domingo, 22 de junho de 2014

Nossos locutores só precisam gritar menos. Bem menos


Não é só no campo de jogo que se destacam os craques. A Copa está mostrando que também estamos bem servidos de narradores esportivos. É verdade que a maiorias fala demais, tenta analisar um jogo que a imagem está mostrando e fazem isso certamente porque acham que quem vê futebol não entende nada. Há também os locutores que tentam adivinhar a próxima jogada como se a magia do futebol não fosses sustentada na surpresa de uma boa jogada, um drible sensacional, um lançamento perfeito e um gol de salvar a pátria. Pelo menos a pátria da emoção.

São muitos os locutores espalhados pela Globo e pela Bandeirantes por todo o país. É uma equipe que não compromete, mesmo que às vezes exagere. O único problema é que ao contrário do que acontece no futebol os locutores não se renovam. Nesse aspecto chama atenção a estréia de Alex Escobar como narrador. Ele foi suficientemente inteligente para superar sua inexperiência com bom humor e sem os mesmos berros de outros manjados locutores. Escobar criou uma “narração” cantada na qual se limita a descrever o lance e faz isso sempre com simplicidade e uma bem humorada linguagem popular. Mostra aos profissionais mais experientes que nem sempre é preciso se esgoelar para criar emoção. Quem fala mais baixo sempre chega mais longe. (Eli Halfoun)

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