terça-feira, 4 de junho de 2013
CONTO ---------- A voz do amor
Quando o telefone tocou na sala do oitavo andar do imenso prédio da empresa na qual Marlene trabalha há anos como secretária ela não imaginou que estava mudando completamente a sua vida. Do outro lado uma sensual voz feminina começou a elogiar a beleza de Marlene que depois de perguntar insistentemente quem estava falando preferiu bater o telefone com raiva dizendo:
- Ora, vá à merda que eu tenho mais o que fazer. Não estou aqui para trotes e brincadeiras. Vai procurar tua turma, sua putinha
No dia seguinte quase a mesma hora o telefone voltou a tocar e a mesma voz feminina elogiou, agora com mais entusiasmo, a bela bunda de Marlene, os cabelos lisos e morenos, as coxas grossas e bem feitas:
- Você deve ser um tesão na cama e eu estou louca para te chupar todinha, morder o teu grelo, fazer você gozar na minha boca
Vermelha de raiva e de vergonha (talvez também de tesão) Marlene desligou o telefone , respirou fundo e decidiu que no dia seguinte só andaria pelo prédio acompanhada de seguranças. Começou também a fazer uma investigação na tentativa de descobrir quem era a fã tarada e misteriosa. Quanto mais investigava, menos descobria. Quase todos os colegas de trabalho já sabiam dos telefonemas e do nervosismo de Marlene mas era com Cláudio, o mais íntimo amigo, que Marlene mais comentava o assunto. Cláudio limitava-se a ouvir e a dizer:
- Vai com calma que isso é só brincadeira de alguém que não deve ter, aqui mesmo na empresa, muito o que fazer.
Toda tarde a mesma hora o telefone tocava e a essa altura Marlene já o esperava e na tentativa de descobrir alguma coisa, começou a alimentar a conversa:
- Como é seu nome - perguntou com doçura, sugerindo: - a gente precisa se conhecer melhor
As conversas diárias e anônimas (Marlene só sabia que o nome de sua ardorosa fã era Fabiana) começaram a deixar Marlene intrigada não só com misterioso anonimato da fã, mas principalmente com os pensamentos sexuais que começou a ter com os telefonemas. Casada com Alfredo, Marlene passou a querer descobrir com o comportado marido novas experiências sexuais. A simples penetração já não a satisfazia. Queria mais, muito mais, do que o tradicional “papai e mamãe” que se acostumara a fazer, depois de oito anos de casamento, com o marido. Passou a praticamente exigir que Alfredo a chupasse até ela gozar e percebeu que se satisfazia muito mais quando ele enfiava o dedo na frente. Gozava (sempre pensando na misteriosa Fabiana) como nunca tinha gozado durante os oito anos de um bem resolvido casamento. Todas as noites antes de voltar do trabalho para casa Marlene passava em uma locadora e levava filmes pornôs para casa. Geralmente filmes que mostravam amor entre duas mulheres. A novidade surpreendeu Alfredo, o marido, mas ele não disse nada: estava também descobrindo sexualmente uma nova mulher e, em consequência, novos prazeres na cama. Como naquela noite em que excitadíssima (tinha conversado a tarde durante horas com a misteriosa Fabiana) transformou Alfredo numa “quase mulher”. Começou beijando seus ouvidos, deixando a língua escorregar macia e maliciosamente pelo pescoço, correr pelos mamilos mordiscados com carinho até chegar ao pau, no qual nem se deteve: preferiu lamber o saco de Alfredo e deixava a língua escorregar também pelo seu ânus. Alfredo delirava de prazer e só reagiu quando Marlene enfiou, carinhosamente é verdade, o dedo no seu buraco. Arrancou o dedo da mulher dizendo “aí não”, mas não reagiu quando ela voltou a lamber sua bunda. Também chupou a mulher com entusiasmo, mas ela só conseguiu gozar esfregando o pau naquela na vagina como se fosse um enorme grelo:
- Faz assim, faz gostoso. Assim é melhor do que enfiar, a gente goza muito mais
Depois de gozar Alfredo percebeu que pelo menos naquela noite Marlene tinha razão
No trabalho os telefonemas de Fabiana eram diários, intensos e insistentes. Fabiana sempre fugia de qualquer encontro até o dia em que aceitou encontrar-se com Marlene no terceiro e desativado andar do prédio. Dispensou a segurança e só avisou ao amigo Cláudio (com quem NTES Dantes do casamento já tinha tido um caso) que finalmente aconteceria o encontro com a misteriosa fã. Cláudio sorriu como se perguntasse “tem certeza?” como se soubesse que não aconteceria nenhum encontro. Na hora marcada, quase no final do expediente, Marlene, sensualmente vestida num vestido vermelho quase transparente, chegou ao terceiro andar onde Cláudio, curiosíssimo, já estava escondido só para ver a reação de Marlene diante do encontro inexistente. Para surpresa de Cláudio uma mulher loura e muito bonita estava (inexplicável coincidência) no terceiro andar. Foi um encontro casual. Marlene e a mulher que ali estava por acaso e que se chamava Elisa conversaram por algum tempo. Nasceu uma inesperada e forte amizade que fez com que as duas passassem a encontrar-se diariamente até se descobrirem apaixonadas. Marlene não tinha mais dúvidas: preferia a companhia de Elisa do que a do marido ou de qualquer outro homem. As trepadas com Alfredo, o marido, já não a satisfaziam, embora continuasse gostando de, como dizia, “um belo, grande e grosso pau”. Mesmo assim preferiu separar-se de Alfredo e viver a sua nova vida. Saía diariamente com Elisa, mas separada do marido, não dispensava, vez por outra companhias masculinas, principalmente na cama. Transava também com Elisa que sabia de tudo e até dava força fingindo não saber. Seis meses depois a decisão surpreendente: Marlene e Elisa resolveram morar juntar. Tinham muitas coisas em comum, principalmente na cama onde gozavam, quase todas as noites com um “prazer dos deuses”. Optaram por uma união assumida e resolveram fazer uma “festa de casamento” com padrinhos e tudo.
Cláudio, o bom e velho amigo, foi o escolhido por Marlene para ser seu padrinho. Na verdade ele foi desde o começo muito mais do que isso. Foi, como autor dos trotes, uma espécie de cupido. Até hoje Marlene nem imagina que a voz sensual da inexistente Fabiana, a voz que mudou o seu destino, era na verdade a voz de Cláudio, um perfeito imitador e por isso mesmo um eterno brincalhão. (Eli Halfoun)
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