A BOLA DA VIDA
A constante presença de muitos comentaristas (cada um “vendo” a partida de um jeito) e locutores, que não se limitam a transmitir o jogo, durante a Copa do Mundo acaba nos levando a uma reflexão sobre o futebol que mesmo tendo regas definidas, é o mais confuso e mais imprevisível esporte de todos os que conhecemos. Imprevisível principalmente na reação da torcida
Desde a época em que fui repórter de esportes na saudosa Ultima Hora de Samuel Wainer muita coisa sempre me pareceu estranha e confusa. Continua sendo. O futebol nos mostra a cada partida uma incrível, inesgotável e mágica coreografia que faz mais belo o espetáculo que tem sempre a bola a como solista. A bola parece à mulher amada. É atrás dela que todos corremos inclusive nós, torcedores, mesmo quando estamos sentados em uma confortável poltrona para ver aquele que é em sua fantástica coreografia o espetáculo mais variado e surpreendente do mundo.
A seleção brasileira está em campo vencendo por dois gols e os comentaristas, assim como os torcedores, reclamam e dizem que a partida é difícil, nervosa e que a qualquer momento a sempre inesperada coreografia dos bailarinos de chuteira, pode mudar tudo. Pode sim: essa falta de certeza que mesmo um resultado tranqüilo não consegue nos dar é que faz o futebol ser fascinante. O futebol tem o poder de nos deixar o tempo todo nervosos, inseguros, amedrontados, insatisfeitos, com amor e ódio misturados a cada chute enquanto a bola rola e é freneticamente perseguida em campo e chutada também por pés que nem lá estão.
O futebol só é apaixonante porque mexe antes, durante e depois do jogo, com a nossa emoção. Tem de ser assim: não teria a menor graça se soubéssemos antecipadamente o resultado e se todos os jogos fossem a moleza que o torcedor sempre espera para seu time. É fascinante o fato de qualquer resultado ser possível em uma partida de futebol. Mesmo quando se tem num mesmo time os maiores jogadores do mundo é impossível driblar com facilidade a emoção, a angústia e a incerteza. É na incerteza que está a maravilha maior do correr atrás da bola.
Ao mesmo tempo em que um gol nos provoca um prazer indescritível, uma partida de futebol nos deixa tensos. Talvez seja o poder relaxar, ao final, com uma vitória é que faça o futebol ser tão apaixonante, tão intenso e tão emocionante. Se faltarem apenas dez minutos para o final do jogo e nosso time estiver ganhando de cinco a zero ainda assim continuaremos tensos até que o apito final nos permita relaxar. Relaxar só até a próxima partida: afinal, a única verdade que existe no futebol é que a bola rola em campo. O resto é incerteza e a incerteza é sempre nervosa, sofrida, apaixonada, radical.
É assim também o jogo da vida que se assemelha em quase tudo a uma partida de futebol: no campo da vida também não sabemos se a vitória virá com certeza e se não temos que correr atrás da bola precisamos correr, com passes precisos, atrás de “gols” que nos permitam vibrar de felicidade e relaxar ao final de cada “jogo”, de cada dia. No dia seguinte, como na próxima partida, o gol da vitória pode nos escapar. O craque do jogo de hoje pode não repetir a mesma atuação, no campo de jogo ou no jogo da vida, amanhã. É por isso que devemos estar todos os dias mais preparados para correr atrás da bola.
* A bola da vida
MAIORIA MASSACRADA
Não é preciso nenhuma estatística do IBGE para saber que a maioria da população que vive no Rio, (incluindo os que por injustiça social são obrigados a ocupar barracos caindo aos pedaços nos muitos morros - hoje favelas - que nos cercam) é de gente boa e honesta. Essa certeza joga pro alto a velha teoria de que a maioria sempre vence a minoria. Não é o que estamos vendo: os bandidos vencem – e de goleada – a maioria. Viramos prisioneiros de meia dúzia de marginais que nos fazem assustados reféns de nossa conquistada (mas, como se vê, nem tanto) liberdade de ir e vir. Não é possível que não haja uma maneira de nos livrarmos dessas algemas invisíveis. Não dá mais para ficar esperando por um milagre.
A impressão que se tem é a de que governantes e alguns policiais graduados até gostam desses confrontos: é inegavelmente uma maneira de aparecer no noticiário, fazer mais e mais discursos demagógicos que se repetem há anos. Mas solução que é bom.... Até quem tem o dever (afinal, pagamos por isso) de nos proteger, ou seja, a polícia é cruelmente assassinada. E se violência gera violência, certamente não será com gentileza e muito menos com discursos que conseguiremos um pouco - pelo menos um pouco - de paz.
Há sempre os que argumentam que é fundamental respeitar os direitos humanos, mas como fazer realmente isso se essa covarde minoria (só age em grupo e nunca mostra a cara) não se importa e não tem o mínimo de respeito por nossos direitos. Ora, também somos humanos. E a maioria. Quando se pede a intervenção das Forças Armadas o argumento de é o de que Exército, Marinha e Aeronáutica são para garantir a segurança de nossas fronteiras. Não seria, então, o caso de estabelecer fronteiras nos morros (quase todos) dominados pelo inimigo. Afinal, estamos (e não há como negar isso) em guerra.
Outro argumento é de que não se pode invadir morros porque muita gente boa e honesta mora (mora?) neles. Não é o caso de tirar dos morros essa gente boa e honesta que tem servido como uma espécie de trincheira para os marginais? Aí o combate ficaria bem mais fácil e justo. O que não se pode é continuar permitindo que a minoria vença a maioria. Até porque isso não tem lógica.
