sexta-feira, 1 de junho de 2012
Veja como é fácil abrir uma igreja para enriquecer enganando fiéis
Quem se dispuser a abrir qualquer pequeno negócio (uma lojinha, um boteco bunda-de-fora, um armarinho e outros) esbarrará em uma muralha de burocracia exigindo documentos e mais documentos, além de taxas e de imposto que continuarão sendo cobrados mesmo depois que o mini-negócio estiver implantado. Nada disso será empecilho para quem decidir abrir uma igreja de fundo de quintal, que também é um grande negócio e no momento sem duvida o mais promissor e lucrativo. Quer ver: os jornalistas Cláudio Ângelo e Rafael Garcia, editor de Ciência e repórter da “Folha de São Paulo”, resolveram pagar para ver e saíram em campo para abrir uma igreja. Agora eles fazem via e-mail um contundente relato que mostra com clareza o quanto é fácil explorar e enganar a má fé de quem acredita em tudo. O relato dos dois jornalistas começa com o título “Abra a sua Igreja, e se livre dos impostos. Estudar para que? Vou abrir a minha “igreja” e volto já”.
Esse é o depoimento dos jornalistas na íntegra: “Eu, Cláudio Ângelo editor de Ciência da Folha e Cláudio Garcia, repórter do jornal, decidimos abrir uma igreja. Com o auxílio técnico do departamento jurídico da Folha e do escritório Rodrigues Barbosa, Mac Dowell de Figueiredo Gasparian advogados, fizemo-lo. Precisamos de apenas R$ 418 em taxas e emolumentos e de cinco dias úteis (não consecutivos). É tudo muito simples.
Não existem requisitos teológicos ou doutrinários para criar um culto religioso. Tampouco se exige número mínimo de fiéis. Com o registro da Igreja Heliocêntrica do Sagrado Evangelho e seu CNPJ pudemos abrir conta bancária na qual realizamos aplicações financeiras isentas de IR e IOF. Mas esse não são os únicos benefícios fiscais da empreitada. Nos termos do artigo 150 da Constituição, templos de qualquer culto são imunes a todos os impostos que incidam sobre o patrimônio, a renda ou os serviços relacionados com suas finalidades essenciais, as quais são definidas pelos próprios criadores. Ou seja, se levássemos a coisa adiante poderíamos nos livrar de IPVA, IPTU, ISS, ITR e vários outros “Is” de bens colocados em nome da igreja. Há também vantagens extratriubutárias.
Os templos são livres para se organizarem como bem entenderem, o que inclui escolher seus sacerdotes. Uma vez ungidos, eles adquirem privilégios como a isenção do serviço militar obrigatório e direito a prisão especial”.
Ao final do depoimento que coloca dúvida ainda maior na seriedade dos templos evangélicos, os dois jornalistas incluem relação de quase 100 novas igrejas abertas até 2010. Quer dizer: é muito fácil abrir uma igreja e várias filiais para tomar dinheiro em nome de Deus, que certamente não concorda com essa prática do diabo. (Eli Halfoun)
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