domingo, 10 de fevereiro de 2013
Em nome de Deus vende-se de tudo para comprar duas emissoras de televisão
“Shoppings da fé” parece que esse é agora o termo adequado para as igrejas evangélicas que aumentam seus rentáveis negócios vendendo de quase tudo a preços como sempre extorsivos. Quem compra não leva nenhuma vantagem: além de pagar caro por produtos de qualidade discutível nem fica isento da cobrança de dízimos que, aliás, já podem ser quitados até em cartões ou depositados em contas bancárias como se um carnê. Os carnês religiosos também existem e até facilitam as doações em suaves prestações. O reverendo Valdemiro Santiago (Igreja Mundial da Graça de Deus) incluiu um novo produto em sua banca de camelô religioso: está vendendo o tijolinho da obra de Deus, que nada mais é do que um tijolinho feito de plástico. Cada tijolinho custa R$ 200, 00 e o reverendo-camelô (ganancioso como qualquer comerciante) colocou à venda 100 mil tijolinhos. Se vender todos conseguirá mais R$20 milhões para a sua já gorda conta bancária (é o segundo pastor mais rico do país com uma fortuna de 220milhões de dólares). O reverendo é um camelô de vendas diversificadas: também comercializa as toalhinhas e martelinhos que utiliza em seus cultos, além de travesseiros, arquinhos da aliança feitos de acrílico. Tem ainda a Chave Estrela de Davi (são 55 mil unidades a R$ 100 o lote) e a espada de Davi a R$60,00 cada.
O reverendo está mesmo empenhado em faturar o máximo para poder concretizar de uma só a vez a compra de duas emissoras de televisão: está com as compras praticamente fechadas da CNT de Curitiba, que além de uma grande entrada receberia R$ 8 milhões mensais durante alguns anos, e da Rede 21 que ainda pertence ao grupo Bandeirantes. Enquanto não consegue suas próprias emissoras o reverendo continuará gastando R$ 15 milhões mensais com o aluguel de 222 horas de espaço em várias emissoras, incluindo a Band e a Rede 21. Houve tempo em que se dizia que a criminosa exploração da prostituição era o melhor negócio do mundo. Pelo visto continua sendo. Só que de outra forma. (Eli Halfoun)
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