discussão) está cerceando a liberdade do trabalhador de ir e vir. Ou ele vem e não volta (haja marquises) ou simplesmente não vem mais e acaba aumentando a estatística de um desemprego que não deixa esse país caminhar realmente (e não necessariamente a pé) pra frente. Pra frente como se a população é obrigada – e cada vez mais – a estacionar debaixo de qualquer marquise imunda.
ME DÁ UM DINHEIRO AÍ...
Vem mais uma eleição por aí (pra que tanta eleição se quem ganha esse bom “emprego” não resolve nada a não ser a própria boa vida?) e uma velha discussão voltará ao palanque: a utilização do chamado horário gratuito (mas mesmo assim comercializado por baixo do tapete) que custa uma fortuna para os cofres públicos e acarreta um enorme prejuízo nas grades de programação das emissoras de rádio e televisão – isso sem contar o estrago que faz na paciência do eleitor, cansado de tantas promessas e baboseiras. As opiniões se dividem: alguns políticos acham que a propaganda gratuita ajuda a eleger e outros acreditam que esse tipo de propaganda não acrescenta nada e, pelo contrário, abala ainda mais a já desacreditada (e bota desacreditada nisso) imagem da política e, evidentemente, dos políticos. No ano que vem a propaganda política custará mais 272% se comparada aos gastos de 2006. Os cofres públicos não desembolsam dinheiro vivo, mas por conta da isenção fiscal permitida aos veículos de comunicação os cofres públicos que são engordados com o exagerado número de impostos que pagamos perdem milhões. A estimativa da Receita Federal é a de que as emissoras de comunicação deixarão de pagar em 2010, por conta isenção fiscal com o horário gratuito, nada mais nada menos do que R$ 851,1 milhões. Nos últimos oito anos a isenção fiscal permitida às emissoras de rádio e de televisão provocou aos cofres públicos perdas de 2,8 bilhões. Pesquisa realizada no ano passado concluiu que 61% dos eleitores admitem que o horário político no rádio e televisão influencia sua decisão de voto. Vai ver é por isso que continuamos votando errado.
FUGA ECONÔMICA
A crise norte-americana não está afetando apenas a parte econômica do país: está também diminuindo a população de estados caso, por exemplo, da Florida, que segundo relatório do The Beacon Council, entidade que congrega o empresariado de lá, mostra que depois de cem anos nos quais recebeu centenas de novos habitantes por semana, o que o transformando-se em 2000, no quarto estado mais populoso dos EUA (16 milhões de habitantes) a Florida encolhe: tem menos 100 mil habitantes e um recorde de despejos e desemprego. Muita é obriga a ir cantar em outra freguesia. Essa é considerada sua primeira perda demográfica desde 1900, excetuando o período das duas guerras mundiais. O relatório confirma ainda que todos os dias lojas e restaurantes deixam de funcionar e pedem falência.
* Como se vê ter dólares nem sempre resolve
ALMA DO NEGÓCIO
O mercado sexual com ofertas de companhia de todos os tipos (louras, morenas, mulatas, ruivas, magras, vesgas e por aí vai) é um dos mais acessados via Internet. Tem um cada vez maior número de sites (verdadeiras, às vezes nem tão verdadeiras assim, graças ao photoshop) vitrines de ofertas e de indicações em fóruns nos quais clientes (ou supostos) narram seus encontros que acabam servindo como recomendação ou como uma maneira de não entrar em um programa furado. Entre os fóruns dois têm se destacado pelo grande volume de mensagens: são o GP guia com, atualmente, 15.491 membros que já postaram 91.994 mensagens e o Hot Side que tem 14.194 membros com 79.301 mensagens.
* Os contos eróticos que se cuidem
SUCESSO GARANTIDO
O sucesso dosa cada vez mais procurados ( principalmente por mulheres) sexshops chega ao cinema: as atrizes Maria Paula ( a do Casseta) e Ingrid Guimarães estão juntas nas filmagens de “SAexdelícia”, longa do diretor Roberto Santucci. O filme desenvolve seu roteiro em torno de duas proprietárias de sexshops que contam, com muito humor, o que acontece em seus trabalhos.Quem conhece o roteiro garante que o filme é muito engraçado, o que mostra que sexo pode ser mais divertido do que se pensa.
