sábado, 29 de junho de 2013

Manifestações: cuidado para não diluir o grande movimento popular

Nada tenho contra manifestações. Pelo contrário: acho sim que elas podem acordar o país para muitas coisas e já participei de várias como manifestante e principalmente como repórter. A manifestação que reuniu 300 mil pessoas no Rio e outras tantas mil em outros estados (estima-se um milhão de manifestantes, isso sem contar os que não foram pra a rua, mas estavam e estão solidariamente manifestando-se. Só que agora “está virado zona”, como se diz popularmente. Essa multiplicação de passeatas está tirando a força da primeira e grande manifestação. É verdade que temos muito do que reclamar, mas é verdade também que não se pode reunir duzentas, trezentas e até mil pessoas a pretexto de cobrar mudanças praticamente pessoais. Está ficando muito confuso e diluindo o protesto maior e mais importante feito em nome de todo o povo. Um gritinho aqui outro ali só serve para criar tumulto - um tumulto do qual muita gente está se aproveitando criminosamente. Pensem bem: se todo dia tiver uma “manifestaçãozinha” em qualquer esquina a verdadeira manifestação corre o risco de ficar desacreditada porque sempre haverá pessoas interessadas em minimizar a importância das reivindicações populares. O que o grito do povo pretende é consertar o país e não o esgoto de cada comunidade, que também precisam da atenção dos governantes, mas não a ponto de desviar o foco da manifestação maior. É preciso unir forças: dividir-se em pequenos grupos faz barulho, mas não resolve nada. Resolver é a chamada urgência urgentíssima. É como no futebol: pequenos grupos de torcedores ajudam a fazer barulho, mas é a torcida em massa que empurra o time. (Eli Halfoun)

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