sexta-feira, 30 de maio de 2014
"Cada macaco no seu galho" não é só uma frase. É uma verdade
Existe um velho ditado que sintetiza perfeitamente a importância de cada profissional exercer o trabalho para o qual está foi preparado. Não é exatamente o que acontece atualmente na televisão que em vários programas ditos de entretenimento confundem jornalismo com concurso de beleza, ou seja, não abrem espaço para os verdadeiros profissionais e preferem utilizar mulheres bonitas e supostamente famosas para funcionar como repórteres. É verdade que não se faz necessária nenhuma grande formação jornalística para fazer as perguntinhas tolas que as agora “repórteres” costumam ensaiar nas rápidas conversas (não se pode chamar aquilo de entrevistas) quer mantém em festas badaladas e encontros sociais nem tão badalados assim. Mulheres bonitas atraem mais atenção dos telespectadores, mas isso não justifica que se jogue para escanteio os jornalistas que estudaram no mínimo quatro anos para adquirir formação universitária em Comunicação. Do jeito que esse tipo de aproveitamento acontece daqui a pouco para estudar jornalismo será necessário em primeiro lugar passar em um vestibular de beleza. Há quem argumente que as belas transformadas em “repórteres” têm mais intimidade (muitas vezes de todos os tipos) com as celebridades e estão preparadas para fazer perguntas. Não estão não e o que se tem visto nesses programas que acham que badalação é jornalismo é um festival de inutilidades que nada acrescenta para quem pergunta, para quem responde e principalmente para o público que no mínimo espera jornalismo de programas que se intitulam de jornalísticos do entretenimento.
O mesmo fenômeno ocorre no futebol e está sendo reforçado com a Copa do Mundo. É praticamente impossível encontrar nas transmissões esportivas um jornalista de verdade exercendo a função de comentarista que passou a ser exclusiva para ex-jogadores de futebol. No caso do futebol é até compreensível porque não há ninguém mais autorizado para falar de futebol do que quem esteve em campo e foi bom de bola. Quer dizer: estudante de jornalismo que tem ambição de um dia ser comentarista esportivo (mais especificamente de futebol) precisa ter dois diplomas: o de Comunicação e o de ter sido um dia bom de bola. Concordo e aceito que a televisão e o rádio têm espaço para todo mundo, mas isso não é justificativa para que se abra mão dos verdadeiros profissionais. Desse jeito não demora muito a medicina estará sendo exercida por enfermeiros que sem dúvida conhecem a rotina dos hospitais melhor do que qualquer médico, o que é bom, mas não os torna capazes de exercer um trabalho par o qual não foram preparados. (Eli Halfoun)
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