terça-feira, 26 de junho de 2012
CRÔNICA ------------ O certo errado
Estamos cansados de saber que a língua portuguesa (no nosso caso “brasileira” porque é muito diferente do falatório de Portugal) é extremamente difícil e talvez uma das mais complicadas do mundo. Não é difícil aprender a falar “brasileiro”, mas é muito difícil aprender a escrever corretamente porque o som das palavras pode ser igual de duas formas, embora só uma esteja corretamente escrita. Alguns exemplos (poderia ser ezemplos) são comuns: se a palavra escrita for caza com Z todos lerão corretamente embora casa se escreva (não sei por que) com S. Se a palavra escrita por assucar com dois exagerados S todo mundo também lerá corretamente, embora a palavra escrita certa seja com Ç; se você estiver cansado com Ç estará cansado de qualquer jeito, embora a escrita correta seja cansado com S. São muitas as palavras (xuxu com X e chuchu CH, xícara com X e chícara com CH) w por aí vai). Com a desculpa de que criamos um tal de “vício de linguagem” cometemos absurdos lingüísticos como, entre muitos ouros referir-se ao passado dizendo “há quinze anos atrás, como se fosse possível existir há quinze anos na frente falar do passado como futuro. Quando o há entra na frase já significa passado e é absolutamente dispensável quando se diz corretamente apenas quinze anos atrás. A era da comunicação via internet complicou ainda mais o “português-brasileiro“. Em e-mails, Twitter, facebook e outros meios de comunicação disponibilizados pela internet ninguém escreve, por pressa ou por uma regra imposta pelo mundo virtual, corretamente: economizamos palavras ou simplesmente usamos apenas letras porá dizer o que queremos: porque vira pq, cassete vira kct, abraço é abs e por aí vai. Isso sem contar o grande número de placas e letreiros que fazem brilhar ainda mais o português que não sabemos e se sabemos nos confunde ou não queremos escrever corretamente. Talvez esse não seja um defeito só dos brasileiros : americanos e ingleses falam a mesma língua, mas é complicado um americano entender o que um inglês diz e um inglês entender o idioma dos americanos embora os dois sejam absolutamente iguais pelo menos gramaticalmente. Somos um povo tão criativo que acabamos inventando o nosso próprio idioma: o “brasileiro” que só se fala por aqui e que na maioria das vezes não tem nada a ver com o português de Portugal ou português castiço. Aliás, castiço se escreve com Ç ou com dois S? De uma forma ou de outra a palavra será lida corretamente. O mais importante é que caminhemos para a frente, mesmo que caminhar para trás não esteja errado. Mas convenhamos que caminhar para trás pode até não ser errado, mas sem dúvida é burrice. (Eli Halfoun)
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