A COR DA VIDA
Contrastes de fim de ano: a televisão fica mais iluminada com a queima de fogos transmitida de Copacabana e que reúne uma multidão para ver o céu mais colorido e permitir que pelo menos nessa noite todos sejam democraticamente iguais. Da janela do meu quarto o céu se ilumina com os fogos que explodem na chamada parte boa do morro do Salgueiro. São fogos menos intensos e menos coloridos do que os de Copacabana, mas a alegria de quem os vê certamente tem a mesma intensidade. Nesse momento todos parecem estender a mão para a felicidade
A última noite do ano e o início do que todos esperam seja realmente o de um “novo tempo” é a mesma para a multidão que se aglomera em Copacabana (e que ajuda a fazer aquele que já é um espetáculo que chama a atenção do mundo) e das pessoas que da janela de seus luxuosos apartamento ou das frestas de seus barracos vibram com a queima fogos na praia ou no morro. É como se estivéssemos queimando o passado e abrindo um novo clarão para o futuro. Na última noite do ano todo mundo é igual. A alegria é a mesma; a esperança é total; a ressaca é igual para quem tenha bebido em excesso champanhe verdadeiro ou tenha se entupido com copos e mais copos de cerveja, de cachaça, de cidra (que horror!) ou de vinho, se é que se pode chamar assim, o de garrafão. Todo mundo espera, na praia, nas luxuosas e fartas coberturas ou no barrento chão do morro que o ano novo seja feliz, perfeito e a cada dia com menos e menores contrastes.
Queima de fogos nos morros não chega a ser nenhuma novidade: fogos de artifício, sem falar nas verdadeiras balas dos revólveres e metralhadoras, que sempre se perdem no corpo de alguém no asfalto, estouram o ano inteiro, seja para anunciar que o baile funk vai começar que a nova remessa de drogas chegou ou que a polícia está subindo, como se isso adiantasse alguma coisa.
Mas nos minutos finais da última noite do ano, a queima de fogos no morro ganha proporções diferentes. É, como em qualquer parte do mundo, o sonoro aviso que é hora de juntar no peito e na alma todas as esperanças. Sempre existe mais do que uma única esperança
Meu olhar se divide entre o belo e colorido espetáculo que a televisão me proporciona e o também grande (embora menor) espetáculo que, dessa vez sem medo, o morro me deixa ver. O ano inteiro o foguetório no morro é assustador, de uma tensão total, mas nessa noite é de festa. É esperança. É um espetáculo alegre e de paz. Como deveria e poderia ser o ano inteiro.
Na fantástica queima de fogos em Copacabana ou na também grandiosa festa no morro todos são iguais. E no céu, com um colorido que é a cor da vida, se escreve sempre um iluminado “Feliz Ano Novo”
* Pelo por uma única noite de igualdade e esperança OLHA O CARRO AÍ !
Todos reclamam do confuso e violento trânsito das principais capitais brasileiras. Entre os maiores “chiadores” estão justamente os que a bordo de seus carros, são os responsáveis pelas “barbeiragens” e esquecem que quando não estão escudados por seus veículos também são pedestres e, portanto, alvos fáceis para os motoristas (se é que assim se pode chamar a maioria que dirige irresponsavelmente).
O trânsito é, sabemos todos (mas nem assim nos mancamos) uma das principais causas de morte no Brasil. Se a nossa educação tiver que ser avaliada por nossa conduta nas ruas (no trânsito, mais especificamente) pode-se concluir facilmente que formamos um povo completamente mal educado. Talvez isso até mude (será difícil, muito difícil) agora que a Câmara dos Deputados promete votar (digo promete porque nunca se sabe quando os senhores deputados irão trabalhar ao menos um pouquinho) a revisão do Código de Trânsito Brasileiro, o que se faz fundamental agora que receberemos, com a Copa do Mundo e as Olimpíadas, milhares de visitantes.
Entre as novas propostas estão: 1) redução de velocidade máxima permitida nas rodovias, 2) aumento de idade mínima para passageiros de motos. 3) proibição de circulação de motos entre os carros, 4) multas mais pesadas para quem pratica rachas, 5) prazo maior de detenção para quem causa a morte de alguém por dirigir embriagado.
Seriam sem dúvida ótimas medidas se as leis fossem realmente cumpridas nesse país ainda tupiniquim, mas como por aqui as leis não pegam, o trânsito continuará sendo uma poderosa arma contra esse povo que já tem que se defender diariamente de tantas outras ameaças.
É verdade que a culpa geralmente é do motorista, mas não se pode esquecer que muitas vezes é o pedestre o mais abusado (não espera o sinal fechar, atravessa fora das faixas, faz um zig-zag entre os veículos e caminha margeando a calçada e não na calçada como deveria fazer para sua própria, mas nem sempre total. proteção). Por isso talvez seja o caso de revisar (ou criar uma nova) a lei de conduta do pedestre. Pedestres educados são capazes, sim, de acabar com os motoristas mal educados. Pode-se argumentar que seria mais uma lei para ficar apenas no papel, mas só até o dia em que aprendermos a cumprir a lei.
