sábado, 8 de junho de 2013
CONTO ------- Insaciável mentirosa
Na pequena cidade do interior de São Paulo Leninha (seu nome verdadeiro é Marlene, mas foi ouvindo parte do diminutivo que cresceu) vivia desde a infância num mundo de sonhos. Sonhos que a faziam viajar para a cidade grande (tinha paixão pelo Rio de Janeiro que desde os oito anos deidade costumava visitar nas férias) onde estudaria engenharia ou medicina para ficar independente financeiramente (era mesmo uma sonhadora). Aos 15 anos conheceu Rodrigo, o primeiro namoradinho de verdade (até então só tinham sido aquelas inocentes paqueras infantis que nunca passam de tímidos beijinhos de boca fechada - língua na língua nem pensar - e de olhos também fechados). Foi a primeira paixão e apesar dos conselhos da avó e do pai que a criavam, o inevitável acabou acontecendo. Foi no final de uma tarde de domingo: voltavam do kartodromo (programa que a cidade inteira fazia ao domingos quando Rodrigo, 20 anos e muito mais experiente do que Leninha, sugeriu que fossem até a sua casa tomar um refresco e comer alguma coisa. Ele sabia que a essa hora os pais e as duas irmãs estariam na missa e a casa ficaria vazia. Rodrigo não perdeu tempo: serviu o refresco e serviu-se, pau duro pra fora, para Leninha pedindo: “segura ele pra você sentir como é bom”. Leninha obedeceu e daí pra frente foi só sacanagem. Rodrigo, que já tinha transado com algumas prostitutas da também movimentada zona da cidade foi, como um mestre, ensinando o que Leninha devia fazer. De saída ensinou-a a chupar lambendo-o bem devagarinho e engolindo-o inteiro como se estivesse “chupando um sorvete”. Não precisou ensinar muito: intuitivamente Leninha foi fazendo tudinho melhor do que Rodrigo esperava e cheia de tesão pediu: ”tira a minha virgindade. Tem de ser você”. Rodrigo, surpreso com o inesperado pedido, carregou Leninha até seu quarto, trancou a porta e na cama de solteiro penetrou a virgem Leninha que não gozou. Sentiu dor mas ao mesmo tempo o prazer de saber que a partir daquele momento já era uma mulher. Em casa, durante o jantar, fez questão de contar para o pai e a avó o que tinha acontecido. Para quem esperava uma vieram os conselhos, do pai, um experiente ex-policial de 40 anos de idade e que vivia agora como administrador de empresas ( tinha orgulho do diploma conseguido depois de velho). Leninha era o xodó de seu Miguel que ficou com ela, recém nascida, quando separou-se da mãe da menina que levou com ela as outras três filhas. Mesmo separada a mãe fazia questão de visitar a filha ou trazê-la ao Rio nas férias.
Perder a virgindade mudou a vida de Leninha que terminou rapidinho o namoro com Rodrigo e passou a transar com os outros amiguinhos. Gostava de transar e seu maior prazer era o dar prazer aos seus parceiros. Vibrava quando os seguidos namoradinhos gozavam nela ou para ela, ou seja, masturbando-se olhando para o seu belo corpo de menina-mulher. Alta, loura, Leninha fazia ( ainda faz) o tipo falsa magra: quem a vê de roupa não acredita que por baixo delas se esconde uma mulher de corpo perfeito, coxas longas e grossas, bundinha empinadinha e peitinhos rosadinhos e duros. A cidade inteira queria comer Leninha e ela não se fazia de rogada: gostava de ser cobiçada e de deixar, como dizia para as amigas, “os homens em ponto de bala”. Embora sua vida tivesse mudado depois de perder a virgindade, os sonhos de Leninha eram os mesmos: queria estudar no Rio onde tinha certeza conseguiria sua independência financeira. O pai era contra a viagem, mas mesmo assim Leninha fez as malas e deixou a pequena cidade do interior paulista. Veio com a cara e a coragem porque o pai avisou “vai, mas não conta comigo para nada”.
No início Leninha morou com a mãe, mas as coisas não foram como ela esperava. Sem dinheiro foi várias vezes obrigada a pedir ajuda ao pai que recusava, gritava mas acabava sempre mandando um dinheirinho. Nem na faculdade Leninha tinha ainda conseguido entrar quando conheceu Rafael, um engenheiro químico, por quem se. Foi com ele que deu a primeira trepada no Rio. Voltavam de um restaurante quando Leninha, cheia de tesão ( até agora só gozava masturbando-se e pensando nas antigas e deliciosas transas juvenis) agarrou Rafael e pediu: “entra naquele motel”. No quarto, Leninha, fazendo tirou a roupa devagar e Rafa deslumbrou-se com o corpo que via inteiramente nu pela primeira vez. Puxou-a para a cama e beijou aqueles peitinhos rosadinhos ao mesmo tempo em que empurrava a cabeça de Leninha na direção de seu pau: ela chupou com experiente sabedoria. Ficaram ali, um chupando o outro, por quase meia hora até Leninha pedir: “Rafa fica de pé na beira da cama”. Então ela ficou de quatro na cama e novamente pediu: ”vem entra por trás”. Foi um gozo deslumbrante.
O namoro terminou meses depois quando Leninha conheceu Natália. De quem ficou grande amiga. Natália, uma moreninha paranaense que também tinha vindo tentar a sorte no Rio, não entendia porque Leninha, uma moça tão bonita, passava por tantas dificuldades: ”você pode ganhar o que quiser” - repetia Natália até convencer Leninha a, como ela, trabalhar numa boate. Leninha resistiu, mas acabou aceitando: passou de primeira e com louvor no teste do strip-tease e logo na primeira noite faturou um bom dinheiro em programas. Não sentiu vergonha e nem arrependimento: afinal, ela gostava de dar prazer aos homens. Só que até agora tinha feito isso de graça. Avisou ao pai que tinha “arranjado um emprego que ia morar com uma amiga”.
Preocupado o pai decidiu visitar a filha no Rio, mas resolveu fazer uma surpresa: chegou no início da noite e como não localizou a filha por telefone, decidiu sair com um amigo para divertir-se numa boate. Quando abriu a porta da boate, em Copacabana, deu de cara com Leninha fazendo seu primeiro strip-tease da noite. Branco e sem voz deu meia volta e saiu correndo atrás de um táxi. No dia seguinte encontrou Leninha para almoçar, mas não contou nada. Assim Leninha mentiu muito sem fazer a menor idéia de que o pai já conhecia e a verdade. (Eli Halfoun)
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