* E se pratica
DINHEIRO QUENTE
A tela dos cinemas promete ficar mais quente com a verba de R$ 14 milhões distribuída pela BNDES. Onze produtores do Rio recebrão cada um em torno de R$ 560 mil. Um dos beneficiados deverá ser o diretor José Padilha, o de “Tropa de Elite” para a produção e direção de “Nunca Mais na História deste País”, uma espécie de “Tropa de Elite” da política, mas sem a participação de Lula.
* Mesmo assim há muito para mostrar
CRIANÇA FELIZ
A atriz Luana Piovani sabe que os adultos adoram vê-la no teatro, no cinema, na televisão nas páginas de revistas. Mesmo assim ela prefere continuar investindo no aplauso sincero das crianças e promete para 2010 a estréia de sua nova produção infantil à qual deu o título de O soldadinho e a bailarina. O espetáculo é baseado no livro O soldadinho de chumbo e Luana vai, como sempre, investir alto na produção.
* Isso sim é acreditar no teatro e no público. De hoje e de amanhã
A CALCINHA DO SENADOR
Política também se faz com bom humor, mas embora a nossa política seja na maioria das vezes uma piada, uma verdadeira “Zorra Total” com um grande elenco, não é exatamente bom humor o que prevalece em Brasília. Há exceções e uma delas é o senador Eduardo Suplicy que parece estar sempre de bem com a vida e embora seja um político sério, às vezes até sisudo, não dispensa uma boa brincadeira como, só para citar um exemplo, a de ter usado a cueca vermelha que para o programa “Pânico na TV” o transformaria em um Super Homem. Suplicy topou a brincadeira porque, experiente, sabe que assim evita outras brincadeiras de “repórteres“ que freqüentam o Senado para fazer graça - a mesma graça que os mal humorados senadores tentam fazer (achando que são sérios) durante todo mandato.
O bom humor de Suplicy e a brincadeira do “Pânico” ganharam uma dimensão desnecessária, como se não houvesse nada de mais importante para tratar naquele circo. Quiseram encaminhar Suplicy para julgamento na “Comissão de Ética” como se a ética fosse (deveria ser) uma norma dos senadores. Não deu em nada, mas rendeu mais espaço na mídia, o que, aliás, os senadores gostam muito. Suplicy devolveu a cueca vermelha ao “Pânico” que agora fará com ela um leilão beneficente e acabou ganhando de Sabrina Sato, que foi a autora da brincadeira, uma cueca azul bebê de presente. E como brasileiro não perde a piada o episódio rendeu até um cordel do repentista Migezim de Princesa. É assim: “Na minha terra antigamente/ Calcinha não havia, não/ Mulher que usava calcinha/ Vivia na depravação/ Mas, com o passar do tempo/ aprovaram o calçolão / De tudo eu já vi no mundo/ Padre pegar criancinha/ Político cumprir promessa/ Lula rejeitar branquinha/ Mas, ainda não tinha visto/ Um senador de calcinha/ E para 2010/ eu sugiro esta parada/ Nem Dilma nem José Serra (com sua cabeça raspada)/ A campanha é Renda Minha/ O Suplicy de calcinha/ e a Sabrina pelada!”
MEDALHA DO EXAGERO
O Brasil pode até vir a ganhar (tomara quem sim) medalhas de ouro e de prata em 2016, mas se depender da utilização do vocabulário não chega nem na medalha de lata. É que com essa maia de grandeza que ainda temos levou a turma do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) a cometer, segundo estudiosos da língua portuguesa, erros inadmissíveis como, por exemplo, chamar a competição de Olimpíadas 2016 quando certo é Olimpíada porque mesmo que tenha várias competições é a Olimpíada é uma só. Os mesmo estudiosos apontam outro erro eu vem sendo cometido repetidamente: chamar de estádio os locais da realização de competições. Segundo os estudiosos só podem ser chamados de estádios os que tiverem também instalações para atletismo. E o Maracanã, que para a mídia já foi “o maior estádio do mundo”, como é que fica?

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