sábado, 10 de maio de 2014

CRÔNICA ------ Presente até na ausência

Toda vez que se quer elogiar a bondade, a solidariedade, o caráter, a atenção, a amizade e principalmente o carinho e o amor de alguém se diz que “fulano é uma mãe”. Não é, ao contrário do que possa parecer uma simples comparação. É uma constatação: só as mães conseguem reunir nos gestos e no comportamento todas essas e muitas outras qualidades. A sabedoria popular costuma dizer que as mães são seres abençoados por Deus. São mesmo, mas nós somos muito mais porque somos seus filhos. O poeta Vinicius de Moraes deixou escrita para sempre a frase que “seja infinito enquanto dure” para falar do e de amor. A frase pode, sim, caber em muitas relações, mas é pequena para as mães. Amor de mãe não é infinito enquanto dura É eterno. Definitivo. Outra frase muito comum é dizer que “ser mãe é padecer no paraíso”. As mães, elas sim, é que mostram todo o tempo, o tempo todo, que a existência dos filhos é um paraíso de felicidade, de compreensão, de buscas e de encontros. Encontros de amor que elas, as mães, representam e transmitem melhor do que ninguém. Por mais que se procure não há como definir esse amor sem fim que só as mães conseguem, mesmo nos momentos mais difíceis de suas vidas, proporcionar não só aos filhos, mas também e principalmente à humanidade. Que sem dúvida sereia melhor e mais completa se também conseguisse ser uma “mãe” no sentido maior e mais afetuoso da palavra, ou seja, de amor inteiro, intenso e realmente definitivo. Para homenagear e reconhecer o amor de mãe criou-se até um dia específico para ela. Não é necessário: amor de mãe não tem dia marcado e, portanto, amor de filho também não pode e não deve ter. O Dia das Mães também chamado de Dia da Mãe tem sua origem no século XX e foi criado por amigas para que a jovem americana Anna Jarvis saísse da depressão que a cometeu após a morte da mãe. As amigas da jovem tiveram a idéia de perpetuar a memória da mãe de Anna e de todas as mães vivas ou mortas com uma festa. Em pouco tempo a festa ganhou todos os Estados Unidos e foi oficializada pelo presidente Woodrow Wilson dia 9 de maio de 1914. Somente no dia 12 de maio de 1918 o Brasil adotou a data: o primeiro Dia das Mães brasileiro foi promovido pela Associação Cristã de Moços de Porto Alegre, mas só em 1932 foi oficializada pelo presidente Getúlio Vargas para o segundo domingo do mês de maio. A data passou a fazer parte também do calendário oficial da Igreja Católica por determinação do Cardeal-Arcebispo do Rio de Janeiro Dom Jaime de Barros Câmara. Historicamente a mais antiga comemoração do Dia das Mães é mitológica: na antiga Grécia a entrada da primavera era festejada em honra de Rhea, a Mãe dos Deuses. A festa acabou ganhando características comerciais e transformou-se também, como tantas outras, em data de dar presentes, o que não é necessário. Afinal, as mães é que nos dão o maior e melhor presente: a vida. Mesmo que no Dia das Mães você não possa mais ter contato físico com sua mãe tenha certeza de que com a força de um amor definitivo ela estará ao seu lado. Hoje. Sempre. Até o reencontro. (Eli Halfoun)

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