TIPO EXPORTAÇÃO
Em termos de qualidade o SBT não tem uma programação da qual possa se ( e nos) orgulhar, mas mesmo assim exporta seus produtos: foram da emissora de Silvio Santos as imagens utilizadas pela CNN espanhola e pela CNN internacional nas reportagens sobre a recente batalha, no Rio, entre traficantes e polícia com o povo no meio. Em todos os textos a CNN falava em “quase uma guerra civil” e fazia questão de lembrar e ressaltar que o Rio acaba de ser escolhido para sediar a Olimpíada de 2016.
* É bom que gente também não esqueça isso
VAI ENTENDER
A televisão mostra que a situação se agrava, o tiroteio aumenta o número de vítimas também e nessa hora entra em cena o ministro da Justiça Tarso Genro, e oferece ao Rio o auxílio da Força Nacional de Segurança. Cena 2: quem entra no “palco” é o governador Sergio Cabral para dizer que ainda não é necessário o auxílio da Força Nacional de Segurança. Não é preciso como?
*Tá esperando o que? A cidade ser toda dominada?
ALTERNATIVA CASEIRA
Aumenta cada vez mais a responsabilidade da televisão de oferecer ao público uma boa programação. A televisão é hoje indiscutivelmente o maior lazer do brasileiro: recente pesquisa confirmou que existem no Brasil 57 milhões de aparelhos de televisão.
* Que às vezes ficam bem melhores desligados
JUSTA RECOMPENSA
Aconteça o que acontecer o futebol não perde espaço: assim a como a torcida, a CBF está tão satisfeita com o inicialmente desacreditado trabalho de Dunga como técnico que Ricardo Teixeira, resolveu premiar o técnico por ele escolhido aumentando o seu salário de R$ 155 mil para R$ 220 mil mensais, o que ainda está longe dos salários que Muricy Ramalho recebe no Palmeiras e Wanderley Luxemburgo no Santos.
* O que não os impede de continuar sonhando com a seleção brasileira
BOLA NA ÁREA
Não poderia ser ao contrário: tem muito empresário pensando em mais faturamento na Copa do Mundo de 21014 que será realizada por aqui. Um desses bem sucedidos empresários é o jornalista J. Hawilla que até agora só controlava, através da Traffic, as placas publicitárias nos estádios. Agora Hawilla quer administrar os estádios inteirinhos e acha que com sua inegável vasta experiência está preparado para isso já que conhece em detalhes os problemas de cada estádio brasileiro.
* Inclusive o que acontece nas bilheterias
PIADAS PRONTAS
Costuma-se dizer que o Brasil é o país da piada pronta e a política ajuda muito. Bastou bonecos de Barak e Michele Obama fazerem sucesso ( tem até roupinhas feito a Barbie) nos Estados Unidos para que no Brasil surgissem várias sugestões de bonecos e bonecas tupiniquins: 1) a de Marta Suplicy, que já viria com botox; 2) Eduardo Suplicy com dispositivo nas costas para falar mais rápido; 3) da primeira dama Marisa Letícia com a Hello Kitty sem boca; 4)Michel Temer como mordomo de filme de terror; 5) Dilma Roussef como generala com farda e quepe é 6) Lula como um He-Man com um dedo a menos. Pode ter mais.
* Muito mais
PAÍS DA COCA
Não só cerveja e cachaça fazem a cabeça dos brasileiros das chamadas classes inferiores ( será que existe alguém inferior nesse mundo?): pobre também adora refrigerante e coloca o Brasil entre os maiores consumidores de Coca-Cola do mundo. Os números confirmam: o Brasil é o terceiro pais do mundo em venda de Coca ( a Cola, é claro) e está atrás apenas dos Estados Unidos e México. No Brasil são vendidos 1,6 bilhão de copos de Coca-Cola por dia, sendo que 74% desse total é consumido pela classe E. O Brasil ganha da Índia, onde o consumo por pessoa é de apenas uma garrafa por ano para uma população de 1,2 bilhão de habitantes.
* Haja chá
TALENTO TOTAL
Quem já viu as fotos que a escritora Fernanda Young fez para o ensaio que a revista Playboy publicará breve garante que ela pode orgulhar-se de sua forma física ( segundo Edson Aran, o diretor da revista, ela esta “a maior gostosa”) tanto quanto de seu inegável talento: Fernanda exibe um corpo invejável conquistado com muita musculação, corrida, pilates, ioga e boxe. Para algumas fotos ela posou usando corselet, o que não a impediu de mostrar seus belos atributos físicos. Aliás, há quem acredite que depois da publicação das fotos os coseletes serão objeto de desejo das mulheres e, evidentemente, de muitos homens que mesmo na encolha também adorariam vesti-los. Fernanda, por exemplo, já tem 25 corseletes em seu guarda-roupa, todos feitos sob encomenda. Ela diz que “é uma roupa de guerra que me deixa mais forte”
* Mas nem por isso menos bonita e feminina
NOVO WOODSTOCK
O mundo mudou tanto e em todos os sentidos que ninguém mais acreditava na possibilidade de um novo Woodstotck, mas ele acontecerá e será no Brasil, que negocia com sucesso a sua realização. A previsão é de que a nova versão aconteça no segundo semestre de 2010, em São Paulo.
* Desse jeito São Paulo, onde já não é fácil circular de caro, acaba entrando para o Guiness com o recorde de engarrafamento
FALOU E DISSE...
De Luiz Fernando Corrêa, diretor da Polícia Federal: ”O Brasil não controla a diarréia, como é que vai controlar o uso ilegal de drogas”.
* Esse conhece e não esconde a realidade
eli.halfoun@terra.com.br
terça-feira, 20 de outubro de 2009
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