* Que não pode continuar sendo só a do mais forte
PALADAR COMPLETO
Nosso tradicional feijão com arroz, a mistura considerada completa para a saúde, é quase sempre obrigatória no cardápio do brasileiro, mas quem quiser satisfazer mais do que o paladar e consumir alimentos que tenham também poder afrodisíaco, deve esquecer o feijão nosso de cada dia. Depois de ouvir mais de 100 sexólogos e nutricionistas, a revista italiana Via de Gusto, elaborou a lista de alimentos e ingredientes e que alimentam mais do que o paladar. Em primeiro lugar está a pimenta que bota pra arder em todos os sentidos. Em seguida estão os queijos, especialmente o gorgonzola, parmesão e o de leite de cabra. Como prato quase principal (o principal certamente será sua companheira ou companheiro) os ideais são os peixes e crustáceos. Entre os temperos estão o coentro e o cravo que funcionam principalmente para as mulheres, e o açafrão, o gengibre e a baunilha, além do azeite extra virgem recomendados para os dois sexos. Antes que a noite fique mais e completamente doce um pouco de açucar é saudavelmente afrodisíaco e as recomendações são o mel e o chocolate, ou seja, todas as sobremesas à base de cacau.
* Se nem assim der jeito, desista.
NEGÓCIO PRA CIMA
Se tem um negócio que está crescendo (e fazendo crescer) no Brasil é o mercado de produtos eróticos: já temos 700 sex shops e três mil revendedoras domiciliares cadastradas na Associação Brasileira das Indústrias do Mercado Erótico e Sensual (Abeme). Apesar desse crescimento o Brasil ainda não é um bom produtor desse tipo de produtos: quase todos os, digamos, incentivos, são importados, o que, apesar dos preços, não impede boas vendas, movimentando nada mais nada menos do que R$ 800 milhões por ano, o que coloca o Brasil no quinto lugar do ranking dos países que mais consomem produtos eróticos. A previsão é de que ocorra aumento cada vez maior: estudo do Projeto Sexualidade, do Hospital das Clínicas de São Paulo, garante que o brasileiro (ainda muito machista) está mudando e aceitando melhor cada vez mais a utilização de incentivos eróticos como géis, chicotes, algemas e fantasias;. O estudo diz ainda que o aumento da venda de produtos eróticos é incentivada também por tem como algumas opiniões médicas garantindo que o casamento fica mais animado com a utilização dos brinquedinhos eróticos.
*Afinal, tem gosto pra tudo
OS IMPREVISÍVEIS
É difícil, muito difícil entender o confuso caminho da política porque assim como os que a praticam ela é imprevisível. Vê se dá para tentar compreender: por mais que Lula negue que pretenda ter (pelo menos agora) mais um mandato, cientistas políticos estão convencidos de que há sinais de que Lula no poder. Entre os argumentos que apontam para essa quase certeza estão a alta e não transferível popularidade do presidente, a presença de mais de 100 mil sindicalistas no poder, além de muitos outros argumentos. Como os cientistas políticos também acabam sendo confundidos pela indefinição da política só resta esperar pra ver.
* E crer
SEM APELAÇÃO BARATA
Os assessores da ministra-candidata Dilma Roussef enfrentam um grande desafio: convencer a candidata a adotar um discurso mais popular e até apelativo, mas ela resiste: não quer mudar o tom de seus discursos e passar a usar um comportamento verbal mais para programa de auditório de baixo nível do que para a chamada política séria.
* Séria até quando?
SUPER PREMIO
A Caixa Econômica tem um novo desafio até o final do ano: encontrar uma maneira de evitar filas quilométricas nas “lotecas”. É no sorteio do dia 31de dezembro, a Mega Sena distribuirá o maior prêmio de sua história: R$ 100 milhões. A Caixa não tem dúvidas de que a “Mega da Virada” provocará uma corrida (sempre resta uma esperança) para apostas e procura uma maneira de aliviar o trabalho das casas lotéricas e não abusar da paciência dos apostadores.
* Quem tem limites. Mesmo com um premio milionário
FUMAÇA LIVRE
Enquanto muitos países procuram cercear a liberdade dos fumantes, a Rússia está mais democrática e já permite as baforadas tóxicas em todos os lugares como, por exemplo, bares, restaurantes, repartições, conduções, hotéis, etc, etc. O uso do tabaco só é proibido na Praça Vermelha e quem não respeitar essa única limitação sofre uma multa pesadíssima. Quem pretende visitar Rússia terá uma grande surpresa: é comum, quase obrigatório, brindar com vodka e é de bom tom levar flores para a dona da casa se for convidado para jantar ou almoçar, mas deve ser um ramo com um número impar de flores,já que os números pares são apenas para os mortos. A moda ainda é comportada e exige que as pessoas estejam sempre vestidas formalmente: vestir-se informalmente é sinal de desrespeito.
* Ou seja: a tal da camiseta básica lá não tem vez
BOLA DE OURO
Muitos jovens, especialmente os da periferia, sonham ser jogadores de futebol que ainda é uma possibilidade de driblar a pobreza e, portanto, a fome. É um sonho que pode transformar-se em pesadelo já que, ao contrário do que se pensa, a maioria dos jogadores não recebe os tão cobiçados salários milionários. Se não der para ser jogador de futebol outra rentável alternativa é ser empresário, que geralmente ganha mais do que um craque e sem precisar correr atrás da bola e mostrar serviço em campo. Um bom exemplo é contado pelo jornalista Paulo Vinicius Coelho no livro “Bola Fora: a Histórias do Êxodo do Futebol Brasileiro”. PC conta que o jogador Henrique, revelado em 2007 pelo Coritiba na segunda divisão foi comprado pela Trafficc, que agencia vários jogadores, repassado para o Palmeiras em 2008 e em seguida vendido ao Barcelona por R$ 26 milhões, dos quais o atleta recebeu pouco. O Palmeiras embolsou cerca de R$ 6 milhões e a Trafficc, dona do negócio, engordou sua conta com mais R$ 16 milhões.
* E nem precisou entrar em campo
eli.halfoun@terra.com.br
terça-feira, 13 de outubro de 2